Mais memórias

Quarta-feira, 4 de junho de 1997,15:48h. tempo bom.

Inicialmente quero dizer que, nas andanças de transferir Winchesters, processadores etc., o João deu uma esquecida e, no momento, estou com dois meses e registros perdidos pôr ai!

Computador, aprendamos, é algo que se estiver funcionando bem e de modo compatível com o que necessitamos, não mexa!

Mexeu, dá, pelo menos, confusão.

Esperemos que se consigam recuperar os arquivos.

Hoje de manhã o Pingo veio apresentar seu carro novo, um Fiesta muito bom.

Desejei-lhe muito boa sorte com o carro e tenho certeza que terá.

Também fui ao Monik que, depois de me examinar, me deu alta em definitivo.

Aí, na hora de encerrar minha ficha, viu que faziam SÓ três meses que havia me operado e achou que seria bom eu usar sapatos de salto alto pôr mais um mês.

Tudo bem, o sapato não incomoda em nada.

Assim que começo a caminhar normalmente, com cuidado, é claro.

Ontem o Grêmio, como previsto, ganhou de 2 x 1 do Cruzeiro de Minas mas foi eliminado da Libertadores deste ano o que, afinal, foi bom porque o time já não existe mais, a maioria dos jogadores está no estaleiro.

Na onda dos galhos – tudo acontece ao mesmo tempo, máquina de lavar roupa, processador, portão da frente, registro de entrada da água, vazamentos etc. – estávamos com um vazamento chato no banheiro e hoje chamei um personagem para consertá-lo e também ao registro de entrada de água. O preço foi salgado mas o serviço foi perfeito.

Assim que registro o telefone do seu Darcy: 332 32 51 e 9695542.

Também fazem outros serviços daqueles ditos domésticos: eletricidade, pintura, alvenaria etc.

Daqui a pouco vêm os intelectuais do portão e o intelectual do processador.

Aos poucos vamos repondo as coisas nos lugares.

Dr. Barrios no rumo de Nice na Coté D’Azur; deve estar embarcando.

João acaba de telefonar que não será fácil recuperar os dois meses de registro, coisa que eu já imaginava. Ele está se sentindo culpadíssimo e com a moral lá embaixo.

Na verdade estas coisas acontecem: ele foi fazer um up grade de Winchesters e não se deu conta de que os arquivos da Winchester velha se sobreporiam àqueles da nova .

Intuitivamente a gente pensa que se o arquivo mais velho for menor que o mais novo, o up grade só alcança a parte em comum: ficamos sabendo que não.

Bem, agora é tocar para diante.

Interessante como o dia hoje passou de frio para quente; deve ser o veranico de maio chegando atrasado.

Se continuar assim, pretendo propor um fim de semana na praia.

Heloisa está no chá das senhoras de Vacaria que, depois de quase trinta anos de funcionamento, encontra-se ameaçado de extinção ou porque as participantes estão sempre às voltas com enfermidades próprias ou de familiares ou porque há perus do sexo masculino adentrando ao recinto.

Acontece que o Rolla e o Vares, inicialmente apareciam no fim do expediente para apanhar a madamas; depois passaram a ficar para o chá e, finalmente a participar da roda de jogo o que, inegavelmente reduz a privacidade das titulares que já começam a chiar.

Na verdade foram elas que convidaram os dois para participarem quando faltava alguma das referidas assim que o assunto deve ser submetido ao contraditório.

Existe também a questão das gêmeas, excelentes pessoas quem, praticamente, são acessórios da Meneca do Vares.

Convidar a Meneca e não convidar as gêmeas é normal mas também é constrangedor.

Resulta em que o embroglio encaminha-se para uma descaracterização do chá das senhoras de Vacaria que já não é só de mulheres e nem de Vacaria.

Acho que elas encontrarão uma saída.

Um outro comitê que funciona é o da turma da Heloisa que se formou no Americano em 1944!

Mais de meio século e a moçada continua firme.

Bem, vamos encerrar. Tremendo papo furado.

Boas noites.

 

Sexta-feira, 6 de junho de 1997,18:21h., tempo chuvoso.

Neste exato momento o Bolão foi para a redoviária, Heloisa para o circo Thiany com a Patrícia e os gurís e eu fiquei porque minha coluna está incomodando.

Heloisa iria dormir na Alda mas acabou não indo porque a Alda não quer.

Claro que é um querer não querendo mas é preciso acreditar no que as pessoas dizem. O

canário cantador fugiu o que nos deixou bastante chateados; o João, que estava chegando aqui, andou até pôr cima dos telhados atrás do canário mas não houve jeito.

!Fim imprevisto da fórmula

Não sei o que é isto aí em cima! Surgiu quando eu estava arrumando um comando de campo.

Mistério!!!

Estas duas últimas semanas têm sido de “galhos “: acho que já enumerei alguns mas ainda cabe acrescentar a fuga do canário e os óculos da Heloisa.

Heloisa, em decorrência da operação de catarata, teve que acertar as lentes de seus óculos.

Levou-os na Ótica Cruzeiro do Iguatemi e foi buscar ontem.

Tudo O K. só que, chegando em casa, verificou que os óculos que trouxera, não eram os seus.

Hoje fomos no Iguatemi de manhã e agora telefonaram: os óculos da Heloísa sumiram!!!

Então tá!

Veremos como irá acabar esta novela.

Ontem passamos o dia tentando acertar este computador, agora um 6×86, com o hardware de cores e monitor antigo; não tivemos sucesso e hoje resolvemos que a coisa só vai com um monitor .28 e uma placa de som de 2MB.

Neste momento estamos assim: nos trinques.

Veremos pôr quanto tempo.

Ao que tudo indica, aqueles dois meses de registro que existem mas não se podem ver ( é sério! ) terei que refazer mesmo que sucintamente.

Este aqui chama-se diario97-2, o que fiz para separar do anterior diário 97 e assim diminuir a possibilidade de um acidente maior.

As notícias do Rio não são muito animadoras: talvez a Zilda tenha que fazer nova operação porque houve um acidente cirúrgico com o Tendão de Aquiles.

Mas, nada definitivo.

Amanhã telefonaremos.

Acaba de telefonar o Banda informando que a Zilda está bem e mais animada. Não haverá necessidade de outra cirurgia. Ótimo.

Heloisa chegou do circo e diz que é ótimo.

Como tenho que instalar alguns programas neste computador, apresento o meu cordial boa noite.

 

Sábado, 7 de junho de 1997, 18:49, tempo bom, frio intenso.

Acabamos de vir lá da D. Alda e a velha Protásio continua imbatível: um vento gelado que obriga a gente a refugiar-se nas ruas laterais.

O que me faz lembrar os tempos de faculdade quando eu vinha a pé, no inverno, tarde da noite, Protásio a fora: era de encarangar e, volta e meia eu entrava nas ruas perpendiculares para aquecer um pouco.

Antigamente, quando guri, eu sabia de cor as perpendiculares a partir da Ramiro mas agora já não tenho tanta certeza: Ramiro, Felipe, Fernandes, Telles, Thomaz, Garibaldi, Santo Antônio. Será?

Acontece que o velho Janguta morou na Santo Antônio e na João Telles assim que a gente, que vinha de bonde desde a Glória e descia na frente do Avenida, tinha que saber exatamente onde era para cruzar a Redenção no rumo certo.

Também a minha tropa de escoteiros, a Guia Lopes era na João Telles: palmilhei aquela zona pôr bastante tempo.

E depois, na EPPA, não esqueçamos.

Hoje de manhã retomamos a velha prática de ir na mãe aos sábados depois da feira.

Está tudo bem lá e todos estão empolgados com a casa nova do Imbé.

Também D. Alda está bem, apenas com uma bronquitezinha chata.

Bolão deve retornar hoje de Pelotas porque amanhã está de serviço.

Não haverá churrasco porque a freqüência está diminuída: os Fietz vão a um aniversário em Novo Hamburgo, os Tergolinas ficarão lá no interior e estaremos a Patrícia, os guris e nós.

Haverá lasanhas, pizzas e língua ensopada, prato que gosto muito.

Estes pratos compramos numa loja de patisserie (?) e congelados que está perto do apartamento dos Fietz, naquela ruazinha onde uma vez morou a Clarisse.

Tudo lá é muito bom; as massas vêm de Caxias.

Descoberta da Virginia, no verão passado.

Levamos muitos para a praia mas como são caros, não dá para mantê-los no veraneio quando a gurizada tem uma fome muito intensa.

Está na hora do café e considerando que hoje irá passar um filme muito bom na TV, não creio que retorne.

Boas noites.

O comentário a seguir refere-se ao Bolão.

Ontem ele medisse que tem chances de ficar um tempo no Glorioso como médico militar lá mesmo em Pelotas.

Sob certos aspectos é uma boa, sob outros não porque não irá fazer residência tão cedo.

Veremos o que acontece.

Perguntei se ele queria “peixada “mas não quer e, nas circunstâncias o melhor é deixar as coisas acontecerem.

Penso que o fato de ele não ser reservista pode atrapalhar e até impedir.

Também a idade deve ser fator restritivo.

 

Domingo, 8 de junho de 1997, 17:27, chuva e frio.

Uma tarde de domingo escura e fria, tarde gris, parece até letra de tango , Buenos Aires, té com masitas, estes babados.

Patrícia e os guris vieram almoçar e acabaram de sair; ficaram assistindo Brasil e Itália.

Como de costume, uma porcaria de jogo. Acho que o Grêmio incorporou uma tal dose de suspense no futebol que, quando a gente vê uma partida normal, nem acha graça.

En passant, o Brasil empatou com a Itália.

Nesta tourné, perdeu para a Noruega e empatou com a França e Itália. Andiamo bene.

Hoje de manhã o guri de Santa Catarina, Gustavo – Guga, ganhou o torneio de Rolland Garros.

Assisti ao jogo e realmente o guri é bom demais e, se mantiver o padrão, tão cedo ninguém ganha dele.

Este computador ainda não está 100% confiável. Na verdade o processador tem que ser Pentium senão há sempre possibilidades de chuvas e trevoadas.

Carlos telefonou de la Coté  para a Patrícia dizendo que aquilo lá é um desbunde, não nestes termos.

Durante muitíssimos anos, até à II G.G. a idéia geral das pessoas civilizadas era que o Paraíso ficava no Mediterrâneo francês. Ambiente requintado, viver elegante, pessoas charmosas, hotelaria perfeita, cassinos comme il faut. Saint Tropez, Montecarlo eram o fino da bossa.

Acontece que em illa tempora, só os ricos faziam turismo pôr lá; os burgueses quando muito iam para lugares menos refinados onde seus tornozelos grossos e farofas não chamavam muito a atenção dos mais participantes.

Lembro, para ilustrar o tema, o filme “As férias de M. Hullot”.

A seguir, houve a invasão da bagaceirada americana enriquecida com a guerra.

Ma é interessante ressaltar que eles não duraram na Cotë: depois de uma violenta invasão, quando até uma miss  virou princesa, foram se sentindo desconfortáveis e parece que está se restabelecendo a velha ordem.

A mesma coisa que aconteceu com as estações de banho: todo o mundo pensa que elas caíram totalmente de moda mas, não é verdade, apenas voltaram a ter os seus antigos freqüentadores que querem tudo menos barulho e publicidade.

Como espero que aconteça no Imbé.

Mais detalhes quando o Carlos voltar e der mais informações.

Porque a maioria das pessoas que visitam a Coté limitam-se a informar que a areia é preta e o mar é frio.

Aí fica difícil…

O grau de – sejamos elegantes – mediocridade de viajantes, mede-se e é diretamente proporcional ao número de fotografias que trazem na volta e, principalmente, fazem questão de mostrar, uma a uma para os incautos. Se você atropela o petiço e passa pôr cima daquelas em que a família aparece na frente de uma estátua da avó do Colombo, pode contar que o interessado insiste:

– Estas ainda não vistes.

Eu costumo olhar firme para o galochão ou chona e afirmar, categoricamente que já vi todas!!!

Fotografias são feitas para serem vistas dez anos depois de tiradas.

Como diz o Millor, as fotos têm a notável propriedade de fazer-nos mais moços quanto mais velhas elas ficam.

Eu acrescentaria que fotos atuais têm a característica de mostrar-nos bem mais desarrumados do que somos.

Há uma velha piada sobre o tema: Se você está parecido com a foto do seu passaporte, então está mesmo na hora de tirar férias!

Então tá.

Boas notes.

 

Segunda-feira, 9 de junho de 1997, 18:29, tempo bom, frio.

Não muito frio.

Hoje fui para o centro o que pretendo fazer regularmente a partir de agora.

Ainda não estou caminhando como um aborígene australiano mas devagar vamos.

Fizemos umas correções na placa de som deste PC que estava configurada para oito bytes: é uma placa antiga mas muito boa. Comprei no Office’s Depot.

Ontem esteve aqui o Dr. Eduardo Sá com a estranha notícia de que o fulano que arrendou a fazenda, abriu um hotel lá!

Ou o parceiro é louco ou há algo errado na notícia.

Um hotel – fazenda naquelas latitudes, só se for para atender o pessoal da usina.

Também o contrato de arrendamento não permite estas variações em torno do tema.

Hoje o Eduardo iria esclarecer o imbroglio.

Acaba de telefonar o Juvenal querendo notícias de D. Alda que não atende ao telefone.

O telefone de lá é um problema; nem tanto o telefone quanto os usuários.

O Santana está consumindo água e não posso imaginar porque: vazamento da junta do bloco não é porque o motor está funcionando que é uma beleza.

Mas também não se percebe vazamento assim que temos mais um mistério.

Para bem entender tudo o que acontece com as máquinas latu-senso, a pessoa tem que ser uma enciclopédia ambulante e entender de tudo, mecânica, eletricidade, hidráulica, informática, eletrônica e pôr aí empós.

Sem esquecer as ciências humanas e sociais.

Aquele personagem da novela “Indomada ” que vive perguntando “porque? ”  não é tão louco quanto pretendem os autores e até pelo contrário: acho que ele é mais honesto que a maioria que não pergunta de vergonha ou, como diziam os jesuítas, respeito humano.

Boas notes.

 

Quarta-feira, 11 de junho de 1997, 23:33h. tempo frio, gris.

O Santana estava com a cebolinha do ventilador automático estragada, é claro.

Mandei arrumar e também trocar as borrachas das portas que já estavam todas velhas.

Amanhã pretendemos ir ao Imbé para ver o que está acontecendo com a água cuja conta mensal está um horror.

Hoje os guris da Patrícia vieram para cá ter aulas de desenho; se aprenderem como o Angelo, vão acabar desenhando muito bem.

Carlos já voltou da França.

Aguardemos o destino da próxima viajem, sempre uma surpresa.

Bolão na reta final: mais quatro semanas e terá terminado o curso.

Acho que vou mandar fazer uma placa para ele pregar na frente da casa:

DR JOSÉ A. C. MOURA Fº. MÉDICO.

Daquelas antigas, ovais, brancas com fundo preto.

Pode parecer brincadeira mas o assunto é sério, afinal ele chegou onde queria e foi um longo e difícil caminho.

A placa é merecida.

Creio que nem ele pode ainda avaliar o que isto significa mas o tempo irá mostrar-lhe.

Aliás, em todas as profissões é assim: a primeira vez que chamam a gente de Doutor, corre um calorzinho bom pela espinha…

Penso que ele e Liege, um médico e uma dentista, têm excelentes oportunidades de ganharem a vida honesta e folgadamente.

Mesmo no Barro Duro mas creio que esta fase logo irá passar.

Telefonou o Pingo que pretende fazer vestibular em julho para Informática.

Acho que irei dizer-lhe que o preço do êxito é durar na posição.

Antigamente dizia-se que pedra que muito rola não cria limo mas, quem quer limo?

No mais tudo tranqüilo: hoje houve chá pôr aqui e estiveram o Rolla e o Vares, como de costume.

Helena veio buscar um daqueles vestidos de prenda da Patrícia mas creio que, pela altura dela será uma prenda de mini-saia!

A Helena está quase do meu tamanho.

Sem notícias do Rio.

Hoje resolvi encostar o sapato de salto que estava massacrando a minha coluna e melhorei bastante.

Mais uns dias e estarei caminhando normalmente, se Deus quiser.

Como eu disse, tudo tranqüilo.

Boas noites.

 

Quinta-feira, 12 de junho de 1997, 22:05, tempo bom.

Passamos o dia no Imbé que estava uma beleza!

Mar azul, sol, sem vento, tranqüilo, dá até vontade de ir morar lá.

Em casa tudo bem e nada que indique as fabulosas contas de água que me foram apresentadas.

Devo telefonar segunda feira para a Corsan para ter o resultado da inspeção que irão fazer lá em casa.

Almoçamos no 40, em Tramandaí que, como de costume estava excelente e barato demais.

Cheguei a dizer que, considerando os diversos considerandos, o 40 é o melhor restaurante que conheci.

Nunca a comida está menos do que excelente, o serviço é ótimo, o ponto muito bom e sempre há um bom lugar para a gente sentar.

O forte deles é um espetinho de filé o que, convenhamos, é um prato de luxo em qualquer lugar do mundo.

Agora, pôr R$4,80 e com aquela qualidade, só lá.

É muito provável que em Paris existam bistrôs tão agradáveis como o 40 mas duvido que tenham espetinhos de filé iguais.

Fomos também no novo Camelódromo que está muito simpático.

O Alemão estava em paz e o Barrufi fechado.

Passamos na casa dos Tergolinas cujo pátio está um desbunde.

O pátio e o resto.

Saímos às dez e meia porque tivemos que passar antes no Iguatemi para pegar os óculos da Heloisa e às cinco já estávamos de volta. No caminho compramos uma abóbora de pescoço para fazer doce ide com coco. ( Gozado “coco “não levar acento ).

Antes fomos buscar um casal de canarinhos lá perto da casa da Alba – presente para a Heloisa no dia dos namorados –  mas a mulher que os vende não estava em casa.

Amanhã irei buscá-los.

O que está incomodativo lá em casa é a árvore da Denise que despeja toneladas de folhas em nosso pátio.

Foi uma péssima idéia da Denise plantar aquela árvore que não dá flores, só folhas.

Aliás, coisa que deve ser muito bem refletida antes de executada, ë o plantio de árvores.

E, geralmente a gente se arrepende.

Acho que lugar de árvores é no mato.

Quando falo disso, lembro de uma famosa reflexão sobre os indigenos:

– Índio mora no mato, debaixo do arvoredo.

Frase que resume uma política indianista.

Quanto ao mais, tudo em paz.

Bolão foi a uma janta.

Parece que a moçada que faz estágio no Conceição é muito chegada à festinhas mas ele quase não vai.

Acho que se fosse solteiro o negócio iria pegar fogo.

Deve ser uma maneira de aliviar a pressão em quem faz medicina de ambulatório.

E boas notes que estou com muito sono.

 

Sexta-feira, 13 de junho de 1997, 18:37, tempo fechado para toró.

Nem tinha me dado conta que hoje é sexta feira 13; esperemos que não haja nenhum vírus tarado neste computador.

Está fazendo um calor inusitado o que faz prever toró  que, alias, já; aconteceu no interior do Estado.

Negócio de tempo está completamente maluco e os jornais já noticiaram que o El Niño está se aquecendo para entrar em campo.

Se acontecer teremos um verão daqueles de vento, chuva e frio.

É um saco o tal de El Niño.

Hoje é dia de jogo aqui em casa e tudo indica que seremos seis, nós contra a família Vares.

O João hoje finalmente deu pôr terminada a incrementação deste PC.

É placa de vídeo de 24.000.000 de cores, processador 686, 166MH, monitor Philips, em suma um desbunde. O melhor de Porto Alegre!!!!

Então tá.

Agora começa o meu trabalho de colocar a configuração a minha moda, my way.

Joguinhos, Corel Draw e outros programas interessantes.

O Ângelo passou pôr aqui ao meio dia para pegar uma grana para almoçar com os colegas dele no Mama; ficou de voltar mas não apareceu.

Decerto atrasaram o almoço e já tinham algum jogo de bola engatilhado.

Se a turma do Ângelo come como ele, o Mama hoje está amargando prejuízo.

Está telefonando a Maria Teresa e informando que o Alvinho está ótimo da perna!!!

Esteve anteontem no bruxo que lhe deu alta curado.

Vamos ver as radiografias depois.

Se não houver mais sinais de desgaste da cabeça do fêmur, devo imediatamente informar ao Monik quem, segundo ele mesmo declarou, passará a encaminhar todos os casos semelhantes para o bruxo.

Mas, só com o testemunho da radiografia.

Como diz a Maria Teresa, pode até ser psicológico mas a verdade é que o Alvinho está sentindo-se ótimo.

Hoje esteve aqui o Pinho para um aconselhamento jurídico; está arrasado e chegou às lágrimas.

O pior é que está consciente de que a culpa de todo o imbroglio é dele.

Agora a pouco fomos buscar os canarinhos e são bem bonitos: o macho é branco e a fêmea pintada.

Agora é só dar sumiço na gata.

Daqui a pouco o Brasil joga contra a Costa Rica pela Copa América e como estaremos jogando, vou gravar para ver depois.

Certamente a Costa Rica não é um grande adversário mas com a seleção do Zagalo, as surpresas acontecem.

Este ano a maioria dos países mandou timécos para a Copa América pôr causa das eliminatórias para a Copa do Mundo. O Brasil e o Paraguai, grandes candidatos ao título, estão com força máxima.

O Paraguai é treinado pelo Carpegiani e já está praticamente classificado para a Copa do Mundo.

É um time valente e tem quatro jogadores do Grêmio e do Inter: Gamarra, Catarino Rivarola, Enciso e Arce.

Chamam-me para o bródio.

Até amanhã.

 

Segunda-feira, 16 de junho de 1997, 18:05, frio e tempo gris.

Fim de semana com tempo muito ruim, frio, garoa, chuva.

Sábado à noite fomos ao aniversário de quinze anos da filha do João Pedro lá no Plaza S. Rafael.

Estava muito bom e gostamos bastante.

Domingo tivemos churrasco assado pelo Bolão e com a presença de D. Alda que no sábado fora posar na Patrícia porque estava muito deprê.

Presente o Dr. Carlos Barrios que me trouxe um uísque quinze anos da Europa.

Ë o mesmo que tomamos na semana passada na casa deles, excelente.

A Liege está aí com os guris e deve retornar amanhã.

Hoje fui ao escritório de manhã e senti que se começar a comparecer, começam a aparecer os causos jurídicos que terei que enfrentar porque a grana está ficando curta.

O Angelo veio estudar Geografia mas teve que dar uma saída não sei para que.

Como de noite tem jogo da seleção brasileira, já vi que não haverá tempo para ver toda a matéria.

Com este montão de apelos para diversões que essa gurizada têm, é mesmo muito difícil achar tempo para estudar.

Veremos no que vai dar a geração de meninos ricos da família.

A Isinha almoçou aqui e informou que a casa pré-fabricada que irá montar no terreno ao lado da casa deles, já chegou

Saiu um artigo na Time sobre o assunto.

Na Matriz é a mesma coisa.

Acaba de retornar o Ângelo e vou dar uma parada. Não sei se a Liege e o Bolão vêm pousar mas, pelo jeito, não.

É brabo andar perambulando pôr aí com a gurizada, neste frio.

Boas noites.

 

Sexta-feira, 20 de junho de 1997, 18:10, tempo gris.

Achei que estava atrasado uns dois dias mas a verdade é que não compareço desde segunda feira.

Esta foi uma semana com bastante trabalho no escritório e como peguei a famosa bronca do Vares,

estive sem ânimo para literaturas, mesmo que ruins.

Um registro: se eu fumo nos jogos de sexta feira, ninguém diz nada mas fazem cara feia.

Agora, se o Vares vem jogar com uma baita bronca ( gripe ), infectando todo o mundo, sequer passa pela cuca dos presentes que esta é uma situação muito pior do que fumar.

Chama-se a isto preconceito burro.

Tivemos um caso interessante: Saiu uma foto na Zero Hora de uns malandros que foram capturados pôr roubo.

Um deles, na foto, igual ao Pingo! E, o que é pior: o carro dos meliantes era um Kadete e o sósia do Pingo chamava-se Eduardo.

Telefonei para O Pingo contando o causo e ele, em seguida para a Rachel.

Aí a Rachel notou que as velhinhas da família estavam em concilíabulo no andar térreo e foi ver de quoi s’agitait il.

Verificou que as referidas estavam em pânico, lendo a Zero Hora e achando que o tal bandido era o Pingo!

Bem.

O Dr. Barrios  acha que finalmente conseguiu uma proposta do proprietário para a venda do terreno ao lado de sua casa.

Como sabemos, o referido é chinês assim que eu tenho fortes dúvidas que o negócio saia de imediato.

Ainda vai correr muita água pôr debaixo da ponte.

Principalmente porque, ao que sei, aquele terreno não está cadastrado na Prefeitura.

E, não está mesmo o que significa que não paga imposto e aí a confusão será grande.

Salvo se a Prefeitura mantém rotinas diferentes de registro para terrenos desocupados.

Veremos.

O Ângelo esta semana veio estudar para duas provas.

Em Geografia foi muito bem e diz que em História também o que duvido porque a matéria é terrivelmente desinteressante e muito detalhada.

Para um guri como o Ângelo aprender  os fatores de como a queda do Império Romano do Ocidente resultou no Feudalismo, é realmente um saco.

Também, movidos pôr questões ideológicas, os professores detalham as relações de trabalho entre servos e senhores no Feudalismo, chegando a detalhes que são o cúmulo em matéria de conhecimentos inúteis e cultura de almanaque.

Além do que, o livro texto do Ângelo contém uma série de informações que se não erradas, pelo menos são tendenciosas.

No Feudalismo as relações jurídicas foram tão complicadas, tão enroladas que a não ser pôr diletantismo erudito alguém se atreve a analisá-las.

Donde concluo que o Ângelo não pode ter ido bem na prova mesmo que ele ache que acertou tudo.

Bolão acaba de sair para Pelotas junto com o João e a namorada.

Acho que irão complicar a vida da Liege; salvo se o João for para algum hotel.

O Bolão faz aquelas famosas ofertas cariocas ( passa lá em casa para tomar um café) mas esquece que estamos no Rio Grande: aqui as pessoas costumam levar a sério os convites e até achar que é uma obrigação atendê-los.

Com este frio, na beira da Lagoa, receber um casal de hóspedes às onze horas da noite, é o tipo da surpresa meio rebarbativa.

A Liege vai ter que apelar para os velhos princípio hipies.

Tudo bem.

Hoje teremos jogo no Rola.

Amanhã acontecerão três partidas de futebol decisivas.

Brasil x Paraguai, Inter x Veranópolis e Grêmio x Brasil de Pelotas.

Com o Inter – para variar – aconteceu um fato muito interessante em que o feitiço voltou-se contra o feiticeiro.

Estamos nas semifinais do Gauchão e o Inter jogava a primeira partida contra o Veranópolis no campo dos buona gente.

De cara, fez um golo e tudo indicava uma goleada ou pelo menos uma vitória tranqüila.

Aí os intelectuais- Ibsen, Zaquia etc. – deram uma de malandro: considerando que o jogo de volta seria aqui em POA e portanto uma barbada, mandaram que os jogadores pendurados com dois cartões amarelos, forçassem o terceiro para chegar na final com o Grêmio com o time livre e desimpedido.

Claro que os indigitados eram os melhores do time, os únicos bons jogadores do Bolorau: Arilson, Fernando etc. etc.

Só que o Veranópolis virou o jogo e ganhou!

Agora o Inter vai jogar a segunda partida com os reservas e tem que ganhar para, pelo menos, chegar na prorrogação.

Ou seja, a final do campeonato gaúcho será entre o Grêmio e o Veranópolis!

Não posso imaginar como o Ibsen, o Zaquia e até o Amaury irão sair desta.

Bem.

Ontem, na Seleção Brasileira, também ocorreu um fato inusitado: o Ronaldinho saiu de baixo de vaia e foi substituído pelo Edmundo que entrou e, de cara, fez um golo!

O Zagalo só substituiu o Ronaldinho porque a torcida ficou naquela de “burro, burro “.

Amanhã jogam contra o Paraguai do Carpegiani e o furo é bem mais embaixo.

Veremos se o Ronaldinho joga.

O Romário, depois que foi substituído, simplesmente passou a ser um espectador privilegiado mas é inegavelmente um craque o que não se pode dizer do Ronaldinho.

Boas notes.

 

Terça-feira, 24 de junho de 1997, 01:21, tempo super úmido.

Na verdade ainda é segunda feira para fins deste registro.

Fim de semana quente e chuvoso, combinação clássica do inverno gaúcho.

Assim que ficou-se em casa – o que é um bom programa – galeto no domingo, jogos míles na TV, eventuais visitas.

Visita em dia de chuva geralmente é de povo que mora em apartamento e está de saco cheio com o confinamento e aí vai até em exposicão de artesanato.

Quando nem isto tem, aparecem justamente na hora da tora e, o que é pior, crentes que estão agradando.

O five-ó-clock tea dos ingleses é uma maneira elegante de informar às partes que antes daquela hora, qualquer personagem é mal vindo, se é que existe tal expressão.

Mas se há bem vindo, porque não mal vindo?

Antigamente era muito comum o nome Bemvindo ou Benvinda mas ultimamente não tenho me deparado com personagens ornados com tal onomástica.

O que, convenhamos, não tem a menor importância.

Hoje esteve aqui o Ângelo para me mostrar a prova de Geografia: tirou nove.

Quando ele estuda, sempre vai bem.

Também o Pablo e o Diego vieram para a aula de desenho.

Estão aprendendo e levam a coisa a sério; o Pablo chegou a me perguntar se eu não ia dar o tempo de recreação, antigamente conhecido como recreio!

Interessante: o Pablo tem o famoso algo mais. O Diego ainda está muito preocupado em não errar.

Estou curioso para ver o que eles farão quando começarmos a trabalhar com cores.

Para ensinar pintura acadêmica, luz, proporção, distância, sombra etc. o meu local não é bom mas pelo menos eles ficarão sabendo como deve ser um bom ateliê.

É claro que também não sou professor de Desenho ou Pintura mas o que aprendi na Arquitetura já é um bom começo.

Se gostarem talvez se encaminhem para uma escola verdadeira.

Ainda pretendo batalhar para que o Ângelo faça um curso de Corel Draw porque ele é realmente notável em desenho eletrônico.

A Isinha tem uma colega que é cobra no assunto e vou falar com ela.

Bolão passou o fim de semana em Pelotas junto com o João e sua namorada.

Gostaram muito e o João confirmou as informações do Bolão de que o camelódromo de lá é realmente muito bem organizado e sortido.

O João me trouxer um barbeador portátil chinês, parecido com meu Panasonic, só que muito mais barato.

O Pinho esteve no escritório, inter coetera para ver se não queremos ir a Portugal em setembro.

Deve estar bem de grana.

Segundo a Lei de Falências, só pode viajar com autorização do juiz mas acho que ele não sabe disto.

Dr. Barrios informando que achou um Glenlivet de não sei quantos anos, o melhor de cada lote fabricado.

Chama-se ARCHIVE’S (?) porque as garrafas eram mandadas arquivar em separado como amostra de excelência.

Custa US$200,00 a garrafa!!!

Se o Glenlivet dito comum já é o melhor scotch, imagina este.

Qualquer dia iremos provar.

Também o Carlos está fazendo grandes planos para o terreno que pretende comprar.

Tomara que o chinês não roa a corda.

No mais tudo em paz.

Estou imaginando se posso assumir um trabalho com horário, se pintar, é claro.

Acho difícil porque estou muito preguiçoso.

Ou muito velho o que parece mais realista.

Se der para ir tocando os meus processos e faturar algum para o caviar, sigo assim.

Se não, vou para o mercado de trabalho e temos que admitir que com um currículo até incomum.

Estive pensando porque nunca fiquei rico.

A verdade é que para ficar rico o personagem deve correr atrás do dinheiro e eu sempre corri atrás de conhecimentos.

E devo admitir que na matéria, sou muito mais rico do que a quase totalidade dos circunstantes.

Assim que sou rico de conhecimentos, justamente o que sempre quis.

Ça va.

Lucia telefonou e temos uma belíssima fofoca em andamento.

Na medida em que se desenrole, darei mais detalhes.

Falei com o Banda quem me disse que a Zilda está bem tanto que ontem a Alda lhe telefonou para lhe dar uns conselhos daqueles tipo “teria sido melhor se… ” e levou um chega-prá-lá da Fumagali o que significa que ela já está se recuperando.

A Alda falou com a Heloisa hoje e estava uma arara sem razões explícitas.

Agora já sabemos porque.

Bem, já são duas e dez e vou dormir.

Antes porém uma notável piada do Tom Cavalcante.

Raptor português seqüestra filho de industrial.

No dia seguinte o horrorizado pai recebe uma carta com uma orelha ensanguentada.

Texto da carta:

” Esta orelha é minha: a próxima pode ser a do seu filho!” Assinado: Joaquim.

Boas noites.

 

Terça-feira, 24 de junho de 1997, 19:21, chuva e temperatura despencando.

Hoje é dia de São João mas com a água que está caindo aqui no RGS, fogueira só em lareira.

Ontem estava trinta graus e hoje se estiver doze, é muito.

Não há quem resista.

Hoje resolvi um velho problema que acontecia quando da impressão de determinados textos.

Apareciam uns espaços malucos e não se conseguia chegar a um consenso.

Pensei, pensei e descobri: o drive de 3″ daqui de casa não tem a mesma capacidade daquele do escritório.

O João ultimamente fica muito impressionado com os meus diagnósticos.

Qualquer dia viro guru de carteirinha.

A verdade é que quanto mais galho, mais se aprende.

Dr. Barrios telefonou para que eu analise o PCV do terreno o que significa que comprou.

Significa mais: ele está realizando um dos maiores sonhos da vida dele e isto é bom.

Novidades também sobre ações da Siderurgica. O Carlos pode até tirar parte do terreno com ações.

Os Barrios irão ficar com uma bela propriedade, quase 50m de frente pôr outro tanto de fundo, com a vista mais linda de Porto Alegre.

Virginia baixou ao HMV para uma histerotomia que deve ser feita amanhã de manhã.

Esperemos que tudo corra bem.

O Henrique jantou aqui, uma bela pizza fornecida pelo (Fredi)-Berto.

Não provei mas é mesmo tentadora; o preço é que arrepia, como aliás qualquer coisa da dupla.

Dupla que não é mais dupla, só o Berto.

Falando nisto, o Guga foi eliminado já no primeiro jogo de Wimbledon.

Durou pouco a glória do guri.

A NET pifou e não sei se é aqui ou lá mas tudo indica que é lá.

Boas noites.

 

Quinta-feira, 26 de junho de 1997, 18:37, tempo gris, previsão de frio.

Acabei de chegar do HMV, quarto 440, onde fomos visitar a Virgínia que ontem fez uma histerotomia.

Está bem; estranha-se porque resolveu ficar em um quarto com outra pessoa creio que pôr medida de economia.

Agora chegou o Bolão informando que a colega de quarto da Virgínia acontece ser cunhada da tia Ana!

Mundo pequeno.

Na verdade o quarto é ótimo e até nem se justifica mesmo pagar uma nota alta pôr um pouco de privacidade em período tão curto eis que a Virgínia deve dar alta no sábado.

Veremos o que será dito da experiência.

Uma coisa já é certa: em havendo possibilidade, escolha o Moinhos.

Ontem recebi a grana da Unicar e já repassei ao João a sua parte.

Trata-se de uma devolução de um consórcio, a famosa Pampa, que eu vendi ao João que não pode continuar pagando.

Se eu tivesse lugar para guardar, teria pago todo o consórcio da Pampa, veículo que é de grande utilidade, principalmente quando chega o verão.

História antiga.

No mais tudo em paz. Heloisa deve ficar no Hospital até às oito porque não há lugar para acompanhante.

Como hoje temos jogo da Seleção do Zagalo, verdade que contra os reservas do peru, não creio que retornarei.

Assim que boas noites.

 

Segunda-feira, 30 de junho de 1997, 17:47, frio de rachar, sol.

Sexta com jogo, sábado agitado, domingo ídem.

Sábado visitamos a Virginia no hospital e domingo ela veio para casa.

Almoçamos, na Patrícia. Levamos o Henrique.

Os acontecimentos esportivos predominaram neste fim de semana.

Sábado houve a luta do Tyson x Holyfield na qual aconteceu um fato nunca visto no box.

O Tyson, sentindo que não iria dar para a bolinha dele, mordeu a orelha do Holyfield duas vezes

Primeiro a orelha direita e depois a esquerda e foi de arrancar pedaço.

O cara é louco de atar e penso que com esta encerrou sua carreira de boxeador.

Inclusive parece que não vai levar a bolsa de US$30.000.000,00!!!

Quando passaram aquele filme do Anthony Hopkins em que ele faz o papel de um psiquiatra canibal, muita gente, inclusive eu, achou que os caras estavam exagerando em Holywood.

Pois o Tyson demonstrou para dois bilhões de pessoas que existe aquele tipo de loucura.

Domingo tivemos um grenal de doer de tão ruim e acabou em 0 x 0.

Como eu disse, o Grêmio já era e o Inter nunca foi, assim que o jogo deles dá pena.

Finalmente a Seleção Brasileira que, com uma mãozinha bastante expressiva do juiz, ganhou da Bolivia pôr 3 x1 e, em conseqüência, a Copa América.

O Tafarel, como costuma fazer contra a Bolivia, tomou um peru de arrepiar o cabelo.

O Zagalo, que dizia-se estava pela Bola Sete, botou a boca no trombone e declarou que agora os seus detratores vão ter que enguli-lo até a Copa do Mundo.

E, vai ganhar a Copa do Mundo porque com os jogadores que tem, até o Lazzaroni.

Finalmente hoje de manhã o Brasil perdeu de 3 x 0 para Cuba, no vôlei, o que já é um fato muito conhecido.

Acontece que a Seleção Brasileira é composta pêlos reservas de 96: os bons, Marcelo, Giovani, Tande e o levantador, caíram fora, presume-se que pôr não se enquadrarem com o novo técnico.

Amanhã jogam contra a Itália e vão perder de novo.

Domingo pifou a bateria do Santana e trocamos hoje; registro pôr causa da data de garantia que são dois anos..

Os guris acabaram de sair daqui depois da aula de desenho. O Henrique também anda querendo aulas de desenho e vai marcar hora.

Não sei desenhar mas penso que sei ensinar alguma coisa, não muito.

Acendi a lareira e está bastante agradável aqui; acho que faziam uns dois anos ou mais que eu não acendia a lareira.

Aí pelo interior tem feito um frio danado e a previsão é que continue.

Já estou caminhando normalmente.

Amanhã pretendo ir para o escritório e também visitar o Cavalieri.

Ontem telefonou o Bagé lá da fazenda da Bahia e fala-se perfeitamente.

Imagino que domingo de tarde na fazenda deve ser um saco e a grande pedida é telefonar para os amigos.

Assim que estiver 100%, vou dar uma chegada lá para ver as grandes melhorias que o Bagé tem feito.

Hoje morreu o canarinho decerto do frio.

Não temos muita sorte com pássaros.

O Bolão parece que, terminado o estágio oficial, irá fazer um outro no Clínicas, em Obstetrícia.

Acho muito importante que um médico do interior conheça bem obstetrícia porque partos deve ser o que mais acontece.

Estamos em notícias dos Tergolinas; ao que sei, o Pingo  pretende fazer novo vestibular em julho para Informática, na PUC.

A casa pré-fabricada da Isinha já está sendo montada no terreno ao lado da casa deles.

Também o Dr. Carlos fecha o negocio do terreno esta semana.

Os Barrios irão ficar com uma chácara na Coroados, mais de 2500 m2.

Dá até para criar umas vacas de leite.

Mas o que o Carlos quer é montar um complexo esportivo com canchas de tênis, vôlei, futsal etc.

Sem dúvida uma idéia excelente.

Com a piscina ao lado, e uma boa churrasqueira, terão verões concorridos.

O Alemão Uebel fez algo semelhante e realmente ficou muito agradável.

Vou lembrar ao Carlos que deve haver alguma previsão para eventuais garden parties, particularmente no que concerne à instalações hidráulicas e elétricas.

Os médicos adoram garden parties à luz de tochas.

É ferramenta de trabalho, relações públicas.

Estamos ficando iguais à matriz.

Pena que o período útil de trabalho da minha geração aconteceu junto com a miserável da inflação.

Hoje, um bom profissional liberal, pode enriquecer com dignidade.

Bem, são os fatos da vida.

En passant, hoje Hong Kong volta ao comando da China e não posso imaginar o que irá acontecer.

Afinal a China ainda é comunista e Hong Kong é o próprio símbolo do capitalismo ocidental.

O povo acha que nada irá acontecer mas eu acho que tudo irá acontecer.

O embate entre a burocracia socialista e o liberalismo britânico vai gerar muito desconforto e muita grita.

E, não demora muito.

É mais ou menos a mesma coisa como Miami passando a ser uma cidade do estado de Alagoas.

Os aratacas iram partir para uma depenagem geral, roubar tudo que estivesse à mão.

Agora imaginem os velhos e denodados chineses, com 6.000 anos de experiência em gatunagem, recebendo aquele tesouro de piratas, transbordando de riquezas.

Vai ser uma festança no arraial.

Só não sei o resultado final porque os interesses das ditas grandes potências são grandes pôr lá.

Mas que vai dar muito arranca – rabo, vai.

Quanto ao mais, tudo em paz.

Hoje, para a janta, teremos uma bela sopa de ervilhas com bacon.

Ainda esta semana pedirei à Alba que faça sopa de feijão com pimentão que também é um senhor prato.

Acabei de falar com a Virginia que me disse que hoje teve um desmaio; os médicos consultados disseram que trata-se de uma queda de pressão decorrente do fato de ter estado muito tempo deitada.

Esperemos que não se repita.

Pensamos que teria sido melhor se Virgínia tivesse vindo do hospital aqui para casa mas ela achou melhor ir direto para casa.

Em havendo outras pessoas junto não há problemas mas tendo que ficar só, podem acontecer acidentes como este.

É isto aí.

Boas notes.

 

Quarta-feira, 2 de julho de 1997, 17:06, frio e chuva.

Presumo que este bolha deste computador está atrasando o reloj. Pelo menos nunca confere com o meu..

Tem feito um frio de rachar e agora, com a chuvinha, embolou o meio de campo.

Hoje de manhã fui visitar a CR, uma empresa que fiz para o Cavalieri.

Fiquei muito satisfeito com a recepção; o povo de lá é todo oriundo da ECOBRAS assim que me receberam com muita alegria.

Vão bem e decerto irão ainda melhor. Com a Economia estável, as empresas de Engenharia têm boas chances de irem bem.

Com inflação, é quase impossível.

A lareira está acesa e realmente aquece bastante; aqui nesta peça, sem lareira, é de rachar.

Relendo os registros do ano passado, verifico que em termos de clima, estamos iguais.

Uma das coisas boas de registros como este é que, de vez em quando se dá uma olhada no que aconteceu nos anos anteriores nos mesmos dias.

Pareceu-me que em 1996 eu fazia muito mais comentários de ordem geral e muito mais inteligentes.

Este ano estou meio burro e totalmente repórter.

Pode ter acontecido que o gesso, além da perna, imobilizou também o meu cérebro.

Vou comunicar o fenômeno ao Friedman para que ele alerte seus clientes.

Hoje aconteceu um fato estranho no vôlei: o Brasil venceu fácil a Holanda.

Como temos Grenal agora de noite, tomara que o fato não se repita ou seja uma zebra de grandes proporções.

O Inter é a zebra.

Telefonei para o Ângelo para aconselhá-lo a não ir ao estádio hoje – é no Beira Rio – mas ele estava jogando bola.

Falei com a Isinha e está tudo bem.

O telefone da Virgínia hoje não está atendendo: acho que ela desligou o som porque imagino o número de telefonemas que deve estar recebendo.

Acaba de telefonar o Paulo informando que o telefone deles está pifado e que está tudo bem.

Bolão foi a uma festinha e o João trocou o disjuntor que estava pifado.

Heloisa ainda não veio do chá que hoje é lá no Vares.

O Vares mudou-se para o apartamento ainda em obras de modo que as coisas ficam meio complicadas para as eventuais visitas.

Falando em visitas, ontem telefonou o Renato dizendo que irá me trazer umas linguiças e pedindo para que eu faça um churrasquinho.

Esta história do churrasco repete-se desde o ano passado e como é um fato inusitado, creio que entra aí as bruxarias do Renato.

Acontece que ele e D. Vina têm lá pôr Bagé um guru que aconselha determinados procedimentos.

Tem guru nesta insistência do Renato porque ele não é disto e, quando vem a Porto Alegre, pôr razões óbvias, prefere ir comer na Santo Antônio.

Vai ver que, do ponto de vista do guru, o meu churrasco dá sorte.

Quem também tinha um vidente era o Ingo.

Geralmente são pessoas bem intencionadas que desejam apenas o prestígio da função, digamos assim.

Mas, às vezes surgem uns vigaristas e se aproveitam forte da credulidade alheia.

Ainda estes dias lembramos um caso que ficou famoso no Brasil e que atingiu um amigo das Torres Gonçalves.

O cara era riquíssimo, herdeiro do laboratório que fabricava o Elixir de Nogueira e foi depenado pôr um malandro, ex – oficial da Aeronáutica que se auto – denominava… não lembro mas a Heloisa sabe.

Aliás, na época, década de 50 – 60  o pessoal da FAB, a maioria dos quais tinha servido na FAA, enriqueceu o fabulário, da vigarice nacional.

Além do profeta aí de cima, tivemos o famoso caso das “Filipetas ” que consistia em comprar carros à vista pôr um preço absurdamente alto, pagando em letras chamadas ” filipetas”e vender a longo prazo em suaves prestações.

O nome “filipetas “decorre do inventor do sistema o Ten. Av. Felipe não sei das quantas.

O negocio foi um sucesso nacional e era só do que se falava no Brasil.

Até que estourou!

No fim, a malandragem das partes era tanta que tudo acabou em galhofa.

Mas o Felipe ficou riquíssimo.

Como não tínhamos nenhum mecanismo de defesa legal para controlar tais malandragens e o povo era muito igênuo, os golpes proliferavam com enorme sucesso.

Nunca esquecer que o nosso Sistema Financeiro surgiu depois de 964, pôr  iniciativa do Roberto Campos, Ministro do Planejamento do Castelo Branco.

Não havia Banco Central, CVM, legislação financeira, nada disto.

Cada um montava seu barraco como bem entendesse, sistema inglês.

Só que no Brasil – como em Portugal – sistema inglês não dá certo.

Português, sabemos, é um inglês que não deu certo.

Penso que, ao final, este foi o grande problema da estrutura montada pelo Roberto Campos: uma concepção perfeita e principalmente ética como convém ao liberalismo mas uma execução apatifada em todos os sentidos.

O BNH foi uma concepção perfeita: Instituiu-se o Fundo de Garantia do Trabalhador que é uma massa incrível de recursos.

Estes recursos seria – seriam – usados para a construção de casas dos trabalhadores que remunerariam o empréstimo no mesmo valor que o fundo pagava aos participantes.

Perfeito!

Só que as construtoras faliam pôr incompetência ou pôr não quererem dar grana para os fiscais, ninguém pagava as prestações, uma zorra.

No início tudo funcionou direitinho mas depois que o povo aprendeu o caminho da sacanagem, o sistema se foi águas a baixo.

Uma pena porque a oferta de imóveis era tanta que os vendedores ofereciam um monte de vantagens para quem comprasse.

Lembro que fomos ver uns apartamentos ao lado da PUC, Jardim Guanabara, se não me engano.

Os caras vendiam sem entrada e ainda davam seis meses de prestações quitadas.

Ninguém comprava porque era muito longe…

A inflação ajudou e muito a acabar com a festa porque nunca se sabia qual o valor da prestação seguinte.

Concordo com o Fernando Henrique que nada é pior pra a Economia do que a Inflação.

Tomara que não volte, apesar do esforço que as esquerdas burras fazem para torpedear o Real.

Penso que recém agora, depois de três anos, as pessoas estão aprendendo a viver em Economia estável.

Penso também que tudo tende a melhorar.

Se saírem as Reformas Constitucionais que ainda faltam, o segundo termo do FH vai ser glorioso.

Bem, vou ver o Jornal Nacional.

Boas noites.

 

Quarta-feira, 16 de julho de 1997, 18:23, chuva.

Até eu me surpreendi com o tempo em que estive parado sem fazer nenhum registro.

São duas semanas!

Aconteceu que deu galho neste computador, pifou o famoso processador 686 mas até chegar-se ao diagnóstico correu um eito.

Agora estou com um Pentium 166 e esperemos que só de galhos de adaptação.

É que configurar tudo o que está instalado não é bem assim.

Não me parece que tenham havido fatos de grande relevância ou imprevistos mas cabe registrar que o Bolão terminou o estágio muito bem e voltou para Pelotas para receber o canudo e estudar para o exame da AMRIGS.

Hoje tivemos notícia que as coisas lá est          ão complicadas com o Barro Duro alagado, as crianças e a empregada baleadas.

Bolão está na Logística e aí falta tempo para estudar.

Tentamos descobrir a data da formatura nas não conseguimos: a Faculdade informou que ele não participará da solenidade pública porque preferiu receber o diploma no gabinete do Reitor e isto eles não sabem quando acontecerá.

Acho que passei um mês arrumando o Osvaldinho para imprimir: os galhos maiores aconteciam nos recuos para diálogos: acabo de descobrir que, com um comando simples se resolve o problema!

É brabo mas não havia nenhum manual que ensinasse o macete.

Repete-se uma velha evidência: você deve conhecer profundamente o programa com que trabalha e a verdade é que a maioria conhece pela rama, datacontrol, não consegue extrair nem 10% do que o programa lhe oferece.

A regra é: se alguma operação deveria poder ser feita e não é, então o problema é seu que não sabe realizá-la. Tente até descobrir.

E, principalmente: você deve conhecer o significado das palavras que são usadas.

Em processadores de texto, feitos para editoração, se você não conhece o significados dos termos, a coisa fica muito mais difícil.

Também devo registrar que aumentou o trabalho no escritório e a conseqüente possibilidade de faturar uns pilas.

Virginia está melhorando já está quase entrando no quotidiano normal.

A mãe levou um tombo feio que lhe deixou muitas dores mas, surpreendentemente, não teve nenhuma fratura. Certamente não tem osteoporose.

Temos tido notícias da Zilda que está bastante down; a verdade é que a cirurgia que fez não é sopa.

  1. Alda está muito bem.

Os guris continuam com suas aulas de desenho; Pingo fazendo vestibular para a PUC em Informática e, ao que sabemos, indo bem.

Angelo sofrendo com o Grêmio que está no fundo do poço; Lucas com a liberdade restringida pôr razões de desempenho escolar.

Helena bem e o Alemão com gripe como a maioria das pessoas.

Os guris do Bolão, já disse, baleados ídem com gripe.

Aliás o tempo anda bem maluco porque dizem que se está armando o famoso El Niño.

Com atividade vulcânica exarcebada, e terremoto pôr tudo quanto é lado, é bem possível que a temperatura da água do Pacífico aumente e aí vem o tal de El Niño.

O que significa verão com chuva.

Como a gurizada entra de férias no sábado, estávamos pensando em ir para a praia mas do jeito que vai o tempo, não me parece razoável.

Em termos nacionais, o que está complicando são as greves da Polícias Militares.

Aí, o governo que é contra o Exército – não esquecer que o FHC e a sua turma foram subversivos – tem que apelar para o Glorioso que está sucateado embora não se deva espalhar isto.

Os caras esquecem que não há direito sem força.

Só que o Exército está bem pior do que as PM.

Os oficiais da Brigada, conforme publicado pôr eles, ganham três vezes mais do que os do mesmo posto no Glorioso.

O que surpreende e choca é a diferença dos ganhos dos oficiais para aqueles dos praças.

Uma vez, creio que no governo do Sarney, foi proposto ao Exército o mesmo critério mas os generais não aceitaram e com razão.

O que acontece nas PM é que os oficiais geralmente provêm da ralé e estão a fim de acertar as suas vidas.

O tema é meio complexo e já foi objeto de estudo em minha turma de Estado maior quando verificamos que somente se candidatavam para a AMAN pessoas das camadas sociais e econômicas mais baixas.

O que aconteceria quando estes pátrias chegassem aos postos superiores?

Acreditávamos que iria acontecer exatamente o que aconteceu com as PM; os caras usam do poder de intimidação que têm para forrar o poncho.

A preparação moral e intelectual de um oficial de carreira é uma coisa muito séria porque a nação entrega para ele o poder de subjugá-la.

Agora, o que irá acontecer é que o Governo irá convencer-se de que nenhum país subsiste sem forças armadas capazes de dar força ao Direito.

Como aliás já aconteceu com o SNI: depois de destruí-lo, o Governo chegou à conclusão que não pode governar sem um excelente serviço de informações o que  já tínhamos.

Se não sabem, quando o Collor assumiu, o SNI foi completamente destruido, móveis e equipamentos foram atirados pelas janelas, arquivos queimados, prédios vandalizados.

Claro que não interessava ao Collor manter um serviço que iria descobrir suas patifarias muito mais rápido do que o motorista aquele.

Aliás nem era descobrir, era expôr. O SNI já tinha um dossiê dele que assustaria até a um capo di mafia.

Bem.

Estou fazendo uma associação para o Indiana, algo relacionado com o Taimbé e as atividades turísticas dele.

Daqui a pouco irá passar pôr aqui para acertarmos detalhes.

Não gostei do nome e vou tentar mudá-lo.

Vou ver se despacho o Indiana rapidamente porque hoje joga o Grêmio e se perder a coisa fica muito feia.

É contra o Portuguesa lá em S. Paulo.

Amanhã de tarde pretendo ir tomar um mate com o Napoleão que está empolgadíssimo com uma teoria que bolou sobre a origem do Universo e quer minha opinião.

Diz que atende a todas as hipóteses.

Claro que não tenho condições de julgar teorias sobre o Universo a não ser que haja um fau muito violento.

Lucia escreveu pedindo que eu escreva umas contra-razões para uma crítica avacalhativa que foi publicada no Rio sobre o filme “O Egípcio “.

É um filme muito antigo, com o Victor Mature imaginem, e não é nenhuma obra de arte assim que soa meio ingênuo e até tolo.

Acontece que o crítico não leva em consideração este fato e faz ironias de gosto suburbano o que irritou a Lucia que, decerto amou a película como diria a mulher do Ipiranga Pitiguari.

Pôr sinal que hoje a novela vai apresentar um capítulo que é um must.

Vou ter que gravar para assistir depois.

Bem.

O Tergolina foi para Milão e só deve retornar no fim do mês.

Carlos fechou o negócio do terreno e já pagou a primeira parte.

A casa pré fabricada da Isinha já está quase pronta.

Creio que pôr hoje é só; se não coloquei em dia as semanas passadas, pelo menos andei perto.

Boas noites.

 

Quinta-feira, 17 de julho de 1997, 21:48h, tempo frio e nublado.

Acabo de falar com a Isinha que, via Rachel, ficou sabendo que o Pingo passou em Informática na PUC.

Nenhuma surpresa: pena que ele não tenha feito direto para a URGS no verão passado.

O curso de Informática da URGS, para evitar que os alunos se distraiam do curso e vão trabalhar fora, concede bolsas de valor razoável.

Mais uma vez registremos que o medo é um sentimento que não constrói nada.

Dia normal, à tarde fui até o apartamento do Napoleão para conversarmos sobre a teoria de Cosmologia que ele está montando.

Como eu disse, não tenho condições de analisar mas, do que eu vi, e entendi, é bem interessante.

Vamos ver como progride.

Telefonou o Pingo confirmando a sua aprovação.

Ontem o Grêmio levou 3 x 0 do Portuguesa e como não ganha a doze jogos, sobrou o Evaristo.

Não creio que o Grêmio consiga se recuperar; a culpa é da deretoria que vendeu os jogadores bons e não adquiriu outro de igual talento.

História antiga.

O Angelo deve andar de crista caída.

O que está ficando feio são as greves das PM.

Já houve confronto a bala em Maceió.

Aqui, hoje, não teve Brigada na rua. Quando os ladrões se aperceberem do que está acontecendo, vai ser uma festa nos bancos.

Já houve um caso semelhante no Canada há uns quinze anos atras e os resultados foram terríveis.

O carro da Heloisa está com o João que foi a Flores da Cunha terminar a manutenção dele.

Hoje telefonou a Ana do Renato preocupada com a situação.

O Eduardo prometeu liberar a hipoteca da Fazenda de Bagé em um mês o que me parece uma perspectiva otimista.

Acho que liberar a Fazenda, sem prazo, já é uma perspectiva otimista mas não disse isto para a Ana.

Telefonei para a Lu que está de aniversário; penso que faz 23 anos.

Heloisa telefonou para o Mario que nasceu no mesmo dia, no mesmo hospital mas em circunstâncias completamente diferentes.

Uma longa história.

Bem, vou aproveitar que hoje os filmes estão brabíssimos e escrever para a Lucia sobre o tal crítico de “O Egípcio “.

Antes tenho que dar uma olhada na história das religiões para ver o que consta a respeito de Akenaton quem, ao que sei,  além de coisas mais sérias, foi casado com Nefer Nefer e sogro de Tutankhamon.

Assim que boas noites.

 

Sexta-feira, 18 de julho de 1997, 22:07h, frio, nublado.

Hoje não tivemos o clássico joguinho das sextas feiras porque a parceria ou está envolvida com outras coisas ou fora de contato.

Quem veio pousar é o Angelo.

Frase gozada, não? Mas, creiam, certa.

Saiu a relação dos aprovados da PUC e fico sabendo que o Pingo fez vestibular para Adm. Empr. e Análise de Sistemas.

Ele deve estar pensando que isto tem a ver com Informática mas creio que está enganado.

Na minha opinião isto é curso para analfas mas, respeitemos as escolhas alheias.

Mesmo que fundamentadas em premissas erradas.

Enquanto escrevo estou ouvindo um CD muito bom; neste momento tocam Stormy Weather.

Pena que não seja cantada pela Lina Horne.

Eu devia ter uns doze anos quando comprei o disco da Lina cantando Stormy Weather e A Foggy Day in London Town, um 75 rotações.

Negócio muito sério.

Tanto que tive que vender no sebo uma gramática latina para comprá-lo.

Era uma joia mas, numa sessão de garagem para ouví-lo num picape, como chamávamos, alguém sentou em cima e quebrou.

Também foi um negócio muito sério; tanto que fazem uns cinqüenta e picos de anos e ainda não esqueci.

Estes dias vi a Lena na televisão e está muito bem só que as musicas que canta já não são do calibre das que cantava.

O CD é da Orquestra Tabajara, famosa nos anos quarenta e cincoenta e que está retornando.

Fomos a vários bailes em que tocou a Tabajara.

Lembro o nosso Baile do Adeus e o da formatura da AMAN, em Quitandinha.

A Tabajara abria os bailes tocando o Guarany em ritmo de samba, algo inesquecível.

Os caras são realmente muito bons.

Logo teremos um revival das grandes orquestras tipo Beny Goodman, Xavier Cugat, Harry James etc.

Aqui em POA tinhamos o Aderbal, onde o Banda tocava, o Baldauff e outras de menor expressão.

Hoje seria fácil montar uma grande orquestra com o povo da OSPA.

Em um casamento naquela igreja em que a Virgínia casou, ouvi um trumpete excepcional.

Fui lá perguntar e o musico, um argentino, me disse que era da OSPA.

E, não era o primeiro trumpete.

Que tal montar uma orquestra assim com a Denise Laude de vocalista?

Idéias temos o que não temos é peito.

Imagino o sucesso que não seria reviver o Baile do Perfume como era em 50.

Talvez servisse até para os metaleiros e afins verem que há coisas bem mais bonitas, agradáveis e elegantes do que raps e funks.

Acho a musica, o ambiente, o enredo e principalmente os personagens de funks e raps um ponta pé nos bagos da Humanidade.

Então aqueles de São Paulo e subúrbios da Central, no Rio, são a escória do lixo da raça. Humana!

Aqueles caras fedem.

O que está ficando ruim é a greve das PM: já está se alastrando pôr todo o Brasil e isto vai acabar mal.

O PT está cada vez acirrando mais a oposição ao governo, entrando pôr caminhos da mentira, da intolerância e da ameaça.

Já vi este filme mais de uma vez.

Faz lembrar a conhecida história dos saguis e das jibóias.

Os saguis, quando vêm uma jibóia ficam em roda dela enchendo o saco, gritando, cutucando até que a jibóia resolava comer um deles.

Aí vão embora aos guinchos, desesperados.

Então tá.

Acho que vou dormir porque estou com muito sono: noite passada, não sei porque cargas d’água, não consegui dormir.

Acho que o trabalho para a Lucia sobre o Akenathon me deixou com a cuca a mil.

Então boas noites.

 

Segunda-feira, 21 de julho de 1997, 21:48h, tempo chuvoso.

Tivemos um fim de semana chuvoso, de sexta até agora.

Sábado Isinha veio almoçar com o Angelo e o Lucas.

Havia muqueca de abrótea e idem frita, mais ou menos.

De tarde fomos na mãe que não está se recuperando bem do tombo.

Domingo, churrasco.

O Scliar publicou domingo a carta que escrevi para ele a respeito do Badanha.

Napoleão telefonou para dizer que quase se mijou de tanto rir com o Osvaldinho.

Como se depreende, literatura em alta.

Falta só a Lúcia manifestar-se sobre o Dudu.

A Alba entrou de férias nestas duas últimas semanas de julho. Registro para que no ano que vem não hajam dúvidas.

Foi paga de tudo e até um pouco mais eu acho.

Hoje de manhã fui para para o escritório e de tarde lá para a mãe que andou dando umas rateadas.

O Carlos acha que houve alguma esquemia pequena e pretende baixá-la amanhã para exames mais detalhados.

Hoje de tarde a mãe estava muito bem a não ser as seqüelas do tombo que ainda lhe causam muitas dores. Mas, conversou bem, comeu uns bolinhos de chuva e, quando saímos estava assistindo à novela das seis.

Beto e Bia estavam lá.

Os dois são como filhos e realmente sentem muito quando a mãe não está bem.

Veremos o que dirão os exames.

Quando a Saara estava mais atucanada com a mãe, a tia Honorina telefonou para dizer que havia sonhado que a mãe tinha morrido…

É o famoso elefante em casa de louças…

Notícias de Pelotas esclarecem que a formatura do Bolão será dia quinze de agosto em cerimônia particular na Reitoria.

Se é como ele quer, assim seja.

Estão bem em Pelotas, dentro das possibilidades gripais e, ontem foram almoçar fora porque era aniversário de Liege.

Continua o assunto da Brigada Militar mas o mais interessante é que até agora ninguém sentiu falta dos brigadianos nas ruas.

Bobeia os caras perdem o emprego…

Lá pelo Nordeste a coisa está mais encardida, principalmente em Pernambuco e Alagoas.

O PT. CUT, MST, PDT estão marcando grandes manifestações contra o Governo, aproveitando os movimento das polícias.

Este é o grande problema do PT e das esquerdas: os caras são muito burrros.

Não percebem que estão cooperando para um Estado de Emergência que não será nada bom para eles.

Ou, o que é ruim: o FHC resolve dar uma de esquerda, perde o controle da coisa e aí a vaca vai para o brejo.

Pior se os caras da esquerda radical resolverem partir para o confronto o que parece uma idéia maluca mas não é.

Lembro que ontem houve uma assembleia do PT aqui em POA e a ala da Luciana Genro e outros maluquetes ganhou disparado dos chamados moderados tipo Tarso Genro, Fortunati etc.

Os caras são doidos de atar e, em conseqüência, a idéia de partir para a porrada já deve estar até circulando entre eles.

Imagino as Cony da vida fazendo um Estudo de Situação e concluindo que é agora ou nunca eis que o dispositivo policial está desmantelado e o Exército na maior penúria porque há uns seis anos não tem verbas nem para comer quanto mais para comprar armamento e munições.

Ledo engano.

Já se foi o tempo em que se pegava o Glorioso de calças na mão.

As experiências anteriores são muito recentes e muito expressivas.

É bom lembrar que os milicos da Argentina estão loucos para defenestrar o vigarista do Menem.

Aí começam as confabulações, o negócio vai crescendo, saindo do controle e logo aparece um maluco que acende o rastilho.

Permito-me registrar que o chefe do EMFA americano esteve ontem em Brasília conversando com o FHC.

Já vi este filme em 64, com outros atores: Dulles, Wernon Walters etc.

Em fins de março de 64, lá pelo dia 28 ou 29, o Walters veio a Porto Alegre para rever velhos amigos

particularmente o Adalberto que comandava a 6ª DI e que era o chefe dos revolucionários, só que ninguém ainda sabia.

Eu estava lá no Gabinete do Comando da DI quando o Walter chegou e só falava em caçar perdigões no Rincão.

Tudo muito parecido e os sobreviventes estão todos com a mesma impressão.

Hoje houve até um panelaço em São Paulo, igualzinho como em 64.

E todo o mundo no pé dos milicos: porque vocês não tomam conta para acabar com a pouca vergonha destes políticos corruptos etc. etc.

A turma geralmente acha que quando os Democratas estão no poder nos USA, não há perigo de quarteladas na América Latina.

Na verdade, só o presidente é Democrata, o Congresso  é Republicano.

E, há muito dinheiro americano rolando aqui dentro e, quando se trata de defender os interesses dos nativos, sempre apela-se para a política do big stick.

Também porque a pressão contra o Clinton é enorme pôr suas eventuais safadezas sexuais.

Bobeia os caras forçam a uma renúncia como aconteceu com o Nixon.

Um quadro meio sombrio.

Aguardemos.

Infelizmente não há nenhum lado que mereça apoio: a Democracia brasileira é realmente uma vergonha mas a opção pôr eventuais governos fortes também não resolve porque, afinal, somos todos vinhos da mesma pipa.

Alias nós não: os gaúchos somos diferentes e uma solução que pode aparecer será a do separatismo.

Daqui a pouco alguém se lembra dessa saída honrosa.

Também não será novidade.

Então tá.

O resto do povo todos bem: consta que o Pingo foi para a praia, acho que de férias.

Com esta chuva de quase uma semana, o Imbé deve estar uma beleza.

Hoje, quando fui comprar sacos de lixo lá perto da antiga Mesbla, desfilei pela Volunta e uma coisa que me espantou foram os preços!

Artigos chineses, principalmente roupas, pôr preços tão baixos que a gente nem acredita.

O Lucas comprou uma calculadora bem boazinha pôr R$1.99!

Há de tudo e se as coisas continuarem assim, os chineses tomam conta do mercado mundial com um pé nas costas.

O que é mais interessante é que eles estão com uma tecnologia muito boa, melhor que a dos japoneses quando invadiram o mundo com seus radinhos de pilha.

Todo o mundo ria daquelas porcarias japonesas mas olha no que deu!

Agora o chineses vêm muito mais a fu e com tecnologia mil vezes superior.

Não vai sobrar ninguém a não ser que os caras consigam fazer melhor e ainda mais barato.

Um dos maiores assaltantes do Brasil sempre foi o setor de confecções: a gente nem acreditava nos preços com que os sacanas abriam as temporadas.

Todo o mundo dizia: “Os caras enlouqueceram “!

Acontece que com uma inflação mensal de quase três dígitos, os safados acabavam pôr vender seus bagulhos e aí tinhamos o fenômeno de “grandes empresários “ tipo Ana.

Agora, se formos comparar o preço das roupas chinesas com as nossas, iremos verificar que os caras realmente eram uns assaltantes.

Esperemos que vão todos para o brejo. Como merecem.

Lembram o setor coureiro calçadista? Foi um Deus nos acuda quando da paridade do dólar porque os pintas faturavam em cima do  paralelo: exportavam para suas próprias empresas no Panamá pôr um preço baixo e depois reexportavam para os USA pôr valor bem mais alto.

Como o Panamá é paraíso fiscal, o que sobrava ia tudo para o paralelo com lucro finaceiro de até 50%

E aí, os filhos da puta dos coureiro calçadistas invadiram os locais antes destinados à pessoas mais esclarecidas e educadas e passaram a exibir seus tornozelos grossos na praia enquanto comem milho.

Mas agora, para não explodirem de vez, tiveram que recambiar seus dólares e, subitamente toda aquela bancarrota que inundava os noticiários de TV , sumiu!

O que foi atribuído à grande capacidade de recuperação, ao tino empresarial dos referidos.

Mais vivos mas não menos safados, foram os caras da Azaléia que, quando sentiram a truta, foram à China e encomendaram centenas de milhares de pares de sapatos com a marca deles, a US 2, 00 o par.

Tudo gente finíssima.

Alerto que os próximos a se ralarem vão ser os vigaristas da Industria Farmacêutica, na totalidade uns piratas de fórmulas e carcamanos de ingredientes.

Carcamano vem de acarcar a mão no prato da balança, roubar no peso.

O mercado farmacêutico é mafiosíssímo mas os caras exageraram e o pessoal já está começando a chegar lá.

Ainda hoje ouvi um debate no radio e me parece que a mocidade está na pista certa.

Daqui a pouco os caras se acordam e publicam um decreto dizendo que a venda de remédios aprovados pela FDA é livre no Brasil.

O que seria uma garantia para o consumidor e um pontapé nos bagos dos ladrões da Industria Farmacêutica nacional.

Como se vê, à semelhança dos barbeiros e motoristas de táxi, estou capacitado a resolver boa parte dos problemas nacionais.

Boas notes.

 

Quarta-feira, 23 de julho de 1997, 19:02h. tempo melhorando.

Hoje abriu um sol que anima um pouco a gente.

Como eu tenho que ir até à praia, levar a precatória da tia Honorina, tomara que o sol continúe.

Acabou de telefonar a Bia para dizer que as casas do Beto e da Saara foram arrombadas no Imbé.

A mãe ainda não conseguiu baixar para fazer os exames; a Bia pediu também para verificarmos se a Heloisa não trouxe os óculos da mãe trocados porque ela não está enxergando bem com os que estão lá…

Como Heloisa está no chá, aguardemos e chuliemos para que realmente tenha trocado.

Hoje liguei a estufa a gaz que parece ser muito boa.

Também mandei cerzir o meu casacão, o que só registro para não esquecer: fica pronto dia 30.

Afinal, como se escreve “gaz “?

Será gas? Ou gás?

É gás!

A Varig preferiu pagar r$800,00 para o Carlos ao invés de dar-lhe uma passagem para Miami.

Assunto resolvido sem danos materiais para o Carlos que já havia se ressarcido via Cartão de Crédito.

Os guris e eu ficamos no prejuízo porque eles não receberam os brinquedos e eu o sapato Scholl que, nas atuais circunstâncias, faz falta.

Li a carta que o Carlos escreveu para a Varig e a minha teoria foi confirmada: a gente só fala e escreve bem na língua materna: não chega a ser um Portunhol mas anda perto.

Acabo de descobrir porque a VIARS não consegue funcionar neste computador: é a placa de vídeo.

O João coloca o que há de mais moderno, a placa de vídeo é 4Mg, e aí dá galho.

A anterior era 0.5 Mg.

Teremos que reconfigurar os jumpers da placa.

Fica-se satisfeito quando se descobre  a razão de um galho como este que estava dando dor de cabeça.

Situação geral da Bulgaria, péssima.

Ontem os MSD, empurrados pelo PT invadiram a área destinada às instalações da GM, justamente no dia em que a direção da GM veio anunciar as fornecedoras de peças e expor o cronograma das obras.

O presidente da GM comentou que parece que o Rio Grande do Sul não quer a empresa aqui.

O PT se desgastou muito com isto.

Como costume dizer, o PT é burros demais.

Burros mesmo, no plural!

Se a GM desistir, a casa cai.

Fora os pobremas que o pessoal do meio ambiente está criando.

Deve ser cômico para os americanos verem a sujeira que se acumula nas margens do Gravataí e ter que engolir quinhentas mil exigências da SMAM ou algo assim.

A maior poluidora é a falta de cultura e a miséria e, nisto somos imbatíveis.

Bem, vou começar a janta – um carreteiro – porque já senti que D. Heloisa irá se atrasar.

Ficam para amanhã umas considerações sobre o Brasil Legal de ontem.

Boas noites.

 

Quinta-feira, 24 de julho de 1997, 17:30h., tempo bom.

Hoje resolvi o processo Kerber e, espero, o da Viviane também.

Chego à conclusão que, mesmo levando a advocacia de mansinho, dá para viver razoavelmente.

Se a pessoa deseja faturar alto, basta trabalhar um pouco mais.

Num sistema liberal, é óbvio que as profissões liberais têm grande chance de prosperar.

Está um dia bonito o que nos levará para a praia amanhã.

Helena, Henrique e Lucas vão junto.

Devo distribuir a precatória da tia Honorina e passar o fim de semana.

A previsão de tempo é boa; apenas um pouco de nuvens no sábado.

Semana que vem promete ser ótima.

A fofoca política continua mas tende a se acomodar porque acho que os caras do PT se assustaram com os excessos da turma do MSD e sindicatos.

Para variar, estavam pondo lenha na fogueira a Jussara Cony e a Luciana Genro.

Um pouco menos mas idem fervendo, a Maria do Rosário.

Mulher radical é fogo.

Botam para fora milênios de merecida submissão aos homens.

Hoje telefonou uma médica aqui de POA que namorou o Zé, colega do Bolão, para apresentar congratulações pela formatura deles.

Vai ver que é hoje.

Chacun a son gout e, se o Bolão não quer comemorar com os parentes, faça-se a sua vontade.

Forçar é carregar mala e eu, pelo menos, não tenho mais saco para carregar malas.

Houve uma época em que valorizou-se muito o que se chamava de ser adulto.

Para mim ser adulto é dizer e fazer exatamente o que se quer.

Em suma, falar a verdade.

Bem.

Amanhã os Barrios vão para Artigas passar o fim de semana.

Acho que os guris gostariam mais de ir para a praia mas o Carlos gosta muito de visitar os irmãos, no que tem toda a razão.

Qualquer dia destes pretendemos dar um pulo em Rivera e conforme correrem as coisas, visitamos os Barrios de Artigas.

Acaba de bater um cara pedindo dinheiro para a gasolina de sua caminhonete.

A gente tem que rir.

Pensei que fosse o “engenheiro” que pedia dinheiro para o táxi mas aquele saiu na Zero Hora e decerto não se arrisca mais.

Imagino o que seria a fila de malandros se não houvesse a grade.

Antigamente os malandros pediam dinheiro para pão, remédios e coisas assim; vestiam-se mal, traziam bandagens e contavam histórias tristes.

Hoje a coisa mudou: com o preço da comida lá embaixo, roupa de chinês quase dada, os malandros querem é verba.

Vestem-se bem e apostam no papo.

Da primeira vez conseguem mas depois nunca mais.

Eu já estou no depois.

No Imbé pretendo conversar com o Joaquim para saber o que andam pensando as esquerdas radicais do momento político.

O Joaquim atua em grupos radicais que antigamente eram os chamados subversivos mas agora trabalham em conjunto com a ala mais radical e atrasada dos milicos.

É até cômico pensar – mas é verdade – que o Joaquim anda em altas fofocas com o Grupo Guararapes, cujo chefe é um oficial de Engenharia o mais radical dos caça comunistas, o Helio Ibiapina.

Os caras agora, como não têm mais comunistas para caçar,  estão se dedicando aos liberais o que dá a justa medida da cultura e da coerência deles.

Pela primeira vez vi na televisão uma análise bem feita sobre o momento atual.

O Afonso Ritter disse o seguinte:

O que está acontecendo, é a transição do Estado como forte agente econômico para o Liberalismo em que o Estado é um mero espectador do fenômeno econômico.

Como, no Brasil o Estado não pode demitir, reduz os salários dos servidores para obter o mesmo efeito

e daí estes movimentos todos que são unicamente de servidores do Estado.

A análise está correta e é realmente o que está acontecendo.

Convém lembrar no entanto que o Roosevelt saiu de um pepino muito maior do que o nosso com a doutrina do Welfare ou seja, investimentos maciços do Estado em obras públicas.

Claro que a emergência da guerra européia elevou a economia americana às nuvens e o Welfare acabou sendo considerado como a doutrina de salvação depois da Recessão da década de trinta.

Na verdade, sem a guerra, não sabemos se a doutrina rooseveltiana teria dado certo.

Em termos de Macro Economia, devemos admitir que o polígono das forças produção – consumo tende a se equilibrar, principalmente depois da era industrial.

Um exemplo bem simples: qualquer dia os automóveis começam a se empilhar nos pátios das fábricas porque já não há mais consumidores.

Idem para liquidificadores, televisões etc.

Uma das maneiras mais efetivas de criar mercados consumidores, é a guerra.

Quando começou a II GG, os americanos tinham estoques de proteinas para dezoito anos de consumo e uma produção que aumentava dia a dia com as novidades tecnológicas.

Tremendo pepino, os alimentos praticamente não custavam nada e mesmo assim não havia consumo.

Além do que, estocar alimentos perecíveis às vezes custa mais caro do que os próprios.

Os depósitos de grãos do Kansas eram famosos.

Aí veio a Guerra e o polígono se abriu numa das regiões mais ricas e povoadas do mundo.

E lá se foram os estoques americanos a peso de ouro.

Como conseqüência, quase todo o ouro do mundo foi para os USA e estabeleceu-se o padrão dólar como garantidor  indireto de emissões de papel moeda.

Fort Knoks (?) garantia o dólar

Em termos simples, é isto.

Argentina e Uruguai, em escala bem menor, fizeram o mesmo mas escolheram o lado perdedor assim que, terminada a guerra, terminou o fausto.

O Brasil, infelizmente, não tinha excedentes para vender.

Mesmo assim, tirou umas casquinhas.

O assunto é vasto e muito estimulante mas é tão vasto que até hoje ninguém teve coragem de escrever obra que o esgote.

Nem eu.

Voltando ao quotidiano paroquial, ontem o Grêmio levou outra surra do Santos e os dirigentes começam a admitir que está muito difícil dar a volta pôr cima.

Vai ser interessante o Campeão do Brasil ser rebaixado para a segunda divisão.

Domingo o Grêmio joga contra o Juventude e vai levar ferro de novo.

Os colorados estão deitando e rolando: agora dizem que o centerforward do São Paulo é o Dodô e o do Grêmio é o Dadó!

Realmente dá dó ver a linha do Grêmio jogar.

O Ângelo deve andar passando maus pedaços, principalmente com o Pingo.

Isto aí.

Todo o mundo lembrando 64 e apregoando que a situação está igualzinha e até muito pior.

Na verdade está pior mas acontece que o Glorioso não quer saber de confusões.

Lembremos que o pai de todos este arranca rabo é o Ulisses Guimarães com a sua Constituição Cidadã.

Uma Constituição socialista num país semi – liberal e parlamentarista num regime presidencial.

Só podia dar no que deu e mesmo que seja grandemente modificada, o rescaldo ainda vai levar muito tempo.

Mesmo a contra – gosto, a gente tem que dar razão ao Sarney que, quando promulgaram a Constituição disse que o país iria ficar ingovernável.

Ficou!

A mãe está melhor e talvez nem precise baixar ao hospital para exames mais detalhados.

Segundo o Carlos, o prazo para aparecerem sintomas mais graves, já decorreu.

Acho até que a Saara foi hoje ao Imbé para ver o negócio do roubo na casa dela.

Bem, são mais de dezenove horas, estou com fome e paro pôr aqui.

Devo voltar só na segunda feira.

Boas noites.

 

Sábado, 2 de agosto de 1997, 16:48, tempo chuvoso.

Passamos a semana inteira tentando configurar o VIARS com o Pentium mas não deu certo: ao que tudo indica, é preciso atualizar a placa de fax porque a minha é muito antiga.

Na semana que está terminando, tivemos os aniversários da Helena e do Tergolina.

Viriginia fez uma janta para os avós e a Isinha idem para os irmãos e nós.

Creio que a Isinha fez o jantar mais para os irmãos do Tergolina; nós e os Barrios fomos de perus.

Mas, sem problemas, sobrou comida.

O Pingo, no que concerne ao Serviço Militar, foi dispensado pôr excesso de incorporação.

Não me pareceu muito empolgado porque acabou gostando das cerimônias a que teve de participar, Juramento à Bandeira etc

Bem.

Daqui a pouco iremos à formatura da Karen, Informática na PUC.

Antes, é claro, passagem pela FUNAI.

Hoje almoçamos na Alda, um carreteiro de charque e estava bem bom.

As velhinhas estão bem: a mãe bem melhor e a Alda firme.

Mais um mês e o povo mais idoso se vê livre do agosto e arriba.

Esqueço de dizer que no fim de semana passado, estivemos no Imbé e estava ótimo, tempo de verão.

Quase consegui deixar a piscina limpa mas como não tinha floculador, ficou mezo a mezo.

Fomos na sexta porque eu tinha que distribuir uma precatória da tia Honorina no Foro.

Sábado foram os Fietz acompanhados de uma sobrinha do Paulo, a Juliana.

Voltamos segunda feira de tarde. Heloisa combinou com o Julio para mudar os azulejos do quarto da empregada.

Ontem estive lendo os Diarios 95 e 96 e é muito interessante verificar de como as coisas correm mais ou menos parecidas.

Existem pequenos fatos que mudam mas, as grandes rotinas são quase as mesmas.

Com mais tempo irei registrar as mudanças que diria significativas e que irão influenciar as próximas.

Está na hora de conclamar a Heloisa para a tal de formatura: ela está dormindo o que é ótimo numa tarde chuvosa e quase fria como a de hoje.

Pretendo voltar para atualizar a semana passada.

 

Segunda-feira, 4 de agosto de 1997, 21:57, frio.

Acabei não voltando depois da formatura da Karen.

Cerimônia tranqüila, uma hora e meia. Beto e Vania foram para a Mesa representar os pais dos formandos.

Estavam a Saara e o Paulo.

Ontem fizemos churrasco e vieram a Ilsa e o Pinho.

De noite telefonou Elusa informando que o Romeu havia falecido.

Hoje de manhã levei Heloisa até ao cemitério.

Romeu era uma excelente pessoa e na época em que dirigia a Odorico Monteiro foi uma figura conhecidíssima nos meios automobilísticos de Porto Alegre.

Eu me dava muito bem com ele.

Bom descanso para o Romeu.

No mais tudo em paz, sem maiores notícias do povo em geral.

Bolão deve estar se preparando para vir receber o Mário Miguel que chega depois de amanhã, vindo do Peru via Chile.

Já deve estar viajando; não invejo ter que passar a Cordilheira no inverno e de ônibus.

Ainda bem que ele vai subir os Caracoles porque descer nesta época é um risco muito grande.

Esperemos que o ônibus do Mário não fique preso en el Puente del Inca.

Neste momento o Grêmio está ganhando do Sport Recife pôr 2 x 1.

Se ganhar, melhora a situação do Grêmio que está horrível.

Agora estou no metier de recolocar este computador em ordem para o uso quotidiano.

Ainda falta acomodar o VIARS que não quer funcionar com o processador novo.

Vamos ver se acertamos amanhã.

Hoje esteve a Viviane apanhando uns livros no escritório e levou um monte.

Pôr registrar que o frio voltou e, de acordo com o Cleo Khun, vem a mil.

Nenhuma surpresa porque, afinal, estamos em agosto.

Ontem falei com a Zildinha que riu muito com o Osvaldinho o que era justamente a minha intenção.

A Zilda está precisando de umas risadas.

Falando nisto, quero ver se amanhã ligo para o Napoleão que mandou editar o Cristo Nhandejara(?), seu livro sobre as Missões.

Ele está empolgado para publicar e acho que irá conseguir.

Amanhã tenho uma audiência de divórcio às 9:30h.

Hoje a Alba retornou de férias. Mesmo a tempo de ajudar nesta semana que promete.

Bem, vou parando para começar a pôr este computador em ordem.

Boas noites.

 

Terça-feira, 5 de agosto de 1997, 22:53h., frio.

Terminei hoje, em tempo record, menos de um mês, um processo de divórcio direto amigável.

De tarde fomos ao Carrefour e ficou constatado, pela milésima vez, que não vale a pena.

Zaffari Ipiranga, alí sim.

Pode ser mais caro mas é melhor. O que é uma prática de vida.

Este computador agora está exatamente como eu quero: sem lixos e miçangas, só o que realmente uso.

Afinal o VIARS está funcionando bem e o fax vai lá para o escritório porque um interfere no outro.

Amanhã vem o Bolão e talvez a Liege com a s crianças porque o Zé parece que está com cachumba.

Se confirmar, a Liege não vem.

Inverno em beira de Lagoa e no interior é fogo.

A maior ilusão das pessoas é que a vida no interior é mais saudável: não há lugares no mundo mais cheios de vírus e bactérias do que matos e banhados.

Pôr isto que a média de vida no Mato Grosso é de 37 anos e em São Paulo 74.

Campo é um lugar úmido onde as aves passeiam cruas.

Homem é um animal urbano. Indio é que mora no mato, debaixo do arvoredo.

Angelo passou pôr aqui hoje e disse que vem estudar na quinta feira.

Amanhã não sei se poderei dar aula de desenho para os guris.

Tenho o que fazer no escritório e também algumas compras para o churrasco que o Bolão pretende fazer amanhã de noite para o Mario Miguel.

Acho que com este frio, churrasco não é uma boa idéia mas o anfitrião é o Bolão.

Falei com a Silvia pelo telefone secreto porque supostamente a festa de aniversário da guria da Cláudia seria hoje e no apartamento da Silvia.

Ela recém estava chegando de São Paulo e fazendo as crianças dormirem.

Aniversário não é hoje e a festa dia 9!!!

Então tá.

Estiveram aqui ante – ontem o Afonso e a Mirela trazendo o convite de formatura dela.

Tivemos bastantes formaturas neste meio de ano.

Bastantes stritu senso.

Com o negócio do Forum e do Carrefour, acabei não falando com o Napoleão.

Deve estar meio chateado porque enquanto estive engessado, veio várias vezes me ver.

Sou meio relaxado em compromissos sociais.

A notícia de hoje é a ide da senadora Emilia Fernandes para o PDT.

A mulher está crente que se elegeu pôr mérito próprio e nada a ver com o Zambiazi.

A famosa Mosca Azul.

Na minha opinião, estão arrumando uma maneira de o PDT ter candidato próprio para o governo do Estado e assim cremar o PT.

PT tem feito tantas asneiras que nem o Tarso se elege mais se for candidato.

A Tarsinha está correndo o risco de ser caçada junto com – adivinhem – Jussara Cony.

Seria a glória.

Telefonou o Ingo para dizer que o Geraldo foi dispensado do Serviço Militar.

Outro assunto brabo é o das Policias Militares.

Depois da greve que os meganha fizeram, estão pela bola sete, só não sei como.

Os pátrias estão buscando uma solução mas não é fácil.

Nem o Exército tem Linha de Ação para este problema.

Pelo menos não como um todo porque nivelar a Brigada, pôr exemplo, com a PM do Rio, simplesmente não dá.

O que já indica que não deve haver uma solução global, nacional.

Talvez pôr Estados.

Bem, deixa eu carregar uns programinhas neste computador.

Boas noites.

 

Sexta-feira, 8 de agosto de 1997,17:47, tempo bom.

Quarta feira foi um dia movimentado no âmbito familiar: o Bolão veio de Pelotas com a turma para esperar o Mario Miguel Alba, um rapaz dominicano que conhecemos lá.

Veio do Peru, via Chile, de ônibus, o que já é uma expedição.

Chegou bem; o Bolão queria esperá-lo com churrasco mas o bus atrasou e não deu.

Liege voltou hoje para pelotas e deixou o Chico.

Bolão anda fazendo turismo com o Mario o que significa que ele vai levar uma péssima impressão de Porto Alegre…

Hoje parou de chover e começa a esfriar, as usual.

Ontem o Ângelo veio estudar para prova de Matemática; parece-me que agora tem uma ótima professora e deve ter ido bem na prova porque estava sabendo bastante.

Heloisa acaba de retornar do Leopoldina onde o Pablo disputava um campeonato de tênis.

Levou junto o Chico que não ficou muito empolgado com o esporte branco.

O negócio do Chico é a Cartoon Network: com a televisão ligada ele apaga para os circunstantes.

Hoje de manhã, quando a Liege se preparava para partir, o Chico ainda estava dormindo e acordou-se só para dizer para Liege que não esquecesse de levar o Zé…

O Zé deve ser uma pulga na camisola do Chico.

Há uns dias escrevi para o Scliar sobre um personagem do Bom Fim quem supus que ele houvesse conhecido quando de suas andanças menineiras.

Hoje recebi a resposta, uma amável cartinha, manuscrita.

Vou guardar como autógrafo.

Pela rapidez das duas respostas que tive dele, presumo que gosta do que escrevo.

Ontem instalei uma secretária eletrônica no escritório e hoje já me serviu com o recado da ANAPP.

A minha parafernália eletrônica cada vez cresce mais.

Deixarei uma bela sucata de herança.

Hoje haverá jantar na Virgínia para os padrinhos da Helena, os Tergolinas, e a Viviane.

O aniversário da Helena foi festejado pôr partes: houve vários acontecimentos relativos.

Temos ligado bastante a estufa a gás que o João nos deu: é muito boa e, sobretudo, muito prática pôr ser móvel.

Também o gás é muito mais barato que a energia elétrica.

Em dias úmidos, é excelente porque deixa o ar mais seco.

Até agora o Mario Miguel não queixou-se frio, o que é estranho considerando que em São Domingos o calor é terrível.

Confirma a tese de que, em parte, o sentir frio é de origem psicológica: os cariocas e nortistas logo que chegam aqui também não sentem frio.

Até encarangarem…

Ilsa telefonou ontem que o Pinho deve fazer uma operação de hérnia, herança daquela outra cirurgia

desnecessária que fez pôr abuso de AAA, receitado pôr esculápio de Cachoeira.

O que foi detectado pelo Carlos infelizmente após a cirurgia que foi de urgência pois havia sangramento.

Agora o Gordo corre o risco de uma infeção hospitalar; se fosse nos USA, o médico cachoeirense iria pensar mais antes de receitar caminhões de aspirina para uma simples dor nas juntas.

Fico sabendo que, em Pelotas, linha de celular tem à vontade e não posso deixar de lembrar que lá a telefonia é privada.

Liege vai dar de formatura para o Bolão um celular.

Qualquer dia ele já estará comprando o carro do ano.

E, votando para reeleger o Fernando Henrique.

Aqui no RGS tudo marcha para que tenhamos a candidatura Olivio – Fernandes, sendo Fernandes aquela malher, a Emília, que era vereadora em Livramento e agora é senadora.

Quero ver o que irá dizer o Negrão Collar desta aliança PT x PDT.

Isto porque a Emília volta para o PDT, segundo ela um partido que luta pela causa popolar!!!

Se ela achou que o PTB é um ninho de ladrões – e é – agora é que ela vai ver o que é bom para a tosse.

Periga termos que agüentar o Galo Transparente no Piratini.

Que saco!

O Brasil é um país muito difícil e penso que a democracia ocidental não é para nós.

Milênios de regime tribal, de sobas e caciques acabam virando uma segunda natureza.

Se os pátrias não enxergam o cacete erguido sobre suas cabeças, só fazem apatifar.

Repito: enquanto não for dada uma demonstração de força para valer ao MST e quejandos, a atual folia não vai acabar.

A não ser que eles entrem na praxe nacional e partam para a galhofa.

Alias, o primeiro sinal já foi dado: uma das líderes do movimento vai pousar nua para a Playboy!!!

É verdade, deu no jornal de hoje.

Daqui a pouco o Rainha consegue um bom emprego no Incra, o MST vira samba enredo, neguinhos começam a vender os lotes e ir para a periferia e tudo bem.

Então tá.

Acabam de chegar Bolão, Mario e o Ângelo.

Vou ver o que pasa.

Mui buenas noches.

 

Domingo, 10 de agosto de 1997, 18:47h., tempo bom.

Hoje Dia dos Pais, tivemos churrasco concorrido com a presença de todos, exceto os Tergolinas que vieram ontem porque hoje foram para Caxias.

A quermesse rendeu: Virgínia me trouxe um pijama, Patrícia uma camisa trop chic e Graça um livro com letras de tangos. Ontem o Tergolina trouxe um licor e uma coqueteleira.

Os guris do João, Israel e Raisa, trouxeram um estabilizador de corrente que já está funcionando.

Maria Helena chegou dos USA e também compareceu.

Alda não quis vir.

Depois do almoço, o Bolão pegou a gurisada  mais o Mario Miguel e foram para o Morro da Televisão, antigo Morro da Difusora.

Antes passaram na Funai.

Neste momento estão regressando.

A Liege deve retornar amanhã e Bolão na quarta feira porque dia 15, sexta feira, recebe o canudo.

Creio que o Miguel irá com ele.

Não sei quais são os planos do Miguel mas penso que não irá concluí-los porque são muito ambiciosos.

Incluem, inter coetera, uma viajem à Foz do Iguaçu.

Em cerca de dez dias, Pelotas, Gramado, Imbé, Foz do Iguaçu, até pode mas duvido.

Ontem estivemos na mãe que está muito bem e já querendo voltar às atividades domésticas.

Estivemos também na Costaneira vendo os frisos que a Heloisa quer para o banheiro das empregadas no Imbé.

Tudo leva a crer que teremos um banheiro políticamente correto.

Corretíssimo.

Amanhã não tenho muita coisa pôr fazer mas passo o dia inteiro fora, não venho almoçar porque é dia de faxina.

Vai ser difícil para a Olívia porque com o pessoal todo aqui, o mínimo que acontece é atrasarem o serviço dela.

Ontem o Pingo levou o Miguel no jogo do Colorado que ganhou do Vitória.

Já o Grêmio empatou com a América de Natal.

Devagar o Grêmio vem vindo; até já anunciaram um dream team que, se confirmar, certamente irá complicar a vida dos parceiros.

Dizem que o dream team joga o Grenal.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 11 de agosto de 1997, 17:39h., tempo bom.

Hoje é o Dia do Advogado, mais conhecido como o Dia do Pindura.

Lembro que há uns trezentos anos atrás, fui jantar no Rancho Alegre com uns caras do Egito e não quiseram nos servir pôr causa da pindura. Muita gente hoje fecha os restaurantes.

Liege retornou para Pelotas e o Bolão anda pôr aí, vagando com o Mario Miguel.

Considerando que o Bolão tem que estudar para o exame da AMRIGS, a vinda do Miguel  aconteceu numa época pelo menos imprópria.

A clássica visita a Gramado esta semana nem pensar pôr causa do festival de cinema.

Fica para a próxima.

Amanhã quero ver se levo a turma para jantar no Nova Brescia; como em Santo Domingo não tem carne, o Mario terá história para contar.

Eles já foram – apesar dos avisos – na Churrascaria Zequinha que está uma droga.

Para impressionar turistas, Os Italianos também é um ótimo local.

O que está maluco é o tempo meteorológico: hoje, meados de agosto, um quase verão.

Influência do El Niño e decerto vamos pagar o pato no verão stritu senso.

Ontem morreu o Betinho.

Não sei muito sobre ele além do fato de ser irmão do Henfil.

Imperdoável.

No campo político, o PT radical de POA tanto fez que acabou obrigando o tio Briza a romper com eles.

Politicamente foi um suicídio porque o Brizolla se candidata a senador, apresenta a Emília como candidata a governadora e aí o PT não elege nem o Tarso.

A esquerda radical do PT, como todos os radicais, é de uma burrice e arrogância extraordinárias.

Repito: estes caras ainda irão incomodar.

Como a jibóia e o sagui.

O Negrão Collar e a Neusa devem estar rindo de satisfeitos.

Só falta agora a Assembléia cassar a Genro e a Cony.

O Lula está buzina com os xiitas do Rio Grande porque ele também perde voto de montão.

Numa visão mais ampla, o PT está repetindo o Partidão.

Vai para o nicho do folclore.

Esteve ontem aqui a Marilia, retornando da Bahia; adorou a viajem mas ficou impressionada com os esgotos a céu aberto de Salvador, pipi etc. correndo na sarjeta.

Lembrei do Raul Nunes dos Santos quando foi ser professor do CM da Bahia.

Ele ia passando, de terno branco, pôr uma rua do Pelourinho quando ouviu uma voz vinda de uma janela daqueles sobrados seiscentistas:

-Cuidado Yoyô que lá vai cocô.

Em seguida o conteúdo de um pinico desabou sobre a cabeça dele!

O Raul, um português brabo como zorrilho, não teve dúvidas, pediu transferência para qualquer parte do Brasil!

Assim que a Marilia  vivenciou um costume já bem mais civilizado…

Vai ver que os papos de que a Bahia mudou muito são apenas papos.

Idem para Maceió: quando estivemos lá pela última vez, era uma porcaria com esgoto correndo na sarjeta do melhor bairro residencial.

Boas notes.

 

Quarta-feira, 13 de agosto de 1997, 18:08, tempo ótimo.

Ontem não compareci porque cheguei tarde e ainda fui fazer a pomada de pariparoba para o dedo do Bolão que, afinal, desistiu do tratamento fito e fez cirurgia hoje com a Graça.

O dedo doía muito.

Neste momento o Mario Miguel está se dirigindo para o Beira Rio para assistir Inter x xPalmeira.

Ele e metade da população de Porto Alegre!

Quem irá ciceroneá-lo é um amigo da Renata.

Os dois pretendem se encontrar defronte ao estádio.

50% de chance de dar desencontro e o caribeño ficar perdido en la noche.

Veremos.

Amanhã pretendemos ir ao Imbé levar frisos do azulejo e voltar.

A ideia é ir sexta para Pelotas e retornar ainda sexta.

A formatura do Bolão será às 16:00h.

Sábado tem a formatura da Alemoa do Afonso.

No comments!

Os guris acabaram de sair daqui, da aula de desenho.

O Pablo me perguntou se a Patrícia pagava as aulas e como eu respondesse “Claro que não! “, ele acrescentou:

– Que pena!

Não entendi.

Maria Helena mandou uma caixa de papo de anjo que já foi convenientemente escondida.

Dominicanos adoram papos de anjo…

Ontem telefonou p Joaquim e falou durante umas duas horas sobre umas teorias gnoseológicas que ele elaborou.

Vou aguardar uma oportunidade para dizer-lhe que elas já estavam na mão da múmia.

Faltam conhecimentos de Filosofia para a moçada.

Nihil novum sub soli.

Acontece que o novo do Joaquim é mais velho que a Sé de Braga.

O pior é que ele está misturando gnoseologia com espiritismo e aí a coisa fica felpuda.

Também telefonou o Zola Pozzobon do Rio, recomendando o último livro dele que encontra-se à venda na Martins Livreiro.

É sobre o Honório Lemes que ele chama de Lemos, o que é comum e para rimar com a segunda pessoa do plural, tipo “Não se caguemos como dizia o Honório Lemos “.

Agora, com o computador, é moda entre os aposentados escreverem livros.

Como eu.

Acontece que, quando eu escrevia para jornal, adquiri o cacoete de não encompridar os assuntos, estilo telegráfico, como se diz.

No máximo três páginas e deu.

O hábito ficou e não consigo encher linguíça com descrições da natureza, análises psicológicas, considerações filosóficas etc. etc. e tal.

O velho doutor escreveu um livro sobre o gaúcho a pé.

Um livro inteiro, não muito maçudo é verdade.

 

Domingo, 17 de agosto de 1997, 19:16h. tempo de verão, 34ºC.

Estamos sob a influência intensa do El Niño: nunca vi agosto com temperaturas tão altas.

A Time desta semana publica um trabalho sobre o fenômeno e nós estamos na área de calor e chuva.

Até agora, os da Time estão absolutamente certos.

Quinta feira fomos até ao Imbé levar frisos para o Julio.

Voltamos à noite; o Mario foi junto, visitamos o Parque Osório, almoçamos no 40.

Sexta de manhã saímos para Pelotas para a formatura do Bolão.

Os cinco que iriam se formar no gabinete do Reitor viraram 113 e cerimônia (?) aconteceu no auditório da Universidade.

Negócio meio jombrega.

A Liege, em sociedade comigo, deu de presente para o Bolão um telefone celular que foi recebido com

desdem e repúdio!

A Heloisa deu um blaser super alinhado que teve a mesma recepção.

Acho que tão cedo o Bolão não ganha presentes da Heloisa que lhe deu também uma carteira com uns pilas dentro.

Voltei a noite e peguei um tremendo toró na estrada, foi brabo.

O Mario ficou, acho que sob protesto.

Mas o pior é o movimento de caminhões: é simplesmente incrível o que aumentou o tráfico pesado para aquela zona.

Idem para a praia: a freeway estava lotada até Gravataí.

Acho que não temos infra estrutura para este desenvolvimento que está acontecendo no Estado.

Ontem fomos à formatura da Mirela e realmente as formaturas da UFRGS estão com um nível muito bom.

Beautiful people, cerimonial elegante, platéia educada etc. etc.

A única parte que acho extremamente suburbana são os agradecimentos que cada formando faz.

Impossível também é a quantidade de gente que vai assistir às formaturas.

Eram só quarenta formandos, chovia em bicas e estava tudo cheio milhares de pessoas se acotovelando para descobrir onde estaria o seu bacharel.

Acontece que é um saco tão grande ir à formaturas que, quem vai, faz questão de comprovar a presença.

Os Fietz e os Tergolinas compareceram o que deixou o Afonso e a Mirela radiantes.

Hoje fomos almoçar na Patrícia, um galeto muito bom.

Maria Helena embarcou para Montevideu.

Depois fui visitar o Joaquim no Hospital de Clínicas e Heloisa foi para a D. Alda.

O Joaquim vai fazer rotorooter numa artéria.

O apartamento em que ele está é excelente, ainda não tinha visto nada parecido em Porto Alegre e nem fora daqui.

A arquitetura do HCPA é de inspiração totalitária, aquelas obras gigantescas dos nazistas e

fascistas de antes da guerra.

No Clínicas, tudo é imenso e o apartamento em que está o Joaquim não foge à regra.

É muita área perdida mas, inegavelmente, dá imponência ao Hospital.

Bem vamos mangiare una lazanha.

Boas noites.

 

Terça-feira, 19 de agosto de 1997, 22:13, chuva.

Estive com um problema no Word e espero que já esteja resolvido.

De vez em quando acontecem umas coisas esquisitas nos computadores…

Ontem fiquei vendo  Wiath Earp com o Kevin Costner, uma porcaria de filme.

Pôr isto não compareci.

De manhã passei no cemitério, no enterro do marido da Bia, o Hermógenes.

Falei com o Joaquim que amanhã faz o rotorooter.

Como se depreende, a nossa geração começa a tirar o boné do cabide.

Se eu fosse o Joaquim, não sei se faria o tal procedimento, mesmo que menos invasivo, como dizem os esculápios.

Deve ser feito com o cidadão consciente o que é, pelo menos, muito desconfortável.

En passant, amanhã vou fazer uma visita ao Monik que reclamou do Carlos que eu não apareci mais.

Semana que devo ir ao Rio para o aniversário da ANAPP e para pedir demissão de membro do Conselho Superior.

Aproveitarei para dar uma chegada em Niteroi.

Bolão e mario podem chegar ainda hoje ou amanhã.

Está caindo um toró extremamente barulhento e daqui a pouco falta luz e perco estes registros.

Vou gravar e me despedir. Boas noites.

 

Quinta-feira, 21 de agosto de 1997, 00:38, chuva.

Estamos lidando com o computador desde as 18:00.

Quando cheguei do Monik, estava sem chave e fiquei na rua; pôr sorte apareceu o João e logo a seguir o Bolão.

Os dois subiram pela grade e conseguiram abrir a porta dos fundos.

Mas todos tomamos um banho de chuva.

Acontece que a Heloisa estava no Vares que ninguém sabia onde era e o Bolão também estava sem chaves.

Bem.

O Monik ficou satisfeitíssimo com o resultado da operação e declarou-me 100% curado.

Assim que tudo bem.

Hoje choveu o dia inteiro e está esfirando mas pouco.

Mário não conseguiu transferir a viajem e vai domingo.

Como já está muito tarde vou dormir informando antes que persiste o mistério deste computador e até já estamos contemplando a hipótese de virus.

Amanhã vamos dar um format na Winchester para ver o que acontece.

Se não der certo, teremos esgotado todas as possibilidades e estaremos diante do mistério da esfinge.

Como diz o Jô Soares, o computador veio resolver uma série de problemas que eu não tinha antes…

Boas noites.

 

Sexta-feira, 22 de agosto de 1997, 18:00, tempo chuvoso, esfriando.

Bem, realmente estávamos com este computador infestado de virus: jerusalem, terças e quintas, ping pong e pôr aí.

Deu um trabalhão mas afinal, resolveu-se o problema.

E foi bom porque o João fez uma faxina geral em todos os disquetes que tem e que são inúmeros.

Hoje instalei a Internet e o Pingo veio para me ensinar a operar mas não conseguimos acesso.

Deve ser porque está uma tarde chuvosa e a gurizada toda está pendurada na rede.

Mario Miguel vai daqui a pouco para Novo Hamburgo onde fica até amanhã de noite.

Domingo de manhã, a las siete, embarca de volta, via Chile e Peru.

Liege vem amanhã de noite e volta segunda feira.

Está saindo caro para eles a visita do pibe.

Segunda de manhã devo ir para o Rio, meio de arrasto mas vou.

Hoje tem jogo no Vares e vamos retomar o velho costume.

Chegou o Angelo.

No mais tudo tranquilo, o Joaquim foi bem no rotorroter e já está em casa.

Diz que o negócio é muito chato de fazer.

Preferiu a cirurgia mas acho que está exagerando.

Entào muito boas noites.

 

Sábado, 30 de agosto de 1997, 22:15, verão!

Passei uma semana fora assim que devo ter muita coisa para escrever.

Domingo passado fizemos galeto e vieram, além dos de casa, a Jacy , o Jeferson e a Marilia.

Os Fietz não vieram pôr razões de programas da gurizada.

Segunda de manhã viajei para o Rio e Bolão e Liege retornaram para Pelotas.

No Rio fiquei inicialmente nos Pfeifer que estavam em um hotel secreto preparando-se para viajar para cá.

A Silvia ofereceu um jantar em seu apartamento no Flamengo.

Estão de mudança para a Gavea Pequena onde compraram uma bela casa.

No dia seguinte houve a festa da ANAPP.

Na quarta feira fui para Niterói visitar a Zilda e depois o Banda, onde posei.

Quinta à noite retornei.

O Banda promoveu um passeio turístico na Fortaleza de Santa Cruz, muito interessante.

Achei a Zilda bastante bem, com bom aspecto; o fato de ela não levantar da cama é causado também pôr velhos hábitos.

Deve fazer uma outra cirurgia para corrigir um rompimento de tendão(?) e aguardar um ano para que o ciático, seccionado na cirurgia principal, recomponha-se.

São quarenta centímetros de diferença e o ciático cresce um milímetro pôr dia.

Um ano e um mês mas já passaram quatro.

Niterói continua muito bonito e o clima estava ótimo.

Fomos jantar num restaurante de comida mineira – quarenta e oito pratos típicos fora as saladas – e quase tive uma indigestão.

Minha hospedeira no Rio foi a Luciana e como sempre muito gentil e incansável.

Claudia está mais ou menos e muito magra.

O mais ou menos vai pôr conta do René que não consegue emprego há um ano.

A Beatriz, filha da Claudia é uma criança saudável e tranquila. E, muito bonitinha.

Bem.

Ontem coloquei minhas pendências em dia e hoje cumprimos o programa de sempre.

Era nossa idéia ir hoje para a praia mas a preguiça me bateu e desisitimos.

Uma pena porque o tempo está lindo embora anuncie-se chuva para amanhã.

No que concerne à Procergs, este computador está uma droga e desinstalei tanto a ViaRS como a Internet.

Voltarei com mais tempo.

Para mim o Win 95 do João está com problema.

Ou melhor, continua.

Se não for a placa.

Segunda feira chegam Pfeifer e Lucia assim que não terei tempo para maiores elocubrações.

De qualquer forma, penso que terei tempo para comparecer nem que seja de dois em dois dias.

Boas noites.

 

Terça-feira, 2 de setembro de 1997, 22:53, chuvoso.

Domingo houve grandioso churrasco na Patrícia com a presença de todos; dos Tergolinas foram a Isinha e o Lucas. O Tergolina foi para a praia e o Angelo e o Pingo não estão mais nesta de churrasco com crianças e veiedo.

Pfeifer e Lucia ainda não apareceram: devem estar gostando, amando Itapema!

Ontem tive o prazer de ver a ação da Maryangela, irmã do João, ser acolhida.

Em dois meses e pico, mesmo com os prazos quadruplos do Estado, o juiz deu a sentença favorável.

É gratificante na vida profissional quando isto acontece.

É uma ação gorda em termos financeiros.

Esteve aqui o Eduardo agora separado da Cristina. Está o legitimo Rei do Gado.

Também falei com o Cavalieri para aplainar o terreno do Carlos e prometeu que mandaria um intelectual para avaliar o pobrema.

Conversei com o Erny Toniollo sobre o caso da parceria com o Nelson.

Pareceu interessar-se.

Amanhã o João faz o famoso exame de DNA para verificar a paternidade da menina de Flores da Cunha.

É uma ação inédita, cautelar, em que o pai pede comprovação de paternidade.

Também hoje conseguimos acessar a Internet e agora espero o Pingo para me dar umas aulas.

Acho que é um caça níqueis.

Heloisa ontem foi ao enterro da Gerda que morreu subitamente em Gramado.

Ao que tudo indica- mas eu não creio – emocionou-se com a morte da Princesa Diana e teve uma parada cardíaca.

A morte da Princesa em desastre de automóvel em Paris dia 31 de agosto, perturbou o mundo inteiro e é só o que se vê na televisão.

Até agora a principal fofoca da TV era a sem – terra que pousou nua para a Playboy.

Particularmente achei a malher um bagulho e se não fosse sem – terra não pousava nem para o almanaque do Capivarol.

Quando digo que no Brasil não há movimento que resista à nossa capacidade de galhofa, as pessoas acham que exagero.

Daqui a pouco neguinhos irão dizer que não é Sem – Terra, é Sem calça.

E pôr aí empós até que tudo acabe em galhofa.

Hoje recolocamos este computador nos eixos e chegamos à conclusão que no Windows 95 não se pode desinstalar programas.

Também retiramos a memória cash para um teste.

Até agora, tudo bem, tudo funcionando.

A temperatura baixou um pouco e está garoando mas, inegavelmente as previsões sobre o efeito El Niño estão se confirmando.

Certamente teremos um verão chuvoso; a pior parte parece que irá tocar para Santa Catarina.

Já falei para o Bagé sobre umas eventuais férias dos Barrios em Angra e ele gostou muito da idéia.

Acho que Santinho está fora de cogitações porque a Maria Helena que patrocinou a festa o ano passado está ressabiada.

É muita grana e, se chover não tem graça nenhuma.

Bem, vou dar uma voltinha na Internet para ir me familiarizando com a coisa.

Boas noites.

 

Quarta-feira, 3 de setembro de 1997, 17:44, tempo ótimo, verão.

Hoje, como de costume, fiquei em casa de tarde para dar aulas de desenho e pintura para os guris.

Eles não querem nada mas, aos poucos vão aprendendo.

O que eles querem mesmo são as mordomias da vovó.

Têm bom gosto.

Acabou de chegar o Lucas que fazia tempo não aparecia.

O Pingo vem amanhã para vermos como se opera a Internet.

Nesta viajem ao Rio, anotei duas coisas interessantes que merecem maiores comentários.

Em primeiro lugar, a Luciana que é a única pessoa de que, jamais ouvi falar, não gosta de água!

Ela acha ruim o gosto de água!

Nunca li ou ouvi que este fato acontecesse com alguém.

A outra singularidade é um jovem que mora ao lado do apartamento dos Pfeifer e que é chegado num rock paulada que ele executa numa bateria envenenadíssima e não deixa a Luciana dormir.

Aí ela reclamou e o pinta optou pôr uma solução originalíssima: gravou o canto de um galo garnizé que tem uma voz esganiçada e, na madrugada, de cinco em cinco minutos coloca o galo no amplificador!

Como de canto de galo ninguém reclama, o cara consegue incomodar sem ser incomodado!

Grande imaginação, sem dúvida.

Isto daí dá literatura porque são fatos únicos, ao menos que eu saiba.

Falando nisto, os Pfeifer ainda não cruzaram a fronteira do Rio Grande.

Acho quer estão aguardando vaga no Plaza que está lotado pôr causa da Expointer.

Aliás, diz o Bagé que não há vaga em hotel  de Porto Alegre.

Como se depreende, a pecuária vai mal.

Na midia continua a novela da Lady Di.

Dependendo da posição dos personagens, variam os culpados pelo acidente: paparazzi, motorista, o pai do Al Fayed e até a princesa que devia ser mais comportada e cautelosa.

Os ingleses acham que a culpada é a família Real e estão afim de transformar a ilha numa República.

Ainda teremos muita confusão na área.

Bem.

Os guris e o Lucas acabaram de ir lá para a Patrícia.

Aqui em casa a azaléia já floresceu e começa a ficar feia o que é uma pena.

Em compensação a Primavera já está florescendo e, o que é melhor, perfumando o jardim(?)

Nos fundos, vamos repetir uma velha prática: comprar mudas no alemão da Tristeza, plantá-las e esperar que nasçam os gatinhos que irão deitar em cima a amassar tudo.

Todos os anos é a mesma novela porque a gata Candelária costuma parir em meados de setembro e, quando os gatinhos atingem a idade de brincadeiras, o local que eles preferem são os canteiros.

Esquecia-me de um outro fato inusitado.

Ante – ontem telefonou a Alda, bastante braba, porque descobrira que está coberta de piolhos!!!

Fazia horas que ela estava com coceira e com o couro cabeludo vermelho mas os circunstantes afirmavam que ou era genético ou era da idade.

Quando a coceira virou paroxismo, os piolhos foram descobertos e a Alda ficou indignada com os palpiteiros que não acreditam em suas realidades.

Resta saber quem foi o veículo da piolhama.

Se  for quem imagino, possivelmente opera tanto com piolhos domésticos como aqueles ditos pubianos.

A Alda com chatos iria ser muito chato…

Foi sorte.

Vai dar samba.

Um bom noveleiro pegava a moça que não gosta de água, o galo eletrônico e a matriarca com piolhos e fazia um baita conto em realidade fantástica.

En passant tenho que escrever ao Scliar que afirmou que o Borges baseou-se no Gabriel Garcia Marquez para escrever seus contos.

Ledo engano: quando o Gabriel ainda escrevia artiguetes muito ruins para os jornais da Colombia, o Borges já publicara El Aleph.

E, não dá para comparar um com o outro.

O Borges criou figuras que transcendem a imaginação: a moeda de uma só face, o livro de areia etc. etc.

O Gabriel coloca um anjo velho e piolhento num galinheiro o que na realidade é adjetivar um anjo e não inventá-lo.

Sou mais, muito mais o Borges.

O Scliar foi gentil e não quis falar em “Incidente em Antares” um pecado que o vizinho Érico não precisava ter cometido e que foi – aí sim – uma imitação do Marquez.

E o João Ubaldo andou perto com o “Sorriso do Lagarto “.

Penso que fui a primeira pessoa em Porto Alegre a publicar uma crítica sobre “Cem Anos de Solidão”.

Lembro que eu afirmava que, ao contrário da maioria dos escritores, o Gabriel diluia uma tonelada de fatos em uma gota de água.

Eu pensava no Jorge Amado que dilui uma grama de fatos numa tonelada de palavrório.

Inegavelmente o Gabriel causava impacto na primeira leitura que se fazia de sua obra.

Depois  ficou se repetindo pôr anos empós.

Dele o que mais lembro é a história das máscaras, do que já falei inúmeras vezes.

E mais não lembro a não ser alguns nomes sonoros tipo Erendira e sua avó desalmada.

O Bolão trouxe do Caribe a edição espanhola de  “Doze Contos Peregrinos “.

Realmente o pátria escreve muito bem em sua língua.

Já as traduções são fraquíssimas.

Falando nisto, li que há traduções do Guimarães Rosa, coisa que acho absolutamente impossível.

Duvido que 2% dos nativos consigam entender os textos do velho Guima; já seria muito difícil traduzi-lo para o Português imagine-se para o russo!

E agora preparem-se para uma opinião que sei será repudiada pôr todos!!!

O escritor brasileiro que mais se aproxima de Guimarães Rosa sem copiá-lo, chama-se José Sarney!!!

A gente custa a pegar um livro do referido para ler mas um dia eu criei coragem e adentrei ao “Norte da águas “.

É uma tremenda surpresa e, no fim, a gente fica sem saber o que dizer: se engole o sapo ou se deixa prevalecer o preconceito.

Mas que o bicho é muito bão, é.

Pôr hoje chega de literaturas.

Sinto o cheiro da janta que está ótima: galinha com ervilhas e massa.

Para mim isto é melhor do que caviar com trufas.

O certo seria “para eu “porque o verbo comer está oculto.

Mas, soa mal para burro!

Boas noites.

 

Sexta-feira, 5 de setembro de 1997, 5:42, nublado e quente.

Ontem comecei a operar este computador e ele empacou; hoje até agora está normal.

Começo a desconfiar que temos algo como super-aquecimento.

Até vou telefonar ao João dizendo que não precisa vir até aqui que está tudo  OK.

Acabei de instalar mais um bagulho eletrônico aqui no meu gabinete.

Trata-se de um refletor muito prático e elegante que a Lucia nos deu.

Em termos de iluminação, nada pode ser melhor.

Mas, se a coisa vai neste ritmo, qualquer dia vou ter que me mudar para a churrasqueira, expulso pela bagulhama.

Falando nisto, o Bagé vem para jantar uma picanha; ele agora está solteiro e meio desgarrado.

Hoje o Glenlivet sofre um baque pôr que ele me disse que vem a mil.

Soube que o Iese deixou o GBOEx.

Telefonou o Zaldi Toniollo sobre o assunto Urucum – Nelson Chama e, finalmente, acertei um papo com o Alberto da Segurança para compormos a dívida deles comigo que é grande.

Ou seja, nesta semana equacionei alguns penduricos que estavam na minha agenda, algumas há bastante tempo.

Foi uma semana ótima principalmente porque tive sucesso na ação da irmã do João.

Veremos no que vai dar a apelação.

Hoje morreu a Madre Tereza de Calcuta’.

Ela era cupincha da Lady Dy, o que não deixa de ser instigante.

Amanhã a Ilsa embarca rumo à Alemanha.

Ontem, conversando com o Pingo que veio me ajudar na Internet, percebi que ele já está conseguindo avaliar o que é a URGS comparada com a PUC.

Em Matemática ele está achando brincadeira o que exigem; também está vendo que os colegas dele são uns burrovaldos.

Logo ele vai perceber que cursos da PUC, na maioria, são exercícios de diletantismo.

Ou vitrine para jovens casadoiras.

Velhos temas.

Consegui ontem falar com o Pfeifer que ficou meio aborrecido com o fato de tê-lo localizado em Itapema.

Na verdade quem insistiu com o telefonema foi Heloisa pôr achar que eles poderiam estar precisando de alguma coisa porque o Alemão está baleado na cabeça do fêmur.

Eu não queria telefonar porque conheço melhor os bois do meu arado.

Mas está tudo bem.

Hoje paguei uns livros que o Bolão comprou em São Paulo e cuja fatura der cobrança andava extraviada.

Tenho que avisá-lo para que não haja pagamento em dobro.

Também optei pelo seguro saúde da OAB, aparentemente mais barato e com mais cobertura do que aquele da Bradesco.

E, la nave vá.

Vou estudar uns documentos que me mandou o Zaldi e aguardar o Bagé.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 8 de setembro de 1997, 17:06, calor brabo.

Sábado de manhã fomos ao embarque da Ilza e convidamos o Pinho para almoçar um grandioso bacalhau.

O Gordo não disse nem que sim nem que não e fomos `a feira.

Quando chegamos ele já tinha ido embora porque tinha um compromisso à uma da tarde.

Ficou sem o, bacalhau que estava bastante bom.

De tarde estiveram o Leo e a Enilda com um presente para mim.

O Leo está com um Vectra que é um assombro.

E com uma barriga que ídem é um assombro!

Depois, finalmente chegaram os Pfeifer que já andavam pôr aqui desde sexta feira.

Ficaram no Plazinha.

Depois chegou o Bolão com quatro crianças, as dele e mais duas!

Como se depreende, dia movimentado.

Domingo fiz grandioso churrasco com a turma toda, inclusive a Graça.

Bolão, que havia trazido pôr esquecimento a chave da D. Maria, mãe do Regis e uma chata de galochas, teve que voltar ontem para Pelotas.

Liege só ficou sabendo da vinda dele depois que estava aqui!

Encerrado aqui.

 

09/09/97 16:41, tempo chuvoso.

Mudei o formato da data pôr causa de um eventual virus.

Ontem, quando estava terminando o registro, começou a dar uns galhos diferentes que já corrigimos, presume-se.

João, depois de acertar os set up, mudar o processador e as memórias, foi ao forum para tirar umas xerox.

Hoje o Pfeifer amanheceu tonto e resolveu ficar de molho no hotel.

Acho que foi uma refeição de sorvete que ele fez ontem, depois da meia noite.

Lucia está aqui em casa; conseguiu estrear o famoso casacão embora a temperatura não tenha baixado tanto assim.

Ela e Heloisa estão jogando cartas.

Se a Lucia morasse aqui, penso que o bloco do carteio iria ter mais uma aficionada.

Está um dia porteño, gris, chuvinha fina.

Não fui ao escritório porque não havia nada urgente.

A respeito dos porteños e de sua  empáfia notória, o Scliar conta a história de um rabino ortodóxo de Buenos Aires que vai em missão religiosa para a Patagônia.

Roupa preta, chapéu de aba, barbudo, cabelo comprido, talmude debaixo do braço a figura desembarca naqueles fins de mundo onde nunca um rabino havia pisado e logo provoca a curiosidade dos circunstantes.

O rabino para, olha para os nativos e pergunta indignado:

– O que é ein? Nunca viram um porteño?

Boazinha, não?

O Bolão telefonou para o João dizendo que vem amanhã ou depois para ver o título de eleitor dele e o certificado de situação militar.

Falando nisto, o Ingo esqueceu o bacalhau que iria oferecer pela dispensa do Geraldo.

No mais , tudo em ordem e vou encerrando.

Boas noites.

 

12/09/97 22:17, tempo nublado.

Ontem fomos jantar no Fogo de Chão, sendo hostess a Dra. Patrícia.

Depois estivemos na casa dos Barrios para que os Pfeifer a conhecessem.

Hoje é o aniversário do Alemão; almoçaram aqui em casa e depois foram jantar na sobrinha do Pfeifer que reuniu afamília.

No caminho o Pfeifer entrou numa farmácia e esqueceu a bolsa na hora de sair.

Sumiu!

Todos os documentos, cartões de crédito etc.

Um tremendo abacaxi para quem está em viajem.

Penso que os documentos os eventuais mãos leves devolvem.

Veremos.

Mais ou menos às dezenove horas, apareceram Virgínia e Paulo para jantar.

Heloisa havia convidado e esqueceu de cancelar.

Menos mal que eles foram jantar no Riverside.

Recebi a sentença de Bagé: BINGO!

O povo de lá já me telefonou umas vinte vezes querendo saber o que irá acontecer.

Ainda não sei.

Acho que eles esperavam que eu soltasse foguetes e fizesse uma festa.

Não é do meu fetio.

Bolão encaminhou todos os documentos e deve começar em Campo Bom na quinta feira que vem.

Campo Bom é um lugar excelente.

Ele agora está se convencendo que um diploma de Medicina é um negócio muito sério, abre quase todas as portas.

Amanhã de manhã vai para Pelotas.

O Angelo está aqui esperando o Tergolina que virá buscá-lo.

Carlos embarcou para Espanha e Alemanha ontem às 19:30.

Anteontem almocei com o Amaury.

Rolla e Eda continuam no Rio imagino que tentando resolver o problema do visto da Vanessa para entrar nos USA.

Se não foi concedido, os americanos não costumam voltar atrás, nem mesmo com os prantos e as virações do Rolla.

Foi lembrado o famoso caso do Zé que, mesmo com um contrato de médico para os Estado da Califórnia, passou o maior sufoco para conseguir um visto.

Lembrei também o caso do Bolão e daquele judeuzinho filho da puta que era cônsul em Porto Alegre.

Penso que se a Vanessa não conseguir voltar, vai ser bom para ela.

Eles têm casa lá mas são clandestinos.

Ela não gosta dos USA mas o marido dela é deslumbrado.

No frigir dos ovos, o cara não passa de um motorista de van, clandestino, que fica peruando eventuais turistas brasileiros nos desvãos da Disney.

Eu vi, lá no Rock Café, em Orlando.

Bem.

No mais, tudo tranqüilo.

Boas noites.

 

13/09/97 18:17, tempo frio e chuvoso. Gris.

Mais uma tarde porteña.

Muita chuva de manhã mas assim mesmo fomos à feira e depois na mãe que está ótima, totalmente recuperada de seu tombo.

Lucia e Pfeifer almoçaram aqui; o peixe, que a Heloisa foi comprar no mercado de madrugada, filé de linguado fresco, tinha algumas espinhas que foram parar no prato da Lucia; provavelmente eram as únicas espinhas de todo o peixe.

Agora há pouco telefonou a Cláudia para informar que os documentos do Pfeifer foram achados: telefonaram para o Bruno no Rio.

Já contatei com a pessoa que está com os documentos e é só apanhar.

Farei galeto amanhã, de preferência sem pimenta.

No mais tudo tranqüilo.

Boas noites.

 

17/09/97 17:25, tempo bom.

De quarta feira até hoje, as coisas transcorreram sem maiores novidades.

O plantão do Bolão em Campo Bom michou mas ele já arranjou outro em Gravataí.

Deve estar chegando de Pelotas neste momento: como vem de mala e cuia, o João foi buscá-lo na redoviária.

Ontem jantamos e jogamos no Plazinha com a Lucia e o Pfeifer.

A Lucia é uma jogadora terrível e ganhar dela não é fácil.

Também o que jogam é diferente da nossa canastra: a modalidade deles é bem mais difícil.

No momento terminou a aula de desenho dos guris que reproduziram o dálmata da Heloisa.

Ficaram muito bons os trabalhos deles.

Diria que o do Pablo ficou excelente.

Encaminhei hoje as contra razões em apelação no processo da Mary Angela.

Penso que estão bastante boas.

Amanhã começa a viajem de volta dos Pfeifer; creio que iremos sentir a falta deles porque são muito agradáveis.

Daqui a pouco vêm para cear conosco.

Sábado é o aniversário do Diego e depois iremos até ao Imbé para pagar contas.

Comprei a placa do Pingo e amanhã devemos ir até lá instalar.

O Pingo está preocupadíssimo em me pagar: a mesada dele é de R$50,00 assim que levará uns três meses para quitar a dívida…

Os guris cansaram de esperar a Heloisa que hoje retomou o famoso chá das quartas e foram para casa.

Sem a avó eles não acham graça, falta a famosa mordomia que tanto os agrada.

Mas, deram as suas mastigadas.

Ontem compramos mais um canário amarelo, da mesma origem do cantador que fugiu.

Pôr enquanto não iniciou a cantoria mas está bem serelepe.

Vamos torcer para que saia um Roberto Carlos.

Hoje joga o Grêmio e, se não ganhar, adeus possibilidades de classificação.

Domingo, depois de um primeiro fácil, ganhando pôr 2 x 0, deixou os baianos empatarem.

Com a saída do Koff e do Luiz Felipe, o Grêmio se desmanchou, mesmo estando com um time melhor.

Creio que pôr hoje é só.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 22 de setembro de 1997, 17:48, tempo bom, fresco.

Quinta feira ficamos na folia de despedida dos Pfeifer.

Saíram com destino a Itapema.

Penso que gostaram da estada aqui em POA.

São muito bons companheiros.

Sexta feira instalamos a placa do Pingo que ficou satisfeito e já pode voltar à Internet.

Isinha pagou metade do custo da placa, R$50,00.

Sábado festejou-se o aniversário do Diego lá no João XXIII; de manhã decoramos o local com a Helena e o Lucas que haviam pousado aqui; estava bom, o local é amplo e a gurizada se espalha pôr lá que até fica difícil para ajuntá-los.

Domingo fomos ao Imbé pagar as contas.

Encontramos tudo bem e o seu Julio em grande forma, com pinta de cantor de tango.

No ínterim, o Grêmio ganhou do Atlético Paranaense e do Coríntians.

Se ganhar mais três, classifica-se entre os oito finalistas.

Bolão segue firme fazendo bico em Gravataí.

Serve como período de adaptação à situação de médico trabalhando sem assistência de outro mais experiente.

Ele estava um pouco receoso mas está vendo que, como em qualquer profissão, a pessoa sai da faculdade sabendo mil vezes mais do que irá aplicar na prática.

O povo tem ido ao tal show do Gigantinho, A Bela e a Fera, e achado fracote.

A compra de ingressos deu a maior confusão mas, no fim, tudo se ajeitou.

Quinta e sexta feira, irão Heloisa, Saara e Patrícia.

Também sexta feira temos um convite para assistir à posse da Vivi, filha do Mirandinha que assume a magistratura.

A guria puxou ao pai: há recém uns dois anos que se formou – na PUC – e já consegue passar em concurso para Juiz de Direito, o que não é fácil.

Quando fiz o discurso de parabéns no dia da formatura dela, representando o Mirandinha, previ que isto iria acontecer e não estava sendo meramente gentil, eu acreditava na cuca da Vivi.

Bingo!

No mais tudo em paz; recebi hoje a visita do Napoleão que andou um mês pela Europa e Nova Iorque.

A partir de hoje pretendo retornar a um velho hábito, o de escrever crônicas.

Como não tenho mais jornal para publicá-las, ficam registradas aqui e servirão, pelo menos, para dar uma idéia do que está acontecendo no quotidiano geral.

Assuntos variados para contentar todos os gostos do respeitável público.

 

A TURBULÊNCIA DO PT.

As pessoas estão surpresas com a turbulência que vai pelo PT: é gente sendo defenestrada, alianças que são recusadas com desdém, candidatos excelentes que são preteridos etc. etc.

O que estará havendo?

A explicação parece simples.

Lembremos que o PT é um partido que foi fundado e sobreviveu graças ao trabalho intenso e obstinado da turma da graxa, de operários metalúrgicos, sindicalistas de salário mínimo enfim, trabalhadores legítimos, apoiados pêlos comunistas do velho e denodado PC.

Como costuma acontecer, na fase de consolidação aceitou em suas fileiras muita gente que nunca havia pegado no batente, povo mais chegado a uma brama do que pás ou picaretas.

Depois vieram os intelectuais, a moçada do “a nível de, razões epistemológicas, comissão temática, socialismo pragmático, doutrina de Gramci “ etc. etc. e tal.

Quando os históricos abriram o olho foi para verificar que os “a nivel de “estavam comandando o partido, sendo leitos deputados, senadores, prefeitos etc., dizendo e fazendo as maiores asneiras que assolam o país.

  1. a turma da graxa, se não estava voltando à dita, pelo menos corria sério perigo.

Daí a reação que, analisada historicamente não surpreende, e até deixa entrever qual fação irá emergir da disputa.

A revolução russa é um exemplo.

Ela foi feita pêlos socialistas que até chegaram a montar um governo extremamente democrático como pregava desde o início do movimento.

Subitamente, pôr sucessivos golpes de audácia, os sovietes assenhoraram-se da situação e, aos poucos mandaram os socialistas ou para a Sibéria ou para o exílio.

Vide Trotski.

O interessante é que lá aconteceu o contrário: a massa menos culta, formadora dos sovietes, derrubou a intelectualidade socialista.

Já na China as coisas se passaram de modo diferente: os socialistas intelectuais estão no poder depois de acabar com a curriola iletrada e demolidora de Mao.

Na Alemanha os socialistas fizeram República de Weimar mas quem ficou no poder foram os nazistas.

Dá para concluir que, quem começa o movimento acaba entregando a rapadura para os parvenus.

E no Brasil, o que acontecerá?

Pela regra, os a nível de irão passar os mão-de-obra para traz.

O Lula perde mais uma vez, o Galo Missioneiro  ídem e aí será o fim.

Em 2002, o PT certamente será dirigido pôr alguma Ana Cristina da vida, formada em Psicologia pela PUC.

Quem viver, veria, mas como no Brasil qualquer conclusão lógica é sistematicamente avacalhada pelas partes, é bem possível que tudo saia ao contrário, que o próximo presidente seja o Lula, que o Galo Missioneiro vá cantar na Praça da Matriz e que o Tarso acabe no PFL, aceitando uma boquinha de Ministro no STF.

Até a próxima.

 

Terça-feira, 23 de setembro de 1997, 18:19, tempo bom.

Um dia tranquilo, sem maiores novidades.

O escritório continua com bom movimento.

Leva um tempo para se recuperar uma atividade puramente liberal mas devagar vamos.

Em Direito, há um ano de carência para começar a entrar a grana.

Bolão foi para Pelotas porque amanhã é o aniversário do Chico.

Isinha vai hoje no show da Disney e espero comentários: até agora, os intes não têm mostrado grande entusiasmo.

Vamos à crônica.

 

ARATACAS.

Li há poucos dias uma notícia que me deixou de cabelo em pé: as empresas que irão trabalhar na construção da GM e outras, estão trazendo operários soldadores da Bahia que já têm experiência em obras assim.

Paralelamente, anuncia-se o Rio Grande do Sul como o Estado com menor índice de desemprego, situação que irá melhorar com as fábricas que estão chegando.

Mais: o tal de El Niño está providenciando uma primavera quente e um verão chuvoso.

Ou seja, estamos na feição para uma invasão de nordestinos.

Logo começarão a chegar na rodoviária aquelas pessoas cheias de pacotes, sandálias de dedo, camisa floreada e bermudas esfiapadas.

Um desastre!

Jamais devemos esquecer o que aconteceu no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

O Rio era uma cidade elegante, educada, as pessoas andavam de gravata, as senhora faziam desfile de elegância nos bondes que iam do Flamengo para Copacabana, as moças eram bonitas e charmosas e tomava-se sorvetes e até mesmo chá na Colombo.

As conversas eram cheias de humor, o assunto leve e divertido.

Aí veio o surto imobiliário, precisou-se mão de obra e a aratacada, os paraibas , baixaram em massa.

E foi o que se viu e o que se vê: todo o mundo de sandália de dedo, mulherio feio de canela fina e cabeça grande, sujeira nas ruas, invasão das praias, ambulante para todos os lados, um desastre total

Nunca mais o Rio conseguiu recuperar-se de modo completo.

Vejam as novelas da Grobo que acontecem quase sempre no nordeste para satisfazer o respeitável e numeroso público.

En passant, já há pessoas no Rio que não vêm as novelas para não ter que aturar o sotaque horroroso.

Conheci São Paulo quando ainda era a cidade mais caipira do mundo. As pessoas eram agradáveis , ingênuas, vigorava a amizade entre vizinhos, havia festas de rua, principalmente São João, comia-se muito bem e bebia-se melhor nos restaurantes da Brahma. Não havia malocas só bairros de classe média bem como em “Eramos Seis”.

Gente de boa fé.

Todos usavam chapéus e os costumes eram bem interioranos com padres, quermesses e tudo o mais.

Com o crescimento industrial, a paraibada baixou em multidões, a ponto do Geisel elaborar uma lei, que acabou não indo para o Congresso, que quase proibia a migração.

E lá se foi São Paulo para o rap, guerra de gangs, prostituição, favelas, crack, menor abandonado e pôr aí empós.

A Brasilia, que iria ser a cidade paradigma do mundo, hoje é uma cidade nordestina com todos os defeitos inherentes.

A cidade fede a nordeste: em qualquer lugar que se vá, aquele monte de cafusos andando para lá e para cá, inoperantes, burros, mal enjambrados, fazendo confusão.

Brasilia é hoje o fim da picada. Se tivesse mar seria mais uma república caribeña.

Até aqui estivemos livres daquela sub raça, como dizia o Freitas, porque a lenda do frio mantinha os chinela de dedo à distância.

Também o fato de que tinham medo de levar um balaço nas guampas.

Sapato era caro mas até isto está contra nós: os chineses estão dando sapatos ali na Volunta e a aratacada, vide Alagoas, já chegou à conclusão que aqui ninguém mais dá tiro em forasteiro, que somos aprendizes de pistoleiros.

Agora, eles é que dão.

Na hora que a vanguarda  descobrir que o frio nem é tanto, que têm sapatos de montão, que a comida é barata e que tem barricas de terrenos baldios para fazer a maloca, aí temos fritos: vai aparecer paraiba de bando.

Logo vai ter forró, xaxado e outros que tais.

Mulherio, ao invés das louras e altas ou morenas e vitaminadas, vão virar para cabelo caju, canela fina e roupagens indescritíveis.

Acho que não escaparemos.

CTG vai virar CTNordestinas e o Laçador,  Bóia Fria.

Até a próxima, bichin.

 

Quarta-feira, 24 de setembro de 1997, 17:24, esfriando rapidamente.

Até às 16:00 de hoje, estávamos em pleno verão e agora, uma hora depois, o tempo virou e retornamos ao inverno!!!

Os guris vieram para a aula de desenho mas como o Diego havia ganho umas  pretensas luvas de box

( Jogo do Gugu) da Heloisa e um laboratório químico do Bolão, a aula acabou sendo de box e experiências.

A parte de Química não empolgou; antigamente fazia-se uma escrita invisível ou uma mancha com fenolftaleína e ficava todo o mundo de boca aberta; hoje , para abrir a boca de alguém só se fizer aparecer de dentro de um lenço um dinossauro perneta.

Estive na Policia Civil para registrar o Magnum e a Puma que ganhei do Jaime.

Vamos ver se consigo. Porque documentos não os tenho.

Como também passei no mecânico para arrumar a chave do carro, acabei não indo ao escritório.

Viviane veio apanhar as carteiras do Gigantinho e acabou de telefonar que não conseguiu comprar entradas porque está a maior zorra pôr lá.

Os caras armaram uma confa com as cadeiras perpétuas que ainda teremos muito assunto.

Particularmente vou entrar com uma notificação judicial proibindo a venda das minhas cadeiras.

Hoje é o aniversário do Chico e Heloisa já telefonou.

Quem reapareceu na terrinha é o Rolla; como a Eda está nos USA com a Vanessa , ele está having soup with the fork.

O Vares e sua turma ( 12) continuam na Escandinavia e Russia com escala na Funai.

Acho que agora ele já livre da obrigação de ir à Europa.

Parece-me que uma das coisas mais suburbanas que se pode fazer é ir à Europa para dizer-se que foi.

É uma regra burguesa das mais lamentáveis.

Parece também que é característica dos peninsulares de língua espanhola.

Assim como no caso dos fazendeiros da fronteira cuja maior glória é irem no verão á Punta e parar no Plaza durante a Expointer.

E, ficar andando para lá e para cá, de caminhonete rural, com bonézinho, bombachinha,  botas argentinas e cara de atrevido.

Quando vejo um destes tais, sempre lembro do Felipe que tinha profunda aversão pôr estes pátrias que ele chamava de gauchinhos.

É o triunfo da aparência sobre a essência.

Como em Pelotas.

Bem.

Este ano a Semana Farroupilha, apesar de bem comemorada, não teve a divulgação que anteriormente teve.

Acho que os de Israel, o povo da Zero Hora, pôr alguma razão econômica resolveram boicotar a coisa.

Quem fervia na Semana Farroupilha era o negrão Collar que se pilchava, pegava a Neusa e saía para o fandango.

E recomendava para que nas repartições do Estado, a moçada comparecesse ao expediente fantasiada de gaúcho.

Cabe lembrar que esta história de gaúcho é nova, movimento fomentado pelo Peron que no fundo queria anexar o Rio Grande e o Orogoai, com o lema “Três bandeiras, uma pátria, a pátria dos gaúchos “.

Até mil novecentos e picos, gaúcho era qualificação pejorativa.

Os farrapos se auto denominavam sul riograndenses.

Me lembro que quando era guri, um peão que tínhamos costumava referir-se aos gaúchos como “aqueles jaguara “.

Ainda vou reler o Simões Lopes com mais cuidado para ver se aparece o termo em qualquer dos seus livros.

Acho que com a atual conotação, não!

Idem para o Darcy Azambuja.

A APLUB publicou um livro com o que se admite seja a primeira manifestação de temas regionais riograndenses.

Lá eu tenho certeza que não há nenhuma referência a gaúchos.

É um livro interessantíssimo que mostra os costumes da época.

Costumes que não têm nada a ver com o que hoje se cultua e se exalta.

Vale a pena ler.

Se eu não me engano, o Saint Hillaire usa o termo mas de modo depreciativo quando se refere às tropas alegretenses que protegiam os nacionais contra as incursões dos de alla.

Ele diz que a proteção era pior do que os ataques espanhois.

Mas como diz-se que a tradução do livro de Saint Hillaire é simplesmente medonha, é possível que não seja bem assim.

Isto daí é o que se chama de cultura inútil.

Acontece que quando começa-se a escrever, uma coisa puxa a outra, são os famosos “ganchos “tào ao gosto da mocidade do PT.

A Isinha contou que numa reunião do IPA, em que as pedagogas PT/ PUC abusavam do “a nivel de“ e do “gancho”  um professor bem humorado declarou que não iria mais permitir que as moçoilas do PT pegassem no gancho dele!

Estas ridicularias sempre me fazem lembrar uma revistinha pornográfica que a Secretaria de Cultura Municipal publicou, na gestão do Olívio.

Negócio prá lá de brabo e que foi defendido na TV pela Lúcia do Alvinho; ela tem uma aparência séria, ficou muito embaraçada quando o interlocutor começou a fazer umas perguntas diretas e reclamou que o pinta estava apelando.

Aí ele deitou e rolou porque o texto da revistinha era muitíssimo pior, leu um trecho e parou porque realmente não dava, nem na novela das dez.

Foi chato.

En passant, a Lucia é Assistente Social da Prefeitura e a revistinha propunha-se a combater a AIDS.

Claro que tudo isto entrou para o rol das Leituras Edificantes ( aquelas que se fazem nos conventos enquanto os internos se alimentam) quando uma outra curriola de jornalistas, a nivel de Brasil, criou a famosa campanha do Braulio!!!

Aquele episódio do Braulio ainda está atravessado na nossa garganta e merece um estudo bem mais consistente.

Porque aquilo foi uma manifestação do engenho humano única no espaço e no tempo universal.

Jamais se teve notícia que alguma cultura histórica ou pré histórica tivesse engendrado, imaginado tamanha tolice.

Aquela foi de lascar e não sei como não acabou com o Jatene.

Vejam que pôr ato infinitamente menos esdrúxulo, o Riccupero teve que pedir o boné.

Até os US$30.000,00 do Magri desaparecem frente a grana que foi posta fora com aquela imensa demonstração de tolice.

E, não se falou mais no assunto porque a origem estava no PT, nos “a nível de“.

O PT, como sabemos, domina a midia.

Estou lembrando estes fatos porque os caras vivem cobrando tudo de todo o mundo.

Mas de coisas como o Braulio ou a revistinha de sacanagem, ninguém cobrou nada.

Bem, vamos jantar e voltaremos para crônica.

 

A RESPEITO DE TÓXICOS.

Parece incontestável que o uso de tóxicos resulta numa fuga à realidade; os usuários buscam uma sensação de euforia, de prazer que não existe na vida real.

O corpo, a parte material do ser , no entanto, sofre e se prejudica muito, podendo até sucumbir.

No entanto, mesmo sabendo disto, as pessoas usam tóxicos.

Parece lógico deduzir-se que a componente espiritual prevalece nesta relação.

No momento, alguns pesquisadores procuram negar aquela conclusão lógica e localizar a compulsão para os tóxicos numa área determinada do cérebro.

A explicação é coerente mas, a meu ver, não resolve o problema.

Porque, há outros tóxicos além das substâncias químicas.

O que dizer-se das religiões que se espalham pôr todas as partes do mundo, prometendo, última ratio, uma fuga à realidade, um paraíso que, sintomaticamente está se localizando em lugares fora da terra?

Parece evidente, pelo que temos visto ultimamente, que essas religiões também podem conduzir a uma destruição física dos participantes.

Então estamos diante de um fenômeno, de natureza principalmente psicológica, que se origina na busca de uma fuga à realidade e cujo preço pode ser a morte.

Como explicar um preço tão elevado? O que está encoberto, o que ainda não sabemos sobre a origem desta escolha tão terrível?

Se admitirmos que o homem é o produto final de uma célula que pôr sucessivos processos de adaptação e mutação, chegou ao seu atual estágio, obrigatoriamente teremos que admitir que alguma coisa falhou no processo porque ele é um ser desadaptado ou, se muito, mal adaptado..

Que existiu uma outra realidade, na qual o homem estaria muito melhor  e onde sentia-se tão feliz quanto se sente agora, através do uso de tóxicos, sejam eles químicos ou psicológicos.

Metaforicamente, a Biblia conta a história do Jardim do Eden, um lugar onde qualquer usuário de cocaina, ópio, daime, e seguidores de doutrinas ditas esotéricas, haveriam de sentir-se em casa.

O que concluir?

É o que veremos em próximos mas não seqüentes capítulos, eis que o tema é complicadíssimo e com tantas variáveis que exige um longo processo de análise.

Até a próxima.

 

 

 

Domingo, 28 de setembro de 1997, 18:09, chuvisco, quente.

O povo acabou de ir para casa, após um grandioso galeto.

Esperávamos que viesse a Alda acompanhada de seu filho Paulo, recém chegado do Espírito Santo mas, não apareceram.

Pinho almoçou conosco: saiu daqui muito vermelho porque tomou bastante cerveja.

Esperemos que não dê problema.

Ontem vimos “O Paciente Inglês “o filme que ganhou todos os Oscars do ano passado.

A meu ver tem erros de direção primários e não consegue passar  o enredo ao espectador: sente-se que a história é bem diferente do filme.

Creio que pode-se dizer sem injustiça que o filme começa e termina e a gente nem se mexe na cadeira.

É inócuo e as cenas que deveriam ser fortes em emoção acabam em lugar comum desolador o piano da abadia, a mina na estátua, o alicate caindo na água, a amiga alegrona morrendo no jipe, tremendo deja-vu.

Falando nisto – deja vu – tem uma cena em que um convite sutil para o amor, é feito com o balizamento, com velas,  do caminho desde o quarto da donzela até o quarto( barraca) do galã.

A cena é interessante e certamente original.

Assim que foi repetida, com a maior cara de pau, na novela “ A Indomada“ !!!

En passant, semana passada morreu o Red Skelton, um cômico muito apreciado na década de 40 – 50.

Quando o Carlitos terminou “Luzes da Ribalta “. um enorme sucesso, o Skelton fez um filme quase igual!!!

Foi lamentável porque até a cena final, a morte do palhaço, era exatamente igual: variava apenas a causa mortis.

Assim que nossos diretores de novela andam em boa companhia.

No mundo nada se cria, tudo se copia.

Erro não é copiar,  erro é copiar mal.

E, pôr ai empós.

Bem.

Já fazem uns dias que ando indisposto: dor de cabeça, boca amarga, down, sem vontade de fazer nada.

Pela minha experiência deve ser alguma coisa relacionada com alimentação e vou entrar num regime de chá de boldo para ver o que acontece.

O pior é a dor de cabeça.

Acabou de sair daqui um amigo do Bolão que trouxe para ele uma mágica comprada na Expointer.

O Bolão deve chegar hoje porque trabalha amanhã.

Grêmio,  Inter e  Juventude empataram todos.

Negócio agora começa a ficar mais encardido no campeonato brasileiro.

Hoje é domingo e não tem crônica.

Boas noites.

 

Quinta-feira, 2 de outubro de 1997, 17:29, chuva.

Retornei hoje de madrugada de Bagé.

Há dois ônibus que saem de lá à meia noite o que é, pelo menos, inusitado.

Öbvio que os dois vieram vazios.

O que será que se esconde atrás de negócio aparentemente tão ruim?

De madrugada, não esqueçamos, não há a menor fiscalização nas estradas e Rivera é tão pertinho de Bagé…

Fui quarta feira no Executivo – o mesmo que leito – e que sai daqui às dezenove horas.

A viajem é ótima, com uma só parada na entrada para Cachoeira.

5 horas exatas de viajem.

Fui também à Lavras  o que é uma experiência imperdivel.

É um vilarejo perdido no meio da serra e parado no tempo.

A impressão que me deu é que se um guerreiro farrapo voltasse agora à Lavras, iria achar que a vila teria piorado muito!!!

Para quem está com stress de cidade grande, uma estada lá seria a cura imediata.

Bagé pareceu-me trepidante e muito bonita, limpa, bem iluminada e crescendo bastante.

A história de que a fronteira sul está estagnada e em decadência, não vale para Bagé e até pelo contrário.

Gostei de ver.

Parei no Hotel Charrua, bastante antigo mas com um serviço surpreendente:  tudo muito limpo, as pessoas são educadas e sente-se que estão treinadas para servir o que não é comum no interior.

Renato fez um churrasco muito bom ontem de noite com a presença de todos os familiares da Ana.

Ele inventou umas novidades como p. ex., assar picanha na grelha de assar pão e ficar molhando o assado com água pura.

Achei uma boa idéia porque a carne fica bem úmida, suculenta.

O povo está assanhadíssimo com a ação que ganhei e fazendo projetos mirabolantes.

Mas, muita água ainda vai rolar debaixo da ponte.

Hoje o papa está chegando no Brasil e a televisão está filmando o senhor Woitilla bem de perto.

É um polaco de feições grosseiras, na minha opinião sem o phisique du rôle.

O Grêmio ontem empatou com o Cruzeiro em 0 x 0 mas o time não teve culpa: é que a chuva era tanta que não dava para jogar bola.

Pena, este ano o Grêmio não está com sorte.

O tal de Colorado ganhou e já está na liderança, de novo.

No mais, tudo em paz.

Mudamos o forro do teto do Santana que ficou ótimo.

Com duas noites sem dormir, estou caindo de sono.

Portanto hoje não tem Crônica.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 6 de outubro de 1997, 18:01, tempo bom.

Este computador distraído ainda está com horário normal e já começou, ontem, o horário de verão.

Sexta feira tivemos um jantar com boa presença festejando o aniversário do Bolão.

Liege veio de Pelotas com os guris.

Sabado choveu o dia inteiro e não saímos.

Domingo, grandioso churrasco de picanhas e vazio argentinos, um sucesso.

Choveu em bicas.

Hoje dia normal, tem um sabiá cantando desesperadamente bem aqui ao lado; está na época de acasalamento e eles ficam desatinados.

Ainda irá surgir um movimento para eleger Porto Alegre a cidade dos sabiás.

Será bem vindo.

Hoje está sendo um dia normal; estranha-se o horário de verão porque já passam das seis e o dia ainda está super iluminado.

Escrevi o dia inteiro assim que estou meio cansado e vou parando, sem crônica ou quem sabe mais tarde.

 

Quinta-feira, 9 de outubro de 1997, 18:39, chuva.

Terça e quarta feira foram dias normais; ontem os guris da Patrícia vieram para a aula e fiz com que pintassem as árvores da frente para que aprendessem que há muitos verdes na natureza.

Como acontece sempre que há alguém na frente de um cavalete. As pessoas que passavam ficavam curiosas e um senhor que mora aqui na rua, no número 251, me disse que é pintor e vende muitas aquarelas para os USA.

Me deu umas barbadas sobre tinta acrílica que ele acha o melhor para as crianças.

Vou pesquisar.

Terça feira o desgraçado do Grêmio perdeu para o Flamengo; aliás não foi o Grêmio, foi o Rivarola que bobeou no primeiro e fez o segundo contra.

Depois foi expulso.

Sem comentários.

Hoje fizemos um ponto de água na pia da cozinha para futura instalação de um filtro que até já foi comprado.

Falei com o Zaldo Toniolo que já conversou com o Nelson Chama e também interessou-se pelo Poacá.

O Zaldi telefonou lá de Marabá mas, em compensação, o Nelson não me comunicou nada: decerto está preocupado que eu cobre honorários dele.

Em matéria de dinheiro o turco é simplesmente lamentável.

Amanhã deve vir o Renato e convidou para jantarmos no Prinz; não sei se vai dar porque talvez haja jogo da curriola das sextas feiras.

O resto vai devagar mas vai.

Bolão estudando para o exame da AMRIGS e fazendo expediente em Gravataí.

Ontem morreu a canarinha e me parece que o canário também está a perigo; com o que encerraremos o capítulo passarinhos aqui em casa.

Acho que é a gata quer põe olho grande…

Horário de verão, dia claro e está quase na hora da janta.

Hoje almocei em casa porque dei aula para o Angelo agora de tarde assim que não estou com muita fome.

A novela “A Indomada “está terminando e creio que hoje é o penúltimo capítulo; como sempre acontece, o fim é meio fracote, duma hora problemas gravíssimos são resolvidos com soluções  ridículas.

No caso houve cada uma de arrepiar o bom senso de crianças de sete anos.

Teve uma subida ao céu de um anjo que constrangeu até as poltronas da sala.

Parece que hoje tem mais.

É sempre assim, nenhuma surpresa.

Hoje joga a seleção brasileira mas é caça-níquel.

Assim que vamos encerrando.

Até à próxima.

 

Segunda-feira, 13 de outubro de 1997, 16:04, chuva e chuva.

O tal de El Niño não está brincando em serviço: é chuva e chuva.

Acabo de chegar de um lugar escondido lá no quarto distrito onde fui deixar Heloisa que, está indo para mais uma costumeira viajem ao Paraguay.

Tomara que as enchentes não atrapalhem o brilho do passeio: dizem que o Paraguay com chuva é um horrore.

Sexta feira de noite faleceu a tia Zilda mas como modernamente não há mais velório, fomos ao enterro sábado de manhã.

Tia Zilda foi uma pessoa notável e sempre esteve presente com gentilezas quando precisamos dela ou simplesmente pôr delicadeza masmo.

Quando casamos ajudou a montar nossa casa e no tempo de solteiros nos convidava para a sua casa no Imbé onde aliás, abrigava tudo quanto era parente e não parente.

A casa da tia Zilda e tio Chico no Imbé merecem um livro.

Ela gastava um bujão de gás pôr dia para alimentar a vara de perus.

  1. Alda não compareceu ao enterro porque não foi avisada pelo Paulo.

No fim ela achou melhor não ter sido avisada ou, pelo menos, foi o que declarou publicamente.

Fica o registro porque esta novela, a meu ver ainda não acabou e alguma coisa ainda vai sobrar para Heloisa.

Porque foi Heloisa, pensando que o Paulo havia avisado D. Alda como combinado na sexta feira de noite, quem telefonou do cemitério e perguntou para a Alda se ela não iria ao enterro.

A resposta foi “enterro de quem ? “e aí a Heloisa deu a informação.

Traduzindo a ópera em português. o Paulo não avisou pata não chocar e a Heloisa dá a paulada.

Nem era paulada – todo o mundo sabia que a tia Zilda estava a perigo – e nem o Paulo deixou de avisar pôr bonzinho.

Bem.

Domingo fizemos grandioso churrasco.

A Graça apareceu.

Estiveram em Porto Alegre o Renato,e as duas Anas mas como vieram nos visitar sexta à noite e o joguinho estava em pleno andamento, a visita foi bem curta.

Já voltaram para Bagé; não sem antes me deixar o processo de prestação de contas, umas mil e tantas folhas.

O Grêmio perdeu de novo e agora a briga é para não ser rebaixado.

No mais, tudo em ordem.

Segue a crônica.

 

A VISITA DE BILL CLINTON.

Está causando uma tremenda alauza a visita do Clinton.

A coisa começou com um relatório do embaixador americano no Brasil e terminou com as exigências da segurança do homem do Alabama.

O que mais surpreende é o relatório do embaixador e as perguntas que afloram são:

– Porque foi divulgado?

– Porque o cara usou expressões menos diplomáticas?

– Porque voltou atrás?

As três perguntas só podem ser respondidas de uma maneira:

Porque ele queria obter justamente este efeito de tornar a vista do Clinton um motivo de desentendimento!

que alias já aconteceu: o presidente do STF não vai receber o Clinton nem vai ao jantar oferecido pelo FHC.

Como sabemos, os USA começam a temer o Brasil pôr causa da sua expansão na América do Sul via Mercosul: os americanos temem perder um baita de um mercado principalmente porque o Japão negocia muito com o Chile e o MCE com a Argentina.

Via Mercosul, o Japão e o MCE entram no quintal dos USA.

Daí a tentativa de arrumar umas desavenças entre Brasil e Argentina.

Primeiro os americanos disseram que os argentinos são parceiros preferenciais dos USA, depois tentaram forçar a barra com a ALCA e agora vem o Clinton com a seguinte missão: avacalhar os brasileiros e elogiar os argentinos.

Se o Menem não fosse o grande filho da puta que é, o tiro sairia pela culatra mas com aquele pinta nunca se sabe.

Espero e até presumo que o nosso pessoal mais voltado para estes assuntos tenha percebido as sutilezas, principalmente porque os americanos são os maiores pecadores nas falhas de que acusaram o Brasil.

Está muito na cara: dizer que em São Paulo neguinhos fazem sexo no banco de trás e esquecer o episódio Divine Brown, é muito farisaismo.

Montar um esquema de segurança que inclui até a suspensão de tráfego de trens é esquecer o que aconteceu com Lincoln, Kenedy, Reagan e outro menos manjado.

Dizer que a justiça brasileira é lenta e esquecer que 60% dos caras que vão para a cadeira elétrica são comprovadamente inocentes ou mesmo que esperam dez a quinze anos no corredor da morte, só pode ser provocação.

E, é!

Espero que os de esquerda também tenham senso prático para enxergar a sacanagem e não  aderir ao “Clinton go home “.

Hoje ouvi um cara que é comunista sério e que esteve fora do país durante o período militar ( ele não disse que tenha sido desterrado) fazer um baita elogío ao Exército.

À semelhança do relatório do exmbaixador americano, também tem caroço debaixo desse angu.

Qualquer dia a Jussara Cony vai querer sentar praça!

En passant, recebi um jornalzinho que circulou pela 5º Seção do CMS que me surpreendeu: nem o Lula teria coragem de escrever os artigos lá veiculados,

Talvez a Tarsa Genra mas certamente não o pai dela.

Periga o Lula se eleger.

Até a próxima.

 

Quinta-feira, 16 de outubro de 1997, 18:04, frio, parou de chover.

Hoje é o aniversário da Patrícia e consta que haverá uma janta fora mas não creio que irei porque a minha perna está doendo com esta mudança brusca de tempo.

De qualquer forma, até agora nada está confirmado.

Heloisa deve chegar amanhã de manhã se não houver nenhum atraso pôr causa das estradas que estão ruins em alguns lugares do Estado.

Hoje parou a chuva aqui em Porto Alegre mas os rios continuam subindo devido ao minuano que começou a soprar e represa as águas.

Agora o povo começa a acreditar no El Niño.

O que não dá para entender é esta novela de flagelados: todos os anos é a mesma coisa.

Termina a enchente e as pessoas voltam para o mesmo lugar.

Porque as Prefeituras não os colocam em terras mais altas?

É uma situação que nunca consegui entender.

Hoje foi o dia de encontrar velhos milicos.

Primeiro apareceu o Napoleão com o papo clássico de Cosmologia; depois o Mambrini, o Pif-Paf e finalmente o Zé Pedro.

O Zé Pedro está muito acadelado porque ficou viuvo e só.

Saí do escritório às três horas e só consegui chegar na garagem às cinco.

O povo V. º gosta de um papo que se lambe; eu já não tenho mais paciência.

Acho também que estou inaugurando uma gripe.

Ontem o Grêmio perdeu para o Peñarol , uma vergonha porque os uruguaios estão caindo pelas tabelas.

O tal de Darnlei só faltou fazer golo contra.

Os caras são ruis demais; o Grêmio acabou e se bobeia perde para o Criciuma e é rebaixado.

O Bolão está estudando com força total para o exame da AMRIGS que será no dia 16 de novembro.

Acho que ele passa fácil.

Os de Cachoeirinha ou Gravataí, não sei bem, estão sem grana para pagá-lo.

Ontem também foi a missa da tia Zilda e encontrei lá, além da família, a Liris e a família Pinho.

Estava a Maria Amalia que eu não via há uns vinte anos.

Não mudou nada.

A Alda, na primeira fila, recebia as condolências.

A igreja estava cheia.

Acaba de chegar o Eduardo assim que vou encerrando.

Boas noites.

Em tempo: a janta da Patrícia, ao que tudo indica, pifou porque ela foi chamada para ir até ao hospital.

 

Sábado, 18 de outubro de 1997, 18:18, tempo nhem nhem nhem.

Heloisa voltou ontem do Paraguay e, as usual, encantada com a viajem.

Os preços estão baixíssimos e, em alguns casos deixam a gente de orelha em pé.

A minha secretária eletrônica Panasonic custou R$90,00 e a Heloisa comprou uma muito melhor, também Panasonic pôr R$37,00.

Um barbeador Philishave três cabeças pôr R$58,00!!!

Vale a pena ir até ao Paraguay.

Ontem de noite fomos jogar no Vares e vimos as tradicionais fotografias da viajem para a Escandinavia e Paises Bálticos.

Bolão seguiu para Pelotas; segundo consta os PT de Gravataí pagam-no segunda feira.

Está estudando firme.

No mais tudo indo.

Daqui a pouco os guris da Patricia vêm para cá porque ela e o Carlos vão a um churrasco no Bagé.

Como estaremos em água até amanhã, não será feito o tradicional churrasco de domingo.

Isinha também deve aparecer para ver os bagulhos que a Heloisa trouxe.(?)

Isto aí.

Até a próxima.

 

Terça-feira, 21 de outubro de 1997, 23:10, chuva.

Domingo almoçamos na Patrícia que apresentou um prato baiano, o famoso vatapá.

Estava bastante bom se bem que eu não entendo nada de vatapá.

Nem de vatapá  e nem de qualquer comida baiana: sempre achei que acarajé fosse uma gororoba tipo camarão com quiabo e otras misturas mas é simplesmente um bolinho com muito alho.

Moqueca eu achava que era um bolo de milho e outras mumunhas mas é um ensopado!

Siri mole ultrapassava a minha capacidade de realismo fantástico mas no fim é uma frigideira cheia de dendê com uns fetos de siri repelentes boiando lá dentro.

Cachaça de cabeça eu pensava que era uma cachaça feita com o cabeça da cana mas não é: é o primeiro produto da destilação ou seja, quase éter!

Realmente a minha herança genético-cultural nào tem nada a ver com a Bahia e nem mesmo a semântica me ajuda: traduzo tudo errado.

Lembro que uma janta na tal de Pavuna (?) me custou um mês de churrio daqueles de ficar sentado ao lado da suite, como diz o Tom Cavalcante.

Amaury de vez em quando me faz a apologia da Bahia, do carnaval, praias, modo de vida etc mas nem me toca: acho tudo um negócio meio jombrega, malandragem feita à máquina.

É como a literatura do Jorge Amado, elogio do cais dos saveiros, das putas e da malandragem narrados diretamente da suite presidencial do Hotel Plaza de Paris.

Abaixo a Bahia e os baianos!

Acabo de ver na TV um programa sobre Saint Louis MO e verifico que estive em outro lugar com o mesmo nome e no mesmo Estado.

Com exceção do estadium da Anheuser Bush e daquela sorveteria que fica numa esquina e onde todo o mundo vai, perto de onde os Barrios moraram a primeira vez, o lugar era outro.

E o Arco, é claro.

Nesta família estamos mal de guias turísticos.

Há excelentes locais de diversão principalmente restaurantes típicos alemães e italianos.

A nossa guia, Patrícia, só nos levou num restaurante mexicano (?) na Union Station; mexicano porque era decorado com chapelões de charro eis que a comida eram french fries and aquela coisa vermelha que o Henrique gosta muito, catchup.

E, pimenta que os babacas ( nós ) comíamos e dizíamos :” Que horror, como podem?

E a seguir contávamos a história da Isinha que no México pegou a doença do ultimo imperador azteca”de quem, no momento não lembro o nome.

Não é fácil ser turista.

En passant, vi as fotografias russas do Vares.

Um monte.

Tudo bem

Hoje de tarde vieram jogar aqui em casa velhos personagens de muitos anos atrás: a Ilsa Kieling, a Sandra e a Silvia; o povo até que não está muito baleado mas se percebe que se a lataria ainda está razoavel, a máquina já está queimando óleo 90.

Já tem gente capengando. Como eu.

Agora de noite a Heloisa foi jogar nas gringas eis que a Elusa encontra-se em fase de recuperação e não pode sair de casa.

Talvez ainda se faça um churrasquinho para ela que regressa sexta para Cuiabá.

A Alda telefonou informando que o Paulo desapareceu mas sabemos muito bem que houve uma rusga entre os dois e o Paulo tomou rumo de Tramandaí, apartamento da Marilia.

Velhos temas.

Parece que o Paulo irá casar-se no Espírito Santo com uma libanesa.

Bolão recebeu o primo salário de médico mas, segundo ele, já devia tudo no cheque especial.

Está estudando bastante para o exame da AMRIGS.

Eu, ao que tudo indica, peguei um baita resfriado.

Não há quem agüente El Niño.

O Estado está todo cheio de água e no noroeste, a coisa está feia mesmo.

Em Itaqui, a rua principal está submersa em nove metros de água.

No que concerne à política, vem aí uma chapa que vai dar o que fazer: Ciro Gomes e Luiza Erundina.

Ciro Gomes é muito bom de papo e de televisão e a Erundina tem um baita fã clube.

O povo do Exército gosta muito dela.

Vão incomodar.

Para quem não sabe, a Erundina saiu do PT porque as alas mais radicais acham que ela virou para o lado direito. Foi defenestrada.

Está agora no PSP, antigo partidão, PCB.

Se não for isto, é pôr aí pertinho.

Aqui no RS é capaz de pintar a dobradinha Olivio – Tarso e aí vai ser dureza.

Olivio está com discurso de candidato, sóbrio, cortês, elegante: o pau no burrro – no caso, Brito – fica ao encargo dos cachorros loucos tipo Khoutzi e o próprio Tarso.

Penso que o PT não pode continuar com a  mesma argumentação de desemprego, dinheiro para a GM, abandono rural etc. porque acaba discursando contra a evidência e aí perde a credibilidade.

A Emilia Fernandes também vai se candidatar e o meu desejo é que quebre a cara.

A malher simplesmente acha que elegeu-se sozinha, que o Zambiasi não pesou nada.

Vai ter uma baita desolosã.

João andou instalando umas memórias diferentes aqui neste computador que devem servir para acelerar gráficos. Como não trabalho com elementos gráficos, não sinto nenhuma diferença.

Deve ser bom para os desenhos do Angelo.

O João também anda sugerindo que eu instale uma tábua para desenhar: é uma espécie de lousa eletrônica, onde os desenhos feitos com uma caneta digital aparecem na tela e podem ser gravados.

Estou pensando no causo.

No mais, tudo em paz.

Boas notes.

 

Quarta-feira, 22 de outubro de 1997, 22:42, tempo bom.

Hoje, quarta feira, dia de aula dos guris com duas novidades: começaram a pintar com acrílico e fiz um exercício de leitura e interpretação com o Diogo.

Acontece que, supostamente o Diogo lê mas não interpreta o que o levou a uma psicóloga…

Como sempre achei o Diogo muito inteligente, surpreendentemente inteligente, resolvi fazer um teste e dei para ele lêr um capítulo de “Caçadas do Pedrinho “e depois me contar o que lera.

Ele simplesmente leu e depois me contou a história mas foi além: me contou também o resto da história porque ele já havia lido o livro!!!

Acho que quem precisa de psicóloga é a própria para ver se abandona a picaretagem.

Na verdade o Diego não lê com facilidade mas isto pode até ser problema de olhos ou então excesso de televisão.

Vou telefonar para a Patrícia e dizer o que penso.

Neste momento estão jogando Grêmio e Internacional contra o Independiente e o Bahia, respectivamente.

O Internacional se ganhar – e está ganhando – vai ao primeiro lugar no Campeonato Brasileiro.

Recebi hoje o Help, um manual de lingua portuguesa editado pela Zero-Hora.

É excelente e até já copiei uma parte referente ao hífen, coisa que sempre complicou a minha vida.

No mais, tudo tranquilo.

Boas notes.

 

Sábado, 25 de outubro de 1997, 22:03, tempo bom.

Hoje, depois da clássica maratona matinal – feira, mãe, Zaffari, fomos ao Makro onde compramos um micro ondas novo, um Panasonic com dourador.

O nosso já está pedindo água. Vai para a praia.

O que a Saara havia comprado no Mensageiro da Caridade pôr R$40,00, estourou ontem!!!

A mãe não está muito bem, teve umas tonturas, uma espécie de amnésia rápida.

Vamos ver o que dizem os exames.

Neste momento o Internacional está ganhando do Flamengo mas ainda vai correr muita água debaixo da ponte.

Amanhã teremos almoço – a Heloisa está fazendo fricassè e, ao que consta, só virão os Fietz.

Os Barrios irão passear de barco pelo Guaiba…

Bem que o seu Mário chamava a Patrícia de indio…

Quem está em Porto Alegre é o Banda mas ainda não apareceu, só telefonou.

Paulo, para desespero da Alda ainda não deu notícia.

Bolão, que almoçou lá na quarta feira, montou uma baita duma fofoca que envolve o Paulo e a Glacy.

Parece que acreditaram.

Quem pediu a chave da praia foi a Marinês que telefonou de lá dizendo que a casa de máquinas está cheia de água.

Vou ter que ir lá para arrumar a cobertura da casa de máquinas antes que estrague tudo.

Vares foi hoje para lá.

Ontem jogamos nas gêmeas e conforme eu havia prometido ganhei todas as partidas e só perdi uma mão!!!

Eu fique meio indignado com o jogo da sexta feira passada e resolvi que desta vez iria ganhar jogando contra tudo e contra todos.

Enquanto jogarmos com a Família Vares, não pretendo perder.

2 x 0 para o Boloral.

Só falta agora o Grêmio ganhar do Palmeiras e ainda se classificar porque hoje o Goiás ganhou da Portuguesa, uma baita zebra.

O Internacional vai ser o primeiro lugar na primeira fase do campeonato.

Este Word é gozado: se eu começo duas frase com artigo, ele grita; o bicho velho, além de corrigir a grafia, quer também meter o nariz no estilo.

O pior é que tem razão.

O último Word que saiu há pouco, tem corretor de gramática.

Deve ser interessante.

Falando nisto, a Zero Hora publicou um suplemento excelente, o HELP, que trata de Língua Portuguesa.

Afinal consegui aprender o uso do hífen.

Acho que vou comprar mais uns três para os futuros vestibulandos.

A respeito, estava pensando ontem se algum neto irá estudar Direito para herdar o meu escritório.

Além, é claro de ser uma excelente profissão e que, na medida em que o país fica mais rico, adquire maior importância.

O Direito, sabemos, trata principalmente do patrimônio (e dos direitos da cidadania) das pessoas assimque quanto mais rico o país, mais os advogados são necessários.

Além do fato de que o curso de Direito abre um leque enorme de opções.

Juizes, promotores, procuradores, advogados públicos, delegados de Polícia e pôr aí empós.

O Pinho esteve aqui agora à tarde e tomou café conosco.

Pediu para eu arrumar um lugar para a Viviane estagiar.

Vou ver o que posso fazer.

Os Tergolinas continuam desaparecidos lá pôr Ipanema.

Com a casa do Imbé, geralmente vão para lá nos fins de semana.

O Angelo telefonou para dizer que foi muito bem na prova de logaritmos, tirou 4,2 sobre 5.

Não tirou cinco porque cometeu um erro de leitura; sempre digo para eles que a primeira coisa em prova é a leitura calma e cuidadosa das questões.

Estou ouvindo o jogo do Boloral e a torcida está a mil.

Têm direito.

Quinta feira aconteceu o leilão da CEEE e conseguiram vender as distribuidoras pôr mais de um bilhão!!!

É incrível a CEEE era o maior abacaxi do Estado e acabou rendendo uma grana que vai dar para acertar um monte de coisas.

Tiro o chapéu para quem bolou a solução de fatiar a CEEE e vender pôr partes.

Publicou-se hoje que as operadoras de comunicação da União vão ser privatizadas pôr mais de R$160bi, o que significa quase toda a dívida externa do Brasil.

E ainda tem um monte de estatais para vender.

Acho que o PT está liquidado e se bobeia perde até aqui no Estado.

En passant é bom saber que os USA eram os maiores devedores do mundo no século XIX.

Depois, nas duas Grandes Guerras, passaram a credores graças à sua enorme produção principalmente de alimentos.

Estamos indo no mesmo caminho.

Tinham razão os milicos: a gente faz todos os empréstimos que conseguir e monta um baita parque industrial que irá permitir depois pagar toda a dívida e ainda incomodar no mercado internacional.

E, é claro, melhorar demais o padrão de vida do nosso povo o que realmente ocorreu.

Ainda hoje estávamos recordando as dificuldades que tínhamos há nem tantos anos atrás para adquirirmos as coisas mais elementares como manteiga, leite etc.

O pensamento militar, em termos de país, é quase sempre estratégico o que pressupõe respostas a longo prazo.

Para esclarecer, as ações de resposta em curto prazo dizem-se táticas.

Mesmo com as mudanças tão rápidas como as que estão acontecendo no mundo moderno e que exigem respostas táticas, as ações estratégicas ainda devem predominar.

Quando vejo as coisas melhorarem assim e sinto que o povo começa a se orgulhar da pátria amada, me lembro dos anos 70, do Milagre Brasileiro, quando a nossa gurizada ia para Nova Iorque e tratava os americanos como cucarachas…

Há um livro do Henfil sobre o assunto.

3 x 0, o Flamengo está em perigo de levar uma goleada.

Com o que  vou encerrando.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 27 de outubro de 1997, 17:32, calor.

Acabei de chegar do otorino que fez aspiração assim que minha audição já está quase normal.

Devo voltar lá em dez dias com uma radiografia.

Trata-se do Luiz Carlos Saldanha, discípulo do Alemão Lang  e excelente pessoa.

Ontem o povo veio para o almoço da Heloisa que estava muito bom.

A Isinha, depois de bastante tempo, reapareceu.

A noite assistí na televisão o programa “Passando a Limpo “com o Boris Casoi, na Record

Ele entrevistou o Ciro Gomes, o Adib Jatene e a mestra da FGV que escreveu o livro de memórias do Geisel!

As opções que eu tinha para ver eram ” Sai de Baixo ” ou o programa do Silvio Santos!!!

Tenho a impressão que este programa, consideradas as outras opções, logo, logo irá dar maioria no Ibope.

Domingo passado o Faustão perdeu para o Gugu que atacou de Carla Perez e outras cositas mais.

A reação do Carlos Manga – o maior bagaceiro do Brasil _ , diretor do programa do Faustão, foi imediata: os caras pegaram um restaurant japonês de última categoria em São Paulo, cujo dono é um cafetão, e criaram um prato que é servido sobre mulheres nuas, inclusive aquela do cafetão.

Pode? Não pode mas foi o que aconteceu na televisão do Roberto Marinho.

Mundo cão, me admira o Faustão todo metido a crítico e cagador de regra, participar de uma baxaria daquelas.

Amanhã decerto já começa a grita nos jornais, menos daqueles tributários da Globo, é claro.

Aí você vai para a Record, do Bispo Macedo e assiste ao Boris Casoi, com a elegância que lhe é peculiar,

entrevistando o Ciro e o Jatene.

E começa a dúvida: será que o Edir Macedo é tão safado como dizem ou ele está simplesmente ameaçando os donos do campinho?

Acho que a Globo entrou no ramo descendente da curva.

Falando nisto, quando da passagem de Hong Kong para a China, eu disse que isto daria a maior alaúza do mundo porque os chineses iriam enlouquecer com o super – brinquedo que acabavam de receber.

E que não iriam engolir as usanças coloniais – britânicas de Hong Kong.

Sempre achei que isto daí era a coisa mais óbvia de se prever.

Pero nadie habló nada, tout va très bien Madame La Marquise.

Então, subitamente, pooiinnnggg…sexta feira passada, estourou a Bolsa de Hong Kong e com ela todas as outras do mundo!!!

Pior do que esta queda só a de 29, em Nova Iorque, mas esta já está em segundo lugar e, com mais um dia, ultrapassa a Quinta Feira Negra de 929.

Não sei se os cnineses bolaram este desastre mas a verdade é que eles não tem com que se preocupar: a sua Economia é de Estado, Socialista, nem Bolsa tem.

É bom guardar uma graninha porque se dá uma quebradeira geral, os preços vão despencar mesmo.

Só quero ver o que dirão os noticiários de hoje à noite.

Em valendo a pena, voltarei com maiores detalhes.

En passant, hoje deixei de fumar pôr razões higiênicas e não de saúde ou pressão social.

Muito menos pôr pressão social porque suporto muita coisa mas macartismo não!!!

Desde pequeno que odeio fariseus e puritanos de qualquer raça, crença ou ignorância.

Teria sido um ótimo Anti – Torquemada, mandaria para a fogueira todos os fanáticos particularmente os religiosos.

Um fato interessante: o livro sobre a vida do Geisel que se poderia qualificar como de venda para um público restrito, esgotou a 1ª edição em dois dias!!!

Sem badalação, sem midia, sem sexo, sem crime etc. etc. e tal.

E agora?

É comprá-lo para ver.

 

Quinta-feira, 30 de outubro de 1997, 18:20, chuva.

Tem chovido regularmente desde segunda, eu acho.

Fiz a tal radiografia e não deu nada.

A Clínica Radiológica pareceu-me bastante boa, bem organizada e tem a vantagem de ficar na frente do escritório.

Como é autorizada pelo meu Plano de Saúde, não tem o menor problema.

Porque, convenhamos, fazer exames no Moinhos é dose.

O Saldanha fez a clássica perfuração do tímpano e seqüente aspiração; do ouvido esquerdo ele tirou um corpo parecido com o âmbar e que, diz ele, os americanos chamam de ear gloom; parece mesmo uma cola, goma arábica.

Do ouvido direito, só irá tirar na semana que vem porque o tímpano está muito distendido.

Não chega a ser como uma extração de dente sem anestesia mas também não é muito sopa.

Resolvi parar de fumar pôr uns tempos – talvez até ao fim do verão – e, como sempre, não sinto falta do tabaco.

O que sinto é uma fome terrível mas, mesmo isto, estou controlando.

Hoje achei um sabiá caido na área dos fundos; é um filhote que deve ter sido caçado pala gata.

Como está em bom estado, coloquei-o na gaiola porque ainda não sabe voar.

A mãe dele deu um show hoje de tarde chamando -.o .

Espero que ela tenha tido acesso à gaiola porque se ela trouxer alimento para ele, o filhote se salva.

Se não, vai ser muito difícil.

Eu pendurei a gaiola em local onde a sabiá – mãe pudesse atender ao filhote; só que o Bolão que não sabia do enredo, recolheu a gaiola pôr causa da chuva…

Amanhã o Banda vem almoçar e farei umas picanhazinhas na grelha.

Também tenho um vazio razoável e salsichão.

Amanhã de manhã compro cerveja e carvão.

O jogo das sextas será aqui e parece que vem o Rolla, o que irá complicar; a não ser que ele arranje uma parceira ou parceiro, o que já é mais difícil.

A Eda continua nos USA dando cobertura para a Vanessa, decerto esperando o visto do marido da Vanesas; se as coisas ainda são as mesmas nos USA, não vai ter visto.

Cavocando em velhos arquivos, achei os manuscritos do famoso “Pijama de Bolinhas “dos tempos de Cachoeira,

Surpreendeu-me o fato de que os textos são bons, muito bons e alguns até excelentes.

A gente sempre imagina que, em termos de escrever, melhora com a idade mas, não é bem assim.

De vez em quando irei reproduzir alguns  para que não se percam nos descaminhos das faxinas.

Boas notes.

 

Sábado, 1 de novembro de 1997, 19:09, tempo enfarruscado.

Acabamos de chegar lá da mãe; os exames que fez estão OK e ela está bem melhor.

Tentamos ir na Virginia e no Zaffari mas, nem uma coisa nem outra: está tudo atopetado de carros.!

Programa de portoalegrense nas tarde de sábado chuvoso é ir para o Supermercado.

Ontem jogamos aqui e veio o Rolla com seu neto Carlos, excelente menino.

O Carlos é filho da Beti que mora em Curitiba; ele estuda na Famecos da PUC.

Ganhamos todas as partidas que disputamos e acabamos em segundo lugar!!!

Acontece que… bem, deixa prá lá.

O nosso sistema de jogo tem que ser modificado porque senão acabamos jogando contra quatro e aí é muito difícil.

Inclusive porque o prêmio do 1º lugar é de R$60,00, o que já não é só diversão e começa a crescdr o olho.

Amanhã, Dia de Finados, vamos até ao Imbé para ver como estão as coisas pôr lá.

Estamos sem telefone há três dias e pelo jeito, vai continuar.

Ontem o Banda veio almoçar conosco e fiz umas picanhas bastante boas, daquelas que o Zaffari está testando para vender com sua marca.

A novidade é que não uso mais espeto e sim grelhas de fechar porque aí a carne não encolhe; para vazio, é o fino da bossa.

O Banda está bem, deixou de beber suas cervejinhas, fuma pouco e cuida-se na alimentação ou seja, entregou a rapadura.

Deve ter retornado hoje de manhã para o Rio, de ônibus.

O Paulo ainda não deu notícias; decerto amanhã a Heloisa vai querer localizá-lo o que significa que irei marchar num almoço.

Ou então a Marília já conseguiu obter maiores informações sobre o elemento.

Bolão foi para Pelotas; pelo que entendi, um amigo dele que é pediatra e PT, chefia a implantação da Medicina Comunitária aqui em POA e convidou o Bolão e a Liege para integrarem o serviço.

Tudo depois do exame da AMRIGS que acontecerá nos idos de novembro.

Parece-me que, nessa hipótese, o Bolão não iria fazer Residência porque não há residência para Medicina Comunitária, eu presumo.

Ou estarei enganado?

De qualquer forma, se ambos ingressarem no tal serviço, será muito conveniente porque juntam emprego com ideologia o que, se não é bom para o geral, é excelente para o particular.

Como o PT remunera bem os SEUS servidores, deve ser uma proposta interessante.

Veremos se é assim mesmo ou se estou mal informado.

Acabou de chegar a Helena que vem jantar conosco porque o Paulo e a Virginia irão jantar fora.

Nesta semana não fumei; o problema é a fome.

Sem fumar, obrigatoriamente devo restringir a alimentação senão vou aos cento e trinta quilos

A solução é, pelo menos no início, aquela dieta sem carbohidratos, na base da picanha, ovo, queijo etc.

A vez passada, quando fiz a tal dieta, emagreci bastante e sentia-me muito bem.

Só que não se pode comer frutas e aí complica para mim que tomo suco de laranja aos montes há muitos anos.

Quem sabe uma meia dieta de carbohidratos?

Não demora muito – mais um mês – e e devo encerrar os registros 97.

Antes porém, como estão meio magros pôr causa daqueles dois meses perdidos, irei transcrever algumas cartas e artigos que escrevi.

Pôr hoje, é só.

 

Segunda-feira, 3 de novembro de 1997, 21:43, tempo enfarruscado.

Como se depreende, El Niño continua a mil; dizem os intelectuais que os efeitos dele irão durar até abril…

Teremos um verão alagado.

Hoje terminei e mandei as contra – razões nas apelações de Bagé.

Amanhã vou encerrar as primeiras declarações do inventário Ermógenes e fazer uma consignação para o João.

Também me telefonou uma senhora para marcar consulta em Direito Penal.

Há ainda o caso da Ilza; e o da tia Honorina, com quem falei hoje.

Acho que estão pegando muito no meu pé.

Nosso telefone segue mudo e hoje verificamos com certeza que o defeito está na CRT.

Ligamos um aparelho nos fios da rua e nem sinal.

É a prova maior.

O Bolão deu injeção na gata; daqui a três meses deverá ser reforçada a dose.

Inicio de fevereiro portanto.

Gostaria de saber se o Angelo foi acampar neste fim de semana; se foi deve ter passado uns maus pedaços porque foi toró em cima de toró.

Bolão retornou de Pelotas preocupado com o Zé que está com bronquite, sinusite, males que afetam as crianças que moram em’baixas altitudes, beira d água doce.

Pelotas em si já não é saudável pôr ser tremendamente úmida e o Barro Duro alia água e mato, um binômio muito ruim.

Logo vem o verão e as coisas tendem a melhorar.

Continuo sem fumar e a cada dia que passa – depois do sexto – os surtos de vontade vão diminuindo e ficando menos intensos.

Ontem foi brabo mas hoje já está mais fácil.

Tenho um organismo muito adaptável e logo sequer vou me lembrar do cigarro.

A vida fica bem mais simples sem fumar.

No que concerne ao quotidiano, a Feira do Livro prossegue apesar da chuva, o Grêmio quase se acaba pois perdeu aqui para o Guarani pôr 4 x 1, a oposição está iniciando uma campanha virulenta contra os governos federal e estadual, visando é claro, as próximas eleições.

A queda mundial das Bolsas de Valores está deixando os xito – socialistas nacionais rindo de orelha a orelha e rezando que vá tudo para o brejo, à semelhança do que aconteceu com a URSS.

Ainda não dá para avaliar a extensão do desarranjo na Economia Mundial mas é muito mais fumaça do que fogo.

Logo tudo se ajeita.

Estou impressionado com a virulência e o descaramento das oposições: hoje ouvi um pronunciamento do Sereno, em horário político, que me surpreendeu porque o Sereno não é um panfletário irresponsável.

Ele mentiu tanto e tão descaradamente que qualquer pessoa que tenha ouvido o que ele disse vai pensar que o Sereno enlouqueceu ou entrou para a ala radical do PT.

Que, pôr sinal, publicou um documento, um manifesto, no qual prega a luta armada para chegar ao poder.

Estes filhos da puta tanto fazem até que levam e aí pousam de vítimas e publicam livros mentirosos com histórias de torturas, desterros etc.

Garanto com o tal manifesto já está no arquivo para uso futuro.

O Imbecil do Brizolla continua se agitando, chutando, dizendo as tradicionais asneiras e – confirmando o que me disse – achando que é o único pinta capaz de derrotar FH.

O Lula será candidato o que significa que o Tarso entrou bem.

Vai acabar candidato a senador mas há dúvidas.

Em suma, a ala radical do PT cresceu demais e está ameaçado a tranqüilidade do país.

Isto daí vai dar bode porque os caras estão totalmente enlouquecidos; ouvir-se um papo da Tarsa Genra é um exercício estarrecedor tantas são as asneiras e tanto é o ódio que ela poreja.

É a Passionária do Galpão Crioulo.

Ainda acho que o melhor Presidente seria o Mario Covas mas, sem ele, opto pelo Ciro Gomes.

Bem, boas notes.

 

Terça-feira, 4 de novembro de 1997, 21:27, tempo enfarruscado.

Naquelas andanças de fins de abril quando perdi dois meses de registro, creio que foram junto uns artigos que escrevi para gozar o Napoleão e o Joaquim.

Assim que vou copiá-los de novo porque o fim do ano está chegando e este registro está super mixuruco

.

Osvald Manning Cooper, lord Isham.

 

(Transcrito de News Science Monitor, Isham, Devonshire, England ano CClV, 432,56)

 

Devo admitir que durante a maior parte da vida, temas que suponho maiores, não fizeram parte de minhas preocupações, digamos assim.

Diria que o fato do meu cavalo Toby peidar quando mudava de marcha – o que me impedia de montá-lo quando acompanhando damas- parecia-me mais importante do que eventuais idiosincrasias de planetas e similares em suas andanças espaciais.

Dois artigos publicados no Sun mudaram o foco de meus interesses: o primeiro afirmava que pelo Efeito Estufa, em cem mil anos as nossas ilhas britânicas estariam transformadas em uma placida lagoa na qual afloraria apenas alguma perdida destilaria das Highlands.

Estatísticas comprovam que a terra aquece 1 gráu centigrado a cada dez anos.

O segundo deixava bem claro e com a mesma certeza, que em menos de 5000 anos entraríamos em uma idade glacial e as ilhas britânicas iriam fazer concorrência a Saint Moritz.

Estatísticas comprovam que a terra esfria 1 gráu centigrado a cada dez anos!

Convenhamos que , na marcha em que iam as coisas,  seria de se supor que a próxima singularidade poderia me surpreender em plena hora do chá!

Decidi portanto estudar o que, pomposamente, os autores chamam de Cosmologia e é o resultado destes estudos que alinho a seguir.

Em primeiro lugar, é absolutamente necessário esquecer os gregos pois tenho observado que eles são comummente citados como sabendo de tudo o que hoje estamos descobrindo: na verdade quando alguém afirma que Demócrito descreveu o átomo e suas partículas, jamais indica a fonte de suas afirmações.

Estaria tudo na Biblioteca de Alexandria que foi totalmente queimada em um incêndio provocado por árabes ou romanos: os otomanos dizem que foram os soldados de Julio Cesar que queimavam os papiros para esquentar a água do banho do imperador e os romanos afirmam que foi um xiita que mandou tacar fogo na papelama argumentando que se o conteúdo fosse bom, estaria no Corão e  se não fosse, seria virtuoso queimar.

Mesmo assim, mesmo tendo sido queimados, os papiros de Alexandria são citados a todo o momento como fontes de informações, o que me parece altamente suspeito.

Então, fora com os gregos!

Comecemos com a Biblia do rei James onde a criação é descrita tão detalhadamente que um bispo inglês chegou a afirmar que o mundo foi criado num dezoito de outubro, às dez horas AM no ano 480 DC.

Posteriormente mudou de idéia quando um paroquiano mais atilado observou que criar o mundo depois de Cristo seria, pelo menos, fornecer matéria para argumentações deletérias pôr parte de eventuais heréticos.

As coisas permaneceram assim pôr vários séculos apesar dos intensos debates sobre detalhes importantíssimos como pôr exemplo, quem nascera antes, o ovo ou a galinha?

Para simplificar digamos que o panorama começa a mudar quando uma maçã cai na cabeça de um desavisado cidadão que imediatamente bola uma lei conhecida como a primeira lei de Newton por causa do nome de seu descobridor, Newton.

Referida lei afirma que quando um corpo entra em movimento, não para mais e como tudo girava no espaço, iria continuar girando da mesma forma ad aeternum; e que o impulso inicial fora dado pelo Criador.

Todo o mundo ficou satisfeito: os da Biblia e os que achavam que a coisa não fora bem assim.

A  primeira lei de Newton contentava gregos e troianos.

Mas o referido senhor afirmou também que a matéria atrai matéria etc e aí, uns duzentos anos depois, uns chatos começaram a argumentar que se fosse assim, nesta altura dos acontecimentos já estaríamos fritando bem no meio do sol!

Voltávamos à estaca zero.

E, começaram a pipocar teorias.

A maioria, convenhamos, totalmente descabeladas e herméticas; geralmente os cavalheiros , para se dar ares de erudição, começam afirmando que do caos- bagunça- surgiu o cosmos – ordem.

E engrenam pôr aí com considerações sobre planetas escuros, luas negras etc.

Outros afirmam que o caos tende para o cosmos e que ainda não chegamos lá mas quando chegarmos vai ser uma explosão só.

Alguns, mais complicados, dizem que as coisa fluem ao contrário, que o caos é entrópico porque para organizar-se qualquer coisa gasta-se mais energia desorganizando o que está em repouso e portanto organizado.

Cita-se como exemplo arrumar a mesa para o chá: os movimentos da maid gastam muito mais energia do que a organização resultante!

Negócio meio felpudo mas até que fácil de entender.

Ultimamente, ou melhor, penultimamente, surgiu a teoria do big bang.

O universo nascera com uma grande explosão e os pedaços ainda estão voando pelo espaço.

De novo os murrinhas de sempre contestaram que em sendo assim cada pedaço se afastaria de todos os outros e o sistema solar, pôr exemplo não poderia existir ou, se existisse, as órbitas mudariam a cada segundo.

Contra-argumentaram os do big bang que o negócio funcionaria com um balão de aniversário se enchendo: as pinturas da superfície do balão se afastariam igualmente umas das outras e se expandiriam, mantendo o mesmo afastamento.

No início colou mas depois se viu que eram uma besteira maior ainda porque não estava explicado o que aconteceria no interior do balão.

Surgiu então a teoria do buraco negro um negócio que, como a Conceição, ninguém sabe e ninguém viu.

Supõe-se que hajam corpos no espaço com uma tal concentração de matéria que nem a luz consegue sair de lá e que esta singularidade vai até um certo ponto de concentração e aí explode.

O problema é: explode porque?

A existência dos buracos negros diz-se comprovada pelo fato de a luz encurvar-se quando passa pôr eles mas os chatos de plantão perguntam:

-Se curva? Ué! Não tinha que entrar?

Agora já se imagina que tudo, o Cosmos todo, seja um buraco negro e que nós estamos metidos nele sem perceber.

Ou que tudo seja um anti buraco negro e que igualmente estamos metidos nele também sem perceber.

É o que querem os defensores da teoria unificada, outro negócio complicado.

Ou pior ainda: nós estamos inscritos numa das 47 dimensões existentes no Cosmos e das quais só conhecemos três!

A existência de mais dimensões do que sonha nossa vã filosofia pretende-se comprovar pelo comportamento dos spins (literalmente peões de fieira, aqueles das brincadeiras de infância) os quais dão uma volta completa sobre si mesmo mas não retornam à face original.

Não é meio esquisito que as maiores teorias atuais se tentem comprovar via balões de aniversário, peões de fieira e diavolôs?

Porque há uma outra que se baseia no diavolô, aquela dos universos em oposição, e não estou exagerando.

Feitas as contas, a melhor posição a respeito parece ser aquela expressa pelo cacique Boi Sentado ao intrépido general Custer:

-You wrong, cara pálida!

Ou então a resposta dada por Peter Pan quando o Capitão Gancho quis lhe fazer um toque de próstata:

-Tais brincando!!!

 

 

(Artigo traduzido em janeiro de 1997 pôr J. Moura exclusivamente para a biblioteca de Napoleão e Joaquim Francisco, ambos Rodrigues de Freitas, cabendo acrescentar que as opiniões aqui expressas são de exclusiva responsabilidade de Lord Isham)

Osvald Manning Cooper, lord Isham.

Não sei o que aconteceu mas o texto está com um sinal diferente na frente de cada linha…

Não sei como vou acabar com esta novidade.

Tudo Ok, bastou clicar em Normal na barra de baixo.

O telefone continua mudo, vou acabar tendo que chamar o homi porque a CRT nõ dá jeito.

Continúa o cagaço geral com a queda das bolsas que, aqui no Brasil, já reagiram e bem.

Acontece que a oposição ganhou um prato cheio contra a globalização da Economia e agora o festival de asneiras está violento.

Hoje o Lula, estreando na campanha presidencial e dando o tom da campanha, chamou o Fernando Henrique de patife para baixo.

É brabo mas creio que eu já havia previsto que a radicalização iria acontecer porque as esquerdas, sem argumentos, vão ter mesmo que apelar.

Não será fácil agüentar a guerra de propaganda.

Em matéria de não fumar, hoje foi um dia brabo porque a fome me assolou de um modo quase desesperador: lá pelas três e meia da tarde tive que vir para casa e comer alguma coisa pois já estava afim de enfrentar uma galinha de televisão de cachorro.

Acho que a nicotina funciona como um calmante do suco gástrico; quando se para de fumar, as enzimas vêm a mil.

Mas, vou levando.

Pôr hoje é só, sem maiores novidades.

Boas noites.

 

Segunda-feira, 10 de novembro de 1997, 17:30, chuva.

Fiquei quase uma semana sem escrever nada e pode parecer que houve fatos impeditivos mas, não.

Preguiça mesmo.

Tenho trabalhado bastante mas não ao ponto de justificar alegações de canseiras.

Quarta só dei aula para o Diego, quinta não me lembro, sexta o clássico joguinho e sábado a chegada da Ilza e o almoço lá com eles.

Apareceu o Pingo de cabelo cortado pata visitar os avós.

O Angelo vem hoje para pousar.

O resto sem novidades.

Liege veio no fim de semana, enfrentou um programa indianista lá em Cachoeirinha e já voltou hoje.

O tal programa era um rodeio no qual o Bolão foi médico assim que ele fez grande propaganda do evento.

Numa tarde de calor abafante, em local campestre, junto com cavalos vacas e necessários produtos orgânicos, barraquinhas com artezanato e comidas locais, apresentações folclóricas do Grupo Escolar e outras atrações, só faturando algum.

O Bolão ficou indignado porque as partes não se mostraram emocionadas com o tal rodeio.

Então tá.

Esse tipo de quermesse é bom de noite; de dia é um pontapé no saco.

A Ilsa Kieling me contratou para melhorar a pensão dela.

Cobrei bem e vamos ver se dá certo; depois de amanhã vai ser julgada pelo TJE o recurso do IPERGS na ação da irmã do João, a Mary Angela.

De um modo geral, todos os meses tem aparecido uma ação boa e mais um pouco, tudo continuando assim, voltam a s vacas gordas.

O que está danado é o El Niño: esta semana a previsão é chuva todos os dias.

Lucia telefonou para irmos passar o verão no Rio se a chuva continuar.

Até que é uma boa ideia.

O Norte e o Oeste do RGS estão alagados e a situação tende a piorar.

De acordo com a Time, o Nordeste terá uma seca violenta; já avisei o Bagé para não plantar  agora no fim do ano mas ele não acreditou.

Vai se ferrar.

A esperança sempre triunfa sobre a experiência.

O grande acontecimento da semana passda e talvez do ano, foi que a queda das bolsas colocou o Brasil numa situação crítica obrigando o Governo a uma série de medidas ditas drásticas.

Bem analisada a coisa é um repeteco do que sempre aconteceu quando surgem os planos econômicos mágicos.

A coisa vai, vai, até que começa a fazer água e aí vem as medidas que no fim não adiantam nada.

É aumento do prêço da gasolina, do imposto sobre as bebidas e cigarros, demissão de funcionários não estáveis, e pôr aí empós com mais ou menos criatividade.

No fundo, a mesmice de sempre.

Com o que, elege-se o Ciro Gomes, vocês vão ver porque a oposição vai deitar e rolar em cima do FHC..

Na verdade a coisa é séria porque o que estava sustentado a dívida interna eram os investimentos estrangeiros que se mandaram com a quedas das bolsas e conseqüente aumento de juros lá pôr Hong Kong.

Eu sempre achei que, depois do México, a nossa legislação para capitais especulativos fosse mais restritiva mas, pelo jeito não é.

Também sempre defendi a tese que o Ministro da Fazenda –  numa conjuntura como a atual de mercado de capitais em nível mundial e cheio de picaretas de altíssimo bordo – deveria ser o Naji Nahas e não estou brincando.

Garanto como os especuladores não iriam ter condições de dar o tombo que deram nas bolsas brasileiras se o Nahas estivesse controlando a caixa.

Infelizmente o assunto é muito sério e ao babacas acadêmicos que ora nos governam marcharam e perderam um bocado de grana.

Espero ao menos que tenham aprendido.

Acho bom a gente plantar nossas couvezinhas, comê-las, mandar o que sobrar para o Mercosul e esquecer esta história de primeiro mundo, economia emergente, os escambáu.

No fim, somos  mesmo uns cucarachas igenuos e românticos e sempre prontos a cair no conto e no canto dos vigários.

Temos pauleira pela frente.

O Brizola já deve estar babando na gravata.

Nunca esquecer que o FHC não tem o menor apoio nas FFAA e qualquer coisa agora pode ser pretexto para uma mudança drástica.

O negócio da privatização da Vale pegou muito mal e pode ser o estopim.

Qualquer coisa que o governo fizer daqui para frente na área de privatizacões pode ser o estopim.

Acabou de chegar o Angelo e vou parar pôr aqui.

 

Segunda-feira, 17 de novembro de 1997, 20:53, tempo enfarruscando.

Semana passada não compareci mais P6or preguiça do que qualquer outro motivo.

Ontem o Bolão fez o exame da AMRIGS e, obviamente saiu-se muito mal.

Deve ter tirado uns nove e meio…

Ontem o Tergolina seguiu para a Italia.

A novidade pôr lá é um cachorrinho Rothweiler que eles compraram: é muito bonitinho e atarracado.

Acho que está muito gordo e recomendei a Isinha que não deixe a gurisada embuchá-lo.

Os guris da Patrícia ficaram aqui o fim de semana para ela trabalhar na tese.

O Carlos foi para alla ver como andam as plantações. Voltou hoje de madrugada.

Ontem, quando fomos levar a turma para casa, o povo quis jantar no Mac;

é impressionante o número de pessoas que vão lá.

Sempre pensei que este negócio de  franquia do Mac desse prejuízo mas, não é bem assim: com aquela quantidade de gente, as porcarias que vendem e o preço que cobram, certamente é lucro certo e grande.

Também neste fim de semana, nossos representantes no Campeonato Brasileiro entraram bem: o Juventude perdeu para o Vasco e o Inter para o Parmeira.

Ontem montamos a árvore de natal, penso até que mais cedo do que o ano passado.

Ainda falta os guris colocarem os enfeites mas o básico está pronto.

Este anos estamos com um dilema: há pedidos do Governo para economizar energia e, paralelamente um grande estímulo do próprio Governo para que as pessoas enfeitem suas casas com luzes natalinas…

Difícil de entender.

Estou completando três semanas sem fumar o que não tem sido muito difícil.

O importante é lembrar que aquela vontade braba de fumar só dura cinco minutos e se o personagem aguentar, some e vai ficando cada vez menos intensa e mais espaçada.

Em compensação já engordei uns três quilos.

Quando chegar nos cento e trinta, tomarei uma atitude…

Sexta feira passada jogamos no Rolla e ganhamos uns bons setenta pilas; o Vares ficou tão chateado que chegou a perder a elegância num determinado lance com a Heloisa.

Como conheço o meu eleitorado, acho que irá se desculpar.

Amanhã eleições na OAB e vou votar em branco porque os candidatos são abaixo da crítica: dois são formados pela Unisinos o que encerra o assunto.

O outro é advogado de imobiliária.

É isto aí.

Boas noites.

 

Sábado, 22 de novembro de 1997, 18:38, tempo muito bom.

Mais uma semana sem comparecer; estou ficando preguiçoso.

A novidade é que o Bolão passou no HMPA e no Conceição.

Ficou meio sem jeito porque segundo suas previsões havia rodado e feio.

Bem, velhos temas.

Patrícia foi para São Paulo e deve retornar amanhã.

O escritório está ficando muito movimentado e já começa a complicar.

Mas, junto vem a grana que no fim do ano é muito necessária.

Neste momento Heloisa, D. Alda e Virgínia estão num chá de vendas na Isinha.

Diz a Isinha que não está conseguindo atender os pedidos dos artigos do seu laboratório.

Ela agora conseguiu uma excelente vendedora.

Foi assim que a Avon começou.

O João trouxe a placa de desenho para ser utilizada no Paint Brush mas, ao que tudo indica, está pifada.

Vai ter que trocar.

Se funcionar é uma beleza. Destina-se ao Angelo que deve fazer trabalhos muito bons com um equipamento assim.

Vamos torcer para que haja outro: era o último.

Hoje os boloral jogam contra o Atlético, no Beira Rio: se perderem, adios muchachos.

Boas noites.

 

Terça-feira, 25 de novembro de 1997, tempo ótimo.

Hoje teremos o jantar do pessoal do Anchieta turma de 47 e vamos lá prestigiá-los.

Somos de 44 mas eles são da nossa turma de ginásio.

Meio século.

No mais tudo tranqüilo.

Ontem o Angelo veio pousar e presumo que estudar Português.

Bolão continua estudando para as provas.

Ontem perdeu pôr forfait uma prova no HGV.

O escritório vai indo, eu é que ando meio down.

Inegavelmente este foi um ano meio gozado, principalmente pela história do tendào que aliás continua; quem acha que fica totalmente recuperado de um tareco destes, está totalmente enganado.

A diferença é que eu agora estou me resolvendo a colocar esta porcaria no seu devido lugar e começar a caminhar com ou sem desconforto.

Hoje já saí de sapato de sola de couro.

O povo de um modo geral vai bem; Virginia com o que se supõe seja uma bursite.

As obras caminhando com o Ledi.

Ainda faltam muitas coisinhas para arrumar mas creio que no fim da semana que vem estará tudo nos eixos ou muito próximo disto.

Nada de fundamental.

Neste fim de semana teremos o aniversário do Henrique e no seqüente, o da Saara.

Quero ver se na semana que vem vou para o Imbé para dar uma primeira ajeitada na piscina e outras coisinhas mais.

Também encerrarei o registro do ano no inicio de dezembro para que possa imprimir e encadernar antes do Natal.

Como os caras da encadernação entraram naquela de prometer e desaparecer, não garanto; de qualquer forma, poderemos utilizar o material do João para encadernar.

Vai ficar diferente mas é bom.

Pôr hoje é só.

Enfrentemos as múmias jesuítas!

 

Segunda-feira, 1 de dezembro de 1997, 22;18, tempo enfarruscado.

E assim chegamos ao último mês do ano.

A grande novidade da semana foi o concerto do Carreras nas ruinas de São Miguel.

Um encontro de ruínas porque o Carreras é bananeira que já deu cacho, sejamos vulgares.

O mais interessante de tudo foram umas entrevistas feitas pela RBS com nativos da região.

Perguntado se conhecia o Carreras, um do povo respondeu:

– Este não, mas o outro eu conheço…

– O senhor quer dizer o Pavarotti?

– Não, não! o Beto Carrero.

Então tá.

Liege veio no fim de semana e já retornou a Pelotas junto com o Bolão.

Foram hoje porque amanhã é a formatura do Chico.

Heloisa perguntou ao Bolão se ele não achava ridículo o Chico festejar formatura mas ele achou que não e que inclusive tinha o dever de estar lá.

Pos é!

O Bolão está aguardando resultado das entrevistas para residências.

Estivemos de tarde na Isinha para instalar a mesa de desenhos do Angelo mas não foi possível porque faltou um adaptador.

Amanhã o João irá até lá se tiver tempo.

É o presente de natal do Ângelo.

O Pingo apareceu de tardezinha porque estava na Frau.

Está meio desleixado o Pingo, barbudo pé no chão, estes babados..

O cachorrinho está cada dia mais forte; vai dar trabalho quando adulto.

Os guris da Patrícia passaram a tarde aqui mas não havia ninguém.

Mesmo assim parece que eles gostam.

Penso que na semana que vem já estarão de férias.

Pretendemos ir quinta feira para o Imbé onde irei trabalhar para deixar a piscina em condições de ser limpa.

Se eu tivesse aquele produto que a Eda trouxe dos USA, seria uma barbada.

Ao que tudo indica, sexta feira não haverá jogo porque estaremos na praia, as gêmeas em Rivera e os Vares se recuperando de um rotorooter que irá fazer na quinta feira.

Ontem, em poucos minutos, dei as primeiras noções ao Alemão Henrique de como jogar free cell; pouco tempo depois ele já estava conseguindo resolver um jogo completo.

É medonho o Alemão.

Fizemos churrasco ontem e o povo veio para sortear amigo secreto.

Convidamos também a Eda e o Rolla que vieram com o Carlos, neto deles.

O Rolla anda bastante perturbado com a história do retorno da Vanessa.

Penso que se a pressão aumentar ele entra em parafuso.

Decidi que hoje será o último dia de registro/97. Reconheço que o trabalho deste ano está fraquinho ede leitura muito maçante.

Já não se escreve mais como antigamente.

Volto na semana que vem com novo título.

Boas festas!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário